Capitulo 05 - Hermes

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A nave de Zonuns estava flutuando a poucos centímetros do chão, mas se mantinha fixa na mesma posição, sem tremer um milímetro sequer. Por fora parecia uma bola de prata, perfeitamente esférica, com duas portas e uma janela de vidro bem no centro. Por dentro, todo o acabamento da nave era branco, com uma misteriosa iluminação que vinha de todos os lados. Tudo era branco. O teto, as paredes, o piso, e todos os objetos em formas curvilíneas. A claridade no interior da nave era tão forte quanto a superfície de Makemake. Era extremamente limpo, organizado e silencioso.

Herik e Sid percorreram a nave em busca da estação de comando. Entraram em um apertado elevador tubular e subiram para o próximo piso, largando Elza no que parecia ser o compartimento de carga, com a porta que dava acesso à superfície do planeta ainda aberta. Ela se encolheu em um canto e ficou resmungando sozinha dentro de seu capacete: - Vou matar esses meninos...vou matar esses moleques...Olhou para fora e viu os vultos das baratas do espaço se aproximando, com suas miras a laser cortando o nevoeiro.

- A porta! A porta! - ela olhou em volta à procura de algum botão ou alavanca. Mas não havia nada. - Herik! Fecha a porta da nave!

Herik e Sid pararam em frente à estação de controle minimalista e se olharam em pânico. Um painel branco e liso, com poltronas brancas e lisas pairando no ar como balões. No painel só havia quatro botões brancos, e esses pareciam ser os únicos botões em toda a nave.

- Qual deles? - pergunta Sid com a mão levantada, pronto para apertar qualquer um.

Herik sente seu novo bracelete vibrar e uma voz parecida com a de Zonuns ecoa pelo complexo, mas em uma língua desconhecida. Cinco segundos depois a voz volta a falar, dessa vez na língua dos meninos:

- Qual sua ordem?

- O computador da nave! - diz Sid, procurando de onde vinha a voz.

- Não sou um computador! Sou uma nave. Meu nome é Hermes.

Os Táurios começam a atirar na nave fazendo estrondos do lado de fora. Elza entra no elevador e vai para junto dos garotos.

- Feche a escotilha! - ordena Herik. A nave obedece e a escotilha se fecha rapidamente. Os Táurios se aproximam e continuam atirando.

- Qual nosso destino? - pergunta Hermes. Os três se olham sem saber o que responder.

- Bem longe daqui! - grita Herik olhando os Táurios pela janela.

Sem fazer barulho a nave sai em disparada para o alto a uma velocidade inconcebível para os humanos. Em poucos segundos era possível ver Makemake inteiro pela janela e em menos de um minuto o planetoide era apenas um pequeno ponto brilhante no espaço.

- Pra onde estamos indo? - pergunta Elza para o irmão.

- Não sei!

- MACS0647-JD. A galáxia mais distante do universo observável. A 13,3 bilhões de anos luz de nós. Um lugar bem longe daqui. - responde Hermes calmamente. - Deseja ativar o hiperespaço?

- Olha o que você fez Herik! Onde a gente tá? Quem era aquele baixinho? Ele ta morto!

- Um alienígena de Eta Carinae.

- Um alienígena? - Elza andava freneticamente de um lado para outro. - Outro alienígena? E o que ele estava fazendo na casa desse idiota? - ela pergunta apontando para Sid.

- É uma longa história Elza! A gente só precisa fugir e esconder a matéria escura dos Táurios.

- Matéria o que? Do quê você tá falando ?

- Isso! - Sid mostra a cápsula com seu brilho peculiar. Elza para de andar e estalar freneticamente os dedos. Pega a cápsula da mão do garoto e fica admirando seu brilho por alguns segundos.

Herik do mundo sem lua e o guardião da matéria escuraOnde histórias criam vida. Descubra agora