Entre Mãos Dadas e Olhares Curiosos

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Sn se pegou perdida em pensamentos durante a aula de química. Ela desenhava pequenos corações no canto da folha do caderno, lembrando-se do beijo intenso de Ni-ki na noite anterior, quando ele a deixou em casa. Parecia um sonho, mas o toque dele, o calor dos lábios, era real. Tudo era tão novo e, ao mesmo tempo, tão certo.

Quando o sinal tocou, anunciando o fim da aula, Sn guardou seus materiais e saiu apressada da sala, com um sorriso nos lábios. Assim que virou o corredor, avistou Ni-ki, encostado em um dos armários, esperando por ela como fazia todos os dias.

Tá sorrindo à toa por quê? — ele perguntou com um sorriso provocador, aproximando-se.

Talvez seja porque meu namorado é um fofo — ela respondeu, piscando.

Ele riu e se aproximou ainda mais, passando o braço ao redor dos ombros dela. — Ah, então eu sou fofo agora? Interessante... — Ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando de diversão, antes de murmurar: — E o que mais eu sou?

Você é... — Sn começou, fingindo pensar. — Você é o meu Japa, é isso.

E você é a minha pequena, então tá tudo certo. — Ele se inclinou, depositando um beijo rápido nos lábios dela, antes de entrelaçar os dedos nos dela e puxá-la em direção à saída da escola.

À medida que andavam de mãos dadas pelos corredores, Sn percebeu os olhares dos outros alunos. Alguns sorriam de forma cúmplice, outros cochichavam entre si, apontando para os dois. Era como se todo o colégio já soubesse que eles estavam juntos. E, embora ela sempre tivesse imaginado como seria estar ao lado de Ni-ki assim, em público, a realidade era um pouco mais intensa.

As pessoas estão nos olhando demais — ela murmurou, tentando disfarçar o desconforto.

Deixa olharem. — Ni-ki deu de ombros, puxando-a mais perto. — Eles estão só com inveja.

Inveja do quê?

De mim, claro. — Ele piscou. — Tenho a namorada mais linda da escola.

Ela riu, sentindo as bochechas queimarem. — Você é impossível, sabia?

E você adora — ele respondeu com um sorriso malicioso, apertando a mão dela.

Enquanto caminhavam até o parque onde sempre se encontravam quando eram crianças, Sn sentiu o nervosismo diminuir, substituído por uma sensação de conforto. Era como se, apesar de tudo ser diferente agora, ainda houvesse algo familiar e seguro entre eles.

Eles se sentaram em um dos bancos próximos ao lago, e Ni-ki soltou a mão dela por um momento, apenas para deslizar o braço ao redor da cintura dela, puxando-a para mais perto. Ela se aconchegou nele, descansando a cabeça em seu ombro.

Lembra quando a gente vinha aqui e ficava jogando pedras no lago? — ela perguntou, observando a água brilhante.

Claro. E você sempre dizia que eu trapaceava porque minhas pedras pulavam mais vezes que as suas — ele riu, a voz cheia de nostalgia.

Porque você trapaceava mesmo! — Ela deu um leve empurrão nele, mas logo riu.

Ele olhou para ela, os olhos suaves. — E agora? Eu ainda tô trapaceando?

Talvez... — Ela o encarou de volta, sentindo a intensidade do momento. — Mas, dessa vez, eu não me importo.

Ótimo. — Ele se inclinou lentamente, o olhar fixo nos olhos dela. — Porque agora eu não tô mais jogando.

Quando os lábios dele tocaram os dela, foi como se o mundo ao redor desaparecesse. O beijo foi suave no começo, explorando cada sensação nova, mas logo se tornou mais intenso. Ela sentiu as mãos dele deslizarem pela sua cintura, a puxando para mais perto, e seu coração disparou.

Ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele, e, por um momento, tudo o que existia era o calor dos corpos próximos e a sensação eletrizante de cada toque. Ele a beijava com uma intensidade que a fazia sentir-se única, desejada. Quando ele se afastou, os olhos estavam brilhando e um sorriso brincava em seus lábios.

É assim que eu quero estar sempre com você — ele sussurrou, o rosto próximo ao dela.

Sempre? — Ela repetiu, com um sorriso tímido.

Sempre. — Ele encostou a testa na dela, o toque gentil. — Não importa o que aconteça, Sn. Eu vou estar aqui.

Ela sentiu o peito aquecer com as palavras, a certeza de que, ao lado de Ni-ki, as coisas seriam diferentes, mas de uma forma boa. No entanto, enquanto se abraçavam, uma pontada de insegurança ainda persistia no fundo de sua mente. Será que seria tão simples assim?

Na volta para casa, de mãos dadas, eles aproveitaram o caminho em silêncio, mas um silêncio confortável, onde apenas a presença um do outro era suficiente. Quando chegaram à esquina onde sempre se despediam, Ni-ki a puxou para um abraço apertado, antes de sussurrar ao ouvido dela:

Amanhã, no mesmo lugar?

Claro, Japa — ela respondeu, sorrindo.

Ele a beijou uma última vez, e Sn sentiu o calor do toque dele percorrer seu corpo, um sentimento que agora ela sabia que desejava sentir todos os dias.

Enquanto ele se afastava, ela ficou olhando até que ele desaparecesse na esquina. Suspirando, Sn sorriu para si mesma, sabendo que, por mais que as coisas estivessem mudando, aquele sentimento era o que ela sempre quis.

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