ATENÇÃO: Galera, para quem me conhece de longa data, sabem que há alguns anos eu comecei uma fanfic swanqueen sobre esse mesmo tema: abuso de vulnerável/relacionamento com diferença de idade/personagem que sofre de hebefilia e efebofilia (atração física por adolescentes), mas nunca terminei aquela história e agora, anos depois, sinto que devo fazer isso através do meu shipp favorito, reescrevendo tudo do zero, de uma outra maneira...
Não é uma história fácil de ser escrita, menos ainda de ser digerida, então não recomendo a leitura para qualquer pessoa e deixo desde já avisado todos os gatilhos possíveis:
estupro, violência em todos os sentidos, abuso de álcool, homossexualidade, transexualidade, automutilação, suicídio, sexo explícito.
O objetivo da história não é romantizar abuso, mas contar uma das tantas formas em que essa situação pode acontecer e como ambas as partes lidam com isso.
Boa sorte!
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"Encontre o que você ama e deixe isso te matar."
Bukowski
IVY
O amor, do meu ponto de vista, era uma droga extremamente nociva, que poderia te destruir mais rápido que qualquer outra.
Eu não tinha uma experiência boa no assunto. Talvez por isso minha visão fosse tão negativa, embora eu quisesse desesperadamente me agarrar às ideias fantasiosas do amor salvador que os filmes e os livros queriam nos vender.
Acontece que, quando se é criado da maneira que eu fui, não há como sonhar. Seus sonhos são esmagados, a esperança é engolida por ondas gigantescas que te arrastam para o fundo e não resta nada, só sobreviver.
Eu sobrevivi. Mas não me sentia vitoriosa por isso.
Cheguei em Smallville com todo o meu futuro planejado. Eu terminaria os meus dias naquela cidadezinha pacata, com um pouco mais de dois mil habitantes. Não era um lugar badalado, tinha poucos lugares realmente interessantes pra se entreter, mas serviria ao meu propósito.
Depois de uma vida recheada de acontecimentos absurdos e terríveis, eu precisava de paz. Gotham não me daria isso, por isso me mudei. Comprei uma casa no subúrbio, envolta de árvores, para acordar ao som do canto dos pássaros. Trabalharia de casa, como o fazia já há alguns anos, e poderia caminhar todos os dias diante daquela linda natureza. Iria nadar no rio aos domingos, comer nos poucos restaurantes, etc. Podia parecer entediante, mas eu acreditava que, para mim, seria uma vida boa. Melhor que terminar na cadeia, por exemplo.
O tédio, para alguém como eu, era preferível ao caos em que fui lançada desde criança. O caos nos desorganiza, nos leva à beira do limite. E, àquela altura, eu tinha passado de qualquer limite possível. Se eu seguisse assim, acabaria arruinando minha vida. E eu já estava velha demais para agir como uma adolescente inconsequente. Eu tinha 39 anos afinal.
Com dinheiro guardado no banco, uma casa muito confortável, um carro na garagem, remédios em dia para lidar com o borderline, hormônios, eu estava indo bem nos meus primeiros três meses naquela cidade estranha. Quando não estava em casa trabalhando e escrevendo em meu diário, eu ia conhecer cada canto de Smallville, me aventurando nos restaurantes, bares e lanchonetes. Amava tomar café, cerveja e vinho. E me surpreendi com a qualidade dos três nos lugares em que fui. Talvez a cidade não fosse tão entediante, afinal...
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All too Well
FanficPamela Isley é uma mulher misteriosa que se mudou para Smallville em busca de paz, fugindo de um passado truculento. Ela está conformada com seu destino solitário e vazio até virar amiga íntima de seus vizinhos, os Quinn. Quando conhece a filha dele...