CAP. 18 ✨️

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Depois de alguns minutos em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro, voltamos a caminhar

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Depois de alguns minutos em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro, voltamos a caminhar. O parque estava mais calmo agora, as vozes das pessoas se misturavam ao som das árvores balançando ao vento, criando uma atmosfera de paz. Meu corpo relaxava ao ritmo dos nossos passos, e eu me permitia sentir o alívio de ter Vincent ao meu lado. Eu olhava de vez em quando para ele, e seu olhar sempre parecia me lembrar de que tudo ficaria bem, mesmo quando eu duvidava disso.

— O que você acha de a gente voltar para cá no próximo fim de semana? — ele perguntou, um sorriso suave no rosto. — Podemos fazer um piquenique, como aquele grupo ali. — Ele apontou para uma família que estava reunida em uma grande toalha colorida, várias crianças correndo ao redor.

— Seria ótimo... — respondi, mas minha voz saiu meio distraída. Meu olhar estava fixo nas crianças, suas risadas ecoando pelo parque enquanto corriam de um lado para o outro, jogando bola, brincando de pega-pega. Não pude evitar; meu coração apertou de novo com aquele desejo de ter algo assim, algo que parecia tão distante agora.

Eu fiquei em silêncio, as palavras dele ecoando na minha mente. A ideia de realizar esse desejo, de ter um filho, algo que eu sempre quis, de repente parecia ao alcance, mas ainda parecia surreal. Vincent me encarava, esperando minha resposta, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, uma bola de futebol veio rolando em direção aos nossos pés, batendo levemente no meu sapato.

Eu e Vincent olhamos automaticamente para a bola, surpresos, e logo depois uma garotinha, com a pele parda, olhos castanhos e cabelos lisos, apareceu correndo em nossa direção.

— Desculpa! — ela disse, sua voz leve e cheia de energia, pegando a bola rapidamente.

— Tudo bem, querida — respondi, sorrindo para ela.

A menina sorriu de volta, correndo de volta para o grupo de amigos com a bola nos braços. Eu a observei se afastar, e algo dentro de mim aqueceu. A inocência dela, a energia, a forma como ela estava cercada de amigos, rindo e brincando... aquilo só reforçava o desejo dentro de mim.

— Você ficou olhando de novo — Vincent comentou, baixinho.

Olhei para ele, tentando disfarçar o que sentia, mas era inútil.

— Eu sei... — murmurei. — É que... não consigo evitar. Sempre que vejo crianças, eu imagino. Imagino como seria...

Vincent se aproximou, colocando um braço ao redor da minha cintura, me puxando para perto dele.

— Você seria uma mãe incrível, Lisa — ele disse com firmeza. — Eu sei disso. E se esse é o seu sonho, a gente vai dar um jeito.

Olhei para ele, surpresa com a determinação nos olhos dele. Como ele podia ser tão certo de tudo? Tão seguro de que tudo daria certo, mesmo quando o mundo parecia caótico para mim?

— Como você consegue ser assim? — perguntei, minha voz quase num sussurro.

Ele sorriu de leve, aquele sorriso que sempre me fazia sentir como se tudo estivesse bem, mesmo quando eu não conseguia enxergar isso.

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