Gigantescos tornados de fumaça negra passavam pelas redondezas, levantando toneladas de lava e pedregulhos ao redor de seu vórtice.O solo tremia com os vulcões que nasciam a todo momento no horizonte.
- Tem certeza que é aqui? - pergunta Herik.
- Absoluta senhor. - responde Hermes, entrando em uma caverna que parecia crescer como um bolo no forno.
Com seus faróis acesos, a Hermes continuou entrando lentamente na caverna, rastreando através de um radar, a cápsula de matéria escura. Um bip agudo aumentava gradativamente conforme eles se aproximavam da mórbida luz violeta que emanava do objeto.
Herik vigiava atentamente cada movimento da nave no hostil ambiente.
A Hermes parou abruptamente e dois braços mecânicos, finos e prateados, com delicadas mãos de três dedos cada, saíram de duas aberturas na carenagem.
- Devagar, devagar... - dizia Herik baixinho, com o rosto colado no para-brisa.
A nave empurrou com cuidado uma grande pedra fazendo a mesma rolar em uma piscina de lava, dando espaço para o outro braço pegar a cápsula de matéria escura, parcialmente enterrada no solo grudento de piche.
- Conseguimos! - fala Herik sorrindo.
Nesse momento toda a caverna desmoronou em cima da Hermes, enterrando a nave em uma montanha de rocha derretida.
- Estamos presos! - gritou Boris apontando para as pedras cobrindo as janelas.
Elza fechou os olhos e imaginou como seria o resto de sua vida trancada dentro da Hermes, com seu irmão nerd e um policial palerma. Sentiu calafrios ao se ver idosa, jogando dominó com os dois ao som de música country.
- Destino? - Pergunta a nave, com uma voz calma. Calma demais para a situação.
- Vamos encontrar os piratas do espaço! - responde Herik, sem saber o que a nave iria fazer para sair daquela enrascada.
O solo continuou a tremer e eles sentiram a nave afundar alguns metros antes da montanha se estufar e explodir em forma de um vulcão.
A Hermes foi expelida da caverna, como uma rolha de champagne, alcançando as nuvens mais altas em poucos segundos. Centenas de toneladas de pedras caíram de volta ao solo assim que chegaram na estratosfera.
Boris ainda estava apavorado e Elza ainda estava mergulhada em seu pesadelo quando uma voz masculina soou através do rádio.
- Aqui é o Capitão Tabor! Pare essa nave imediatamente e entregue a cápsula ! - ordenou, com um tom de voz muito firme.
- Capitão Tabor! - Boris gritou sorrindo.
- Estamos cercados. - disse a Hermes, gerando um pequeno holograma em que o planeta Vênus estava rodeado de pequenos pontos vermelhos.
- Capitão! Sou eu! Boris Aniceto!
- Boris? O que faz aí? - perguntou o surpreso capitão.
- É uma longa história, senhor! Nós... - antes que terminasse de falar Herik ordenou que a nave escapasse o mais rápido que pudesse.
Quando Elza finalmente conseguiu recuperar o fôlego a nave caiu em direção ao solo novamente.
Em menos de um segundo estavam cortando a densa atmosfera de Vênus como um relâmpago, e continuou descendo mesmo depois de bater no chão. A Hermes atravessou a camada externa da crosta de rocha, a extensa camada de lava e em seguida o núcleo de ferro derretido do planeta.
- O que tá fazendo? - perguntou Herik assustado, protegendo os olhos do brilho radiativo que entrava pela janela.
- Escapando o mais rápido que posso. - responde a nave calmamente.
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Herik do mundo sem lua e o guardião da matéria escura
Khoa học viễn tưởngHerik era um garoto normal de onze anos. Era curioso sobre tudo. Um tipo de nerd, mas muito longe de ser um gênio. Não aprendia as coisas tão rápido quanto um gênio, nem resolvia problemas como os gênios. Nunca fez uma descoberta espantosa nem inven...