Capítulo 16

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"E sei que isso foi há muito tempo

E que não havia mais nada que eu pudesse fazer

E eu esqueço de você por tempo suficiente

Para esquecer a razão de precisar te esquecer [...]

Bem, talvez nós tenhamos nos perdido na tradução

Talvez eu tenha pedido demais

Mas talvez isso fosse uma obra prima até você rasgá-la por completo."

Taylor Swift

HARLEY

Novembro. Um mês após eu completar vinte e cinco anos. Hoje é o dia em que Ivy sai da prisão. Depois de sete anos. Não nos vimos nenhuma vez durante esse tempo todo, e não foi por falta de tentativas minhas. Ela simplesmente recusou todas as minhas visitas, que foram apenas no começo. Com o tempo, eu desisti, entendendo o que ela estava fazendo. Desistindo de mim. Abrindo mão da nossa relação por algum motivo que eu não compreendia. Que ainda hoje não compreendo. Talvez por remorso. Talvez por querer que eu seguisse em frente. Quem poderia dizer? Pamela era uma incógnita. Ainda é.

Eu devo ser grata a ela por isso? É o mínimo que Pamela deveria ter feito por mim? Sou louca por ter raiva dela por tal motivo, e não pelo fato dela ter me seduzido e abusado de tantas formas na adolescência? É normal sentir sua falta e pensar no que vivemos todos os dias? São muitas perguntas sem respostas. Nem o Dr. Nick conseguiu me ajudar a encontrá-las.

A única coisa que sei é que o jogo virou de maneira drástica quando Ivy se ajoelhou diante de mim, aos prantos, implorando para que eu não a deixasse. Se submetendo a mim de um jeito que eu pressentia que ela não havia feito com mais ninguém. Ivy estava disposta a me entregar o poder da relação. A permitir que eu a ferisse e subjugasse fisicamente como força de vingança, e por mais que isso fosse doentio, eu quis. Eu quis muito me vingar, portanto, aceitei sua proposta indecente.

— Tudo bem. Vamos fazer isso, então. Tire suas roupas e deite na cama, mas antes me entregue o strapon. — A autoridade com a qual eu disse tais palavras me chocaram. Eu era só uma adolescente sendo abusada por uma adulta que de repente parecia pronta para enfrentar qualquer coisa.

Ela piscou devagar, pareceu perplexa com o fato de eu aceitar sua proposta, mas não voltou atrás. Simplesmente retirou suas roupas e pegou no guarda-roupa o objeto fálico, além da cinta que havia usado para me surrar.

— Eu quero que você fique de bruços igual eu fiquei. — ordenei.

Ivy obedeceu sem contestar. Ela deitou no centro da cama com os braços esticados para cima onde agarrou os lençóis e deixou escapar o primeiro gemido de dor com minha cintada. Então, ela mordeu o lábio inferior e se conteve pelos próximos golpes - até que eu aliviasse todo o ódio que estava sentindo dela.

Por mais insano que tudo aquilo fosse - e eu sabia que era -, eu não posso negar que senti prazer e alívio em machucá-la daquela forma. Era uma vingança quase perfeita, e fez com que eu me sentisse menos inferior.

Eu a surrei tanto que Ivy ficou toda vermelha, e não só na bunda, como nas costas. Pude ouvir seus barulhos animalescos abafados pelo travesseiro, e quando seu rosto virou, havia lágrimas por cada canto, mas ela não disse nada. Ivy sabia que não poderia reclamar de qualquer coisa que eu viesse a fazer, pois além da oferta ser sua, era o preço a se pagar para me manter ao seu lado.

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⏰ Última atualização: Oct 24 ⏰

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