Suspirei, sabendo que ele estava certo, e me aconcheguei mais nos braços dele, aproveitando aquele raro momento de paz. A sensação de estar ali, juntos, longe de qualquer julgamento ou complicação externa, era tudo o que eu precisava naquela noite.
"Vai ser difícil fingir que nada aconteceu amanhã," eu sussurrei, mais para mim mesma do que para ele.
Jin deslizou os dedos pelo meu braço, desenhando pequenos círculos, como se estivesse ponderando o que dizer. "A gente dá um jeito. Sempre damos."
E por mais simples que suas palavras fossem, elas carregavam uma certeza que, por agora, era o suficiente.
O som das batidas na porta fez meu coração pular. "Filha, se arruma, Rodrigo e Jin estão vindo para o café da manhã," a voz da minha mãe soou calma, sem imaginar o caos que acontecia do outro lado da porta.
Olhei para Jin, completamente assustada. "Como você vai sair?" sussurrei, quase sem fôlego, meu cérebro tentando encontrar uma solução rápida.
Jin, no entanto, parecia a pessoa mais tranquila do mundo. Ele se levantou da cama com uma calma irritante e caminhou até a janela. "Vou pela janela, claro," ele disse com um sorriso provocador, já abrindo a cortina para dar uma olhada no lado de fora.
"Você está louco? E se alguém te ver?" perguntei, enquanto ele espiava para garantir que o caminho estava livre.
"Confia em mim, bravinha," ele disse, voltando para me dar um beijo rápido nos lábios. "Nos vemos lá embaixo daqui a pouco."
Antes que eu pudesse protestar mais, ele já estava com uma perna do lado de fora, pronto para escalar. Meu coração batia acelerado enquanto eu o observava descer agilmente, como se tivesse feito isso mil vezes. Suspirei, sentindo um misto de alívio e nervosismo.
"Você é louco..." murmurei para mim mesma, enquanto corria para o banheiro, tentando me arrumar rápido e parecer o mais normal possível. Eu ainda estava processando tudo o que havia acontecido na noite passada, mas agora, meu foco era sobreviver ao café da manhã sem que ninguém desconfiasse de nada.
Quando desci para a cozinha alguns minutos depois, Jin já estava lá, sentado tranquilamente à mesa, como se nada tivesse acontecido. Ele me lançou um olhar cúmplice, e tudo o que pude fazer foi revirar os olhos e tentar disfarçar o sorriso que ameaçava escapar.
O clima no café da manhã estava leve, até Rodrigo soltar a bomba que me fez quase engasgar com o café.
"Jin, você não voltou para casa ontem. Eu quase não dormi de preocupação," disse Rodrigo, a voz carregada de leve preocupação, mas tentando manter o tom casual.
Senti meu corpo congelar na cadeira enquanto olhava para Jin de soslaio. Ele, por outro lado, parecia totalmente tranquilo, com aquele maldito sorriso despreocupado nos lábios. "Ah, não se preocupe, pai. Eu dormi na casa da minha namorada," ele disse com naturalidade, sem hesitar.
O café, que até então eu estava bebendo calmamente, foi direto para o lado errado da minha garganta. Tossi, tentando disfarçar o susto, mas não consegui evitar a careta que fiz. Minha mãe e Rodrigo me lançaram um olhar rápido, como se perguntassem se eu estava bem, mas logo voltaram a atenção para Jin.
"Namorada?" Rodrigo arqueou uma sobrancelha, surpreso, mas aliviado por aparentemente haver uma explicação. Minha mãe, por sua vez, olhou de forma curiosa.
Jin, sempre tão casual, me lançou um olhar de canto, aquele sorrisinho malicioso escondido no rosto. Eu sabia que ele estava se divertindo com a situação. "É... estava na hora de contar, né?" Ele olhou diretamente para mim, e a implicância nos seus olhos era clara.
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Amor fora do script
FanficÉ uma história divertida e romântica sobre Mili, uma garota que, ao descobrir que seu pior inimigo da escola, Jin, pode se tornar seu novo meio-irmão, se vê em uma situação inesperada. Entre provocações e encontros às escondidas, os dois começam a d...