capítulo 3

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A noite havia caído, e uma escuridão espessa envolvia a floresta ao redor da cabana. Lisa avançava com passos lentos e cuidadosos, sentindo o frio da noite se intensificar a cada passo que a aproximava do lugar. A luz da lua, escondida por trás das copas das árvores, mal iluminava a trilha sinuosa, deixando-a com a sensação de estar caminhando por um túnel escuro, sem fim.

Quando a cabana surgiu diante dela, parecia quase surreal, como uma sombra estranha em meio à floresta. As paredes de madeira envelhecida estavam cobertas de musgo e trepadeiras que pareciam se agarrar à estrutura, como mãos tentando puxá-la para o subsolo. Uma janela estava parcialmente aberta, balançando suavemente com a brisa, e Lisa pôde jurar que ouviu um leve ranger vindo de dentro, como um sussurro de boas-vindas sinistro.

Ela se aproximou devagar, examinando cada detalhe. Havia marcas arranhadas nas tábuas, como se alguém ou algo tivesse tentado abrir caminho para fora. O chão ao redor estava coberto de folhas secas e galhos quebrados, mas em meio ao caos, Lisa notou algo que fez seu coração acelerar: pegadas. Elas eram recentes, afundando na terra úmida, como se alguém tivesse circulado a cabana não muito tempo antes de sua chegada.

- será que foi o William?- sussurrou.

Com a lanterna tremendo levemente em sua mão, Lisa contornou a cabana, tentando enxergar algo que pudesse lhe dar uma pista sobre o que realmente acontecia ali. O vento uivava através das árvores, fazendo-a sentir como se estivesse sendo observada, como se a floresta estivesse atenta a cada um de seus movimentos. De repente, ela parou em frente a uma pequena porta nos fundos, quase escondida sob uma camada espessa de folhas caídas. Não parecia ser usada com frequência, mas algo a fez hesitar. Talvez fosse a forma como a porta parecia entalhada, como se alguém tivesse marcado símbolos que agora estavam quase apagados.

Ela estendeu a mão para tocar a maçaneta, gelada e enferrujada, quando ouviu um estalo vindo da floresta atrás de si. Virou-se rapidamente, iluminando a escuridão com sua lanterna, mas não havia nada ali, apenas sombras dançando e árvores balançando. Mesmo assim, ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma sensação de que não estava sozinha. O silêncio se tornou sufocante, e por um momento, tudo parecia congelar, como se a noite inteira estivesse prendendo a respiração junto com ela.

Lisa voltou sua atenção para a porta, determinada a descobrir o que havia por trás dela. Mas ao se abaixar para olhar mais de perto, sentiu um sussurro no ouvido, fraco e quase indistinguível, como uma voz distante. Ela se endireitou de um pulo, girando a lanterna ao redor mais uma vez, seu coração batendo acelerado. Talvez fosse apenas o vento... ou talvez houvesse algo mais na cabana do que ela estava preparada para enfrentar.

Ela não ia esperar para ver, correu de volta para a cidade o silêncio estava fazendo-a ficar assustada, ela entrou depressa no hotel, estava tudo escuro e parecia que estava sozinha, ela entrou no quarto e trancou a porta, pegou um ferro que estava perto da mesa e segurou ele a frente do corpo. Não escutou nada e então deitou-se, ela não ia dormir e estava odiando essa missão, parece que seu chefe a odiava por ser a única mulher da equipe.

Já de dia, Lisa levantou-se rapidamente e desceu até a entrada onde encontrou com o xerife, ele estava tranquilo e bebia algo, ela se aproximou.

- xerife? Sou Elisabete Hastings.

Ela estendeu a mão mas ele não estendeu a dele.

- não costumamos receber visitas na cidade, normalmente vão logo para a cabana. O que faz aqui?- ele bebeu a bebida do copo olhando para Lisa.

- me desculpa. Eu não vim para a cabana, só vim saber dos assassinatos que o senhor não resolveu.

- então deve a tal investigadora. - o xerife deu uma gargalhada e virou-se para não conversar mais com ela.

a cabana da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora