Capítulo 10

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Adrian estacionou em um estacionamento bem em frente à escola.

Assim que saímos do carro, praticamente todos ao nosso redor começaram com os cochichos.

Meu peito se apertou e aquilo me deixou envergonhada. Eu só queria sair dali e ir embora, mas não posso, faltam duas semanas para as férias, não posso faltar agora.

— Não ligue para isso. — Adrian veio para o meu lado.

— É difícil. Fico impressionada da maneira que as coisas rolam solta nessa cidade. E rápido. — Me viro para ele.

— Qualquer coisa me manda mensagem, ou pode ligar se preferir. — Ele sorri e coloca suas mãos em meu rosto, depositando um beijo atencioso na minha testa.

Adrian da a volta em seu carro, ainda com seus olhos em mim e entra, dando partida logo após.

Respirei fundo e entrei na escola, sentindo os olhos de todos me fuzilando.

Quando entrei na escola, de longe vi Lana pegando seus livros no seu armário.

— Lanaaa! — Grito feliz ao vê-la e corro em sua direção.

— Oi amigaa! — Ela faz o mesmo e corre em minha direção também.

Nos abraçamos e rimos juntas pelo escândalo exagerado que fizemos ao nos ver.

— Está se sentindo melhor? — A mesma pergunta com seus livros nas mãos.

— Sim, bem melhor, tenho tanta coisa pra te falar. — Ela me olha entusiasmada, e gruda em meu braço.

Caminhamos até nossa sala que fica no segundo andar e nos sentamos.

Somos do fundão, não que sejamos bagunceiras, apanas falamos demais, fico atrás dela.

— Está me devendo falar sobre ontem ainda viu, você prometeu de dedinho. — Ela diz virada para mim.

— Relaxa, no intervalo falo tudo! Tim tim por tim tim. — Sorrimos.

Enquanto a aula não começava, as três meninas mais insuportáveis da sala chegaram.

Assim que me viram, abriram um sorriso debochado enorme, e, para minha infelicidade, vieram até minha carteira.

Lídia, Viviane e Fernanda. As três cadelas sujas dessa escola. Elas se acham as maiorais, ninguém avisou a elas que isso de "popularidade" já está ultrapassado e ninguém se importa com a existência delas. Ridículo.

— Olha só quem está aqui. — Lídia, a "líder" da cachorras diz.

— O que você quer? Me vê quase todos os dias e vem falar como se não me visse a tempos. — Respondo já sem paciência, sabendo o porquê de estarem ali.

Todos da sala estavam atentos às provocações das três, especialmente Lana que é louca para socar a cara de cada uma.

— Você não tem vergonha garota? Todos já estão sabendo que seu namoradinho pobre te traiu. E hoje, aparece aqui com outro cara, muito bonito não posso negar. — Elas sorri, tentando me atingir.

— Cuida da sua vida. — Eu não sei oque falar e isso me coloca em uma posição constrangedora.

— Olha aqui Lídia, você fala tanto mas todo mundo sabe que você dá essa buceta podre para o filho da faxineira. E outra, você só estuda nessa escola por que seu pai estava traindo sua mãe com a diretora e hoje estão juntos, já vocês duas, Viviane e Fernanda, são outras que correm atrás dessa carniça como duas urubuas que é isso que vocês são. Saiam da minha frente porque minha paciência com vocês já esgotou a muito tempo. — Risos são ouvidos por todas essas quatro paredes e as três ficam sem reação. Incrédulos pelas palavras cruéis de Lana.

— Você vai ver só comigo Alana. — Lídia diz suas últimas palavras e sai andando para fora da sala com suas urubuas atrás.

— Nossa amiga, fiquei impressionada, você foi demais!

— Isso não foi nada, elas merecem ouvir muito mais.

— Tudo bem turma, vamos começar a aula. — A professora de matemática entra.

Odeio essa matéria e odeio ainda mais essa velha nojenta. Esse cabelo raso vermelho dela combina com com sua cara de pimentão podre. Azeda.

● ● ●

Duas aulas se passaram e já era hora do primeiro intervalo. Como estudo em período integral, tem 3 intervalos, é bem cansativo esse turno.

Eu e Lana descemos para o refeitório juntas e fomos até a cantina comprar salgado e coca.

Na verdade, ela comprou coca e eu um suco da bioleve, é meu preferido.

Em seguida nos sentamos em uma das mesas espalhadas pelo local e começamos a conversar.

— Vai, fala, quero saber de tudo. — Lana se empolga.

— Então, eu dormi na casa de Adrian depois da festa, ele achou melhor por que assim iria cuidar de mim. — Começo, já a deixando desacreditada. Já até imagino oque ela está pensando. — Ele me viu...pelada. - Solto e Lana da um pequeno grito.

— O que?!!

— Ele estava me ajudando a tirar minha roupa então teve que ver, né?

— Amiga do céu, tava tudo aparado ai embaixo né? — Ela brinca.

— Lógico sua tonta. Mas ele não olhou para minha...sabe? Ele só olhou para os meus peitos e depois disso desviou o olhar. Acho que por respeito, eu tava bêbada então sei lá...Mas enfim, nós dormimos juntos, porém nada aconteceu, ele disse que não me tocaria bêbada.

— Ai que fofo amiga, investe. — Rimos.

— Quer saber a melhor parte? Ele terminou com a imunda da namorada dele por mim!

— O QUE?! - Dessa vez sua voz sai ainda mais alta, chamando atenção de quem estava perto. Que vergonha essa menina faz eu passar. — Amiga do céu, como assim? Do nada? Jesus!

— Ele disse que quer ter mais tempo pra mim e que ela tirava o tempo dele.

— Ai meu Deus até eu tô me apaixonando. — Eu e Lana damos risada pela sua resposta. — Brincadeira óbvio, mas amiga, que incrível, ele é um fofo com você, né? E sobre ele e Alexandre?

— Alexandre foi me procurar e Adrian ficou muito irritado com isso. Eles discutiram e Alexandre deu o primeiro soco. Adrian não ia deixar assim, ele tem um temperamento bem alto e já estava se segurando até demais. Depois disso foi só ladeira, Adrian começou a dar muito soco nele. Foi horrível amiga, o rosto dele estava todo cheio de sangue, não teve nem como reagir o coitado. — Lana solta uma risada.

— Acho é muito pouco para esse idiota. Merecia mais. Parabéns pro Adrian, 10/0 pra ele. Divo, erra nunca. — Caímos na risada novamente.

— Foi bem traumatizante ver aquela cena, mas eu não estava nem ai para Alexandre, tava era preocupada com Adrian porque tinha muita gente em volta e estavam gravando.

— Da nada, a família dele tem poder, agora junta a de vocês dois piorou. — Concordo.

Eu e Lana terminamos de comer e assim que o sinal bateu voltamos para a sala.

Novamente aquela mesma rotina chata de aulas e mais aulas começou.

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