Quando Jin estacionou em frente à minha casa, fiquei alguns segundos em silêncio antes de pegar a maçaneta da porta. Sabia que, ao sair do carro, voltaria à realidade, onde tínhamos que fingir que nada disso estava acontecendo. Mas, antes de descer, olhei para ele com um sorriso provocativo.
"Tô curiosa para ver qual vai ser a foto de hoje," falei, me inclinando um pouco mais em sua direção.
Jin riu, aquele sorriso travesso que eu já conhecia tão bem. "Ah, hoje? Vai ser uma bem diferente."
Arqueei a sobrancelha, desconfiada. "O que você está planejando agora?"
Ele se inclinou mais perto, os olhos brilhando com aquela malícia divertida. "Acho que uma foto da gente se beijando seria uma boa... O que acha?"
Meu coração deu um salto. Ele estava implicando, claro, mas a ideia me pegou desprevenida. Dei uma risada nervosa, empurrando-o de leve no ombro. "Você é impossível, Jin."
"Ouvi dizer que é assim que você gosta," ele retrucou, rindo junto, mas havia algo em seus olhos que me fazia perceber que, por mais que estivesse brincando, ele estava testando os limites. Ver até onde podia ir sem que eu o impedisse.
Respirei fundo, tentando parecer indiferente. "Vamos ver se você tem coragem."
"Você vai ver," ele disse com um sorriso de desafio. "Mas, por enquanto, acho que vou manter o mistério."
Soltei uma risada, sem saber se estava mais ansiosa ou aliviada. Desci do carro, mas antes de fechar a porta, olhei para ele uma última vez. "Até amanhã, Jin."
Ele acenou de volta, ainda com aquele sorriso que me deixava com a sensação de que nunca sabia o que esperar dele. Fechei a porta e fui em direção à minha casa, sentindo o olhar dele em mim enquanto caminhava até a entrada.
A realidade me puxava de volta, mas a promessa de algo mais, de um jogo que nós dois estávamos jogando, permanecia no ar.
O sol estava se pondo, tingindo o céu com tons alaranjados enquanto eu terminava de organizar minhas coisas. Sabia que minha mãe ia jantar com Rodrigo, e estava pronta para finalmente ter um tempo só para mim. Mas, antes que pudesse aproveitar o silêncio da casa, ouvi o som de passos no corredor e, logo em seguida, três batidas leves na porta do meu quarto.
Suspirei, já imaginando quem era, e abri a porta. Jin estava parado ali, com aquele sorriso despreocupado, encostado no batente da porta como se não tivesse feito nada de inusitado. "Oi, bravinha. Pronta para 'terminar' nosso trabalho?" Ele fez aspas com os dedos, deixando claro que o trabalho era só uma desculpa.
"Você realmente tem sempre que inventar uma desculpa, né?" perguntei, cruzando os braços, mas com um sorriso brincalhão nos lábios.
Ele deu de ombros, entrando no quarto como se já fosse parte da casa, fechando a porta atrás de si. "Bom, nossos pais estão fora, então achei que seria uma boa oportunidade."
Eu me sentei na beira da cama, tentando fingir que estava ocupada, mas sabendo que ele não ia me deixar em paz tão facilmente. "E o que exatamente a gente tem para terminar?"
Jin se aproximou devagar, parando bem à minha frente. "Você sabe bem o que."
Meu coração começou a bater mais rápido enquanto ele se inclinava um pouco mais, seus olhos fixos nos meus. Havia uma tensão no ar, aquela que sempre surgia quando ficávamos sozinhos e longe dos olhares atentos dos nossos pais.
"Jin..." comecei, tentando manter o controle da situação, mas ele se abaixou um pouco mais até nossos rostos estarem a centímetros de distância.
"Sem desculpas agora, bravinha," ele murmurou, a voz baixa e carregada de intenção.
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Amor fora do script
FanfictionÉ uma história divertida e romântica sobre Mili, uma garota que, ao descobrir que seu pior inimigo da escola, Jin, pode se tornar seu novo meio-irmão, se vê em uma situação inesperada. Entre provocações e encontros às escondidas, os dois começam a d...