Nós rimos, e enquanto o sol descia no horizonte, a conversa fluiu de maneira leve. Aquele momento era tranquilo, longe de tudo e todos, e por um instante, parecia que o mundo estava em pausa.
Então, sem aviso, Jin se inclinou um pouco mais perto, o olhar dele mais sério agora. "Eu disse que ia te surpreender, não disse?" ele murmurou.
Eu ri, meio nervosa, sentindo o calor subir ao meu rosto. "Essa surpresa foi boa, confesso."
Ele sorriu de lado e, antes que eu pudesse processar, seus lábios estavam nos meus novamente. O beijo foi suave, diferente dos anteriores, mas ainda carregado daquela intensidade que só Jin parecia saber trazer.
E, pela primeira vez em muito tempo, eu me permiti relaxar completamente, esquecendo do mundo lá fora.
O beijo com Jin foi calmo e cheio de uma ternura inesperada, como se naquele momento não existisse mais nada além de nós dois e o céu se tingindo de laranja e rosa ao nosso redor. Quando nos afastamos, ele manteve o rosto perto do meu, seus olhos brilhando com um sorriso satisfeito.
"Tá vendo? Eu posso ser mais do que só implicante," ele disse, brincando, enquanto passava a mão levemente pelo meu rosto.
Ri, um pouco sem jeito, ainda processando a tranquilidade do momento. "Tá, eu confesso. Essa foi uma boa surpresa, Jin."
Nos acomodamos melhor na toalha, com a cesta de piquenique entre nós, e continuamos comendo enquanto a conversa fluía de forma descontraída. Jin falava sobre como a escola parecia monótona sem as nossas provocações diárias e, de repente, as histórias se misturavam com memórias da infância, risos, e até revelações mais leves sobre a vida familiar complicada que compartilhávamos.
"Então, qual foi a coisa mais louca que você já fez sem seus pais saberem?" ele perguntou de repente, com aquele brilho travesso que eu conhecia tão bem.
Fingi pensar por um segundo, inclinando a cabeça. "Acho que... começar a ficar com o filho do namorado da minha mãe sem ninguém saber entra na lista, né?" Respondi com um sorriso de canto, vendo ele rir.
"É, definitivamente," ele concordou, se inclinando para me roubar mais um beijo, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
Depois de algum tempo, o céu já começava a escurecer, e as luzes da cidade piscavam ao longe. O ar estava mais fresco, e o silêncio ao nosso redor era uma boa fuga de toda a confusão que vivíamos diariamente. Jin pegou minha mão enquanto observávamos o horizonte e, por um segundo, me perguntei como algo tão simples quanto aquilo parecia tão certo.
"Então, o que acontece agora?" ele perguntou de repente, ainda olhando para o céu.
Levantei uma sobrancelha. "Agora? Você me leva de volta pra casa antes que minha mãe comece a se perguntar onde eu estou."
Ele riu baixinho, apertando minha mão. "Eu tava falando de nós dois, bravinha."
Aquilo me pegou de surpresa. Eu hesitei por um momento, virando o rosto para olhar para ele, que agora me encarava com seriedade. Eu sabia o que ele estava perguntando, mas a resposta não era simples. Ainda tinha muita coisa em jogo, muitos segredos, e a realidade de que, em algum momento, tudo aquilo poderia desmoronar.
"Eu não sei," confessei, sinceramente. "A gente tá em um momento... complicado. Mas eu gosto de estar com você, e isso me assusta um pouco."
Jin me olhou por alguns segundos, seus olhos suavizando. "Eu também gosto de estar com você, e não me importo com o complicado. Se a gente tá junto, isso é o que importa."
Aquilo me fez sorrir, apesar de todas as preocupações. "Acho que a gente vai ter que continuar escondendo por enquanto, né?"
Ele deu de ombros, relaxando o corpo. "Por enquanto. Mas não por muito tempo. Eu não sou bom em ficar fingindo, especialmente quando quero te beijar toda hora."
Eu ri, balançando a cabeça. "Bom saber, porque estamos no meio do nada, e você tem tempo de sobra pra isso agora."
Jin sorriu largo, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele me puxou para mais perto, colando nossos lábios outra vez. Ali, na tranquilidade daquele lugar, tudo parecia mais simples, mesmo que só por um momento.
O tempo passou rápido, e logo era hora de voltar. Entramos no carro de novo, o caminho de volta silencioso, mas confortável. E mesmo com a bagunça que poderia vir depois, eu sabia que aquele encontro tinha mudado algo entre nós.
Jin parou o carro em frente à minha casa, mas nenhum de nós fez menção de sair. O silêncio era confortável, mas havia algo que eu queria dizer, algo que estava preso na minha garganta desde que saímos daquela colina.
Virei-me para ele, vendo-o relaxado ao volante, com os dedos ainda batendo levemente no ritmo da música baixa que tocava no rádio. Ele me olhou de canto de olho, notando que eu estava prestes a falar algo importante.
"Eu só queria dizer... que eu tô realmente gostando de passar esse tempo com você," comecei, minha voz mais baixa do que o normal. "Tipo, mais do que eu achei que ia gostar."
Jin virou-se completamente para mim, aquele sorriso provocante suavizando enquanto ele prestava atenção. Eu sabia que ele esperava minha provocação de volta, mas dessa vez não era uma brincadeira. Era verdade.
"Eu também não achei que ia ser tão divertido," ele disse, em um tom mais sincero do que o usual. "Mas tô curtindo cada segundo disso. E ver você fora da escola, sem as provocações... é legal, sabe?"
Eu sorri, sentindo o peso do momento e deixando o nervosismo sair aos poucos. "O piquenique de hoje foi incrível. Sério."
Jin riu baixinho, seu olhar relaxado, mas com algo mais intenso por trás. "Eu queria fazer algo especial. Não só porque queria passar um tempo com você, mas porque... bom, você merece. Às vezes, a gente só precisa de um lugar tranquilo pra deixar as coisas fazerem sentido."
Eu assenti, sentindo uma conexão ainda mais forte entre nós naquele momento. O ar estava carregado de coisas não ditas, mas também de uma segurança reconfortante.
"Obrigada, Jin," murmurei, me inclinando um pouco mais perto, os lábios a poucos centímetros dos dele. "Por hoje. E por... bem, por tudo."
Ele sorriu de lado, sem perder o tom provocante que eu tanto conhecia. "Você ainda vai me agradecer de novo, bravinha. Isso aqui tá só começando."
Eu ri, revirando os olhos, mas antes que eu pudesse responder, ele se inclinou e me deu um beijo suave, como uma promessa silenciosa de que aquilo entre nós estava longe de acabar. Quando nos afastamos, ele sussurrou perto dos meus lábios: "Agora vai antes que sua mãe comece a desconfiar."
Suspirei, mas desci do carro, ainda sorrindo. Enquanto caminhava até a porta de casa, senti o olhar dele em mim, e soube que algo realmente especial estava acontecendo ali.
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Amor fora do script
FanfictionÉ uma história divertida e romântica sobre Mili, uma garota que, ao descobrir que seu pior inimigo da escola, Jin, pode se tornar seu novo meio-irmão, se vê em uma situação inesperada. Entre provocações e encontros às escondidas, os dois começam a d...