Olá, pessoas!
Muito feliz que estar de volta por aqui! Espero que vocês não tenham se esquecido de mim!
Mensagem Natalina está em pré-venda na Amazon (Link no meu perfil)! Lançamento será dia 15/11!
Por aqui serão dois capítulos por semana!
Vale ressaltar que Mensagem Natalina é apenas um conto!
Segue o primeiro capítulo:
A primeira regra que deve ser seguida no amigo secreto é o valor estabelecido.
Se foi combinado um presente na faixa dos cinquenta reais, por favor, compre algo que, ao menos, se aproxime desse valor.
A segunda regra é manter segredo sobre quem você tirou, essa regra é básica!
A terceira e mais importante: não participe de amigo secreto se for no ambiente de trabalho.
Não é só pelo fato de você comprar um presente especial e gastar até um pouco mais de dinheiro, e sim porque você vai acabar comprando uma bolsa cara para agradar sua chefe e receber uma caneca com seu nome escrito errado.
Sinceramente, eu não sabia qual era o problema da Clarice comigo. Trabalhamos juntas faz quase um ano e ela ainda me chama de Aline. Eu nem me importava com aquela provocação silenciosa, mas ela ter me dado uma caneca com o nome ALINE em letras maiúsculas, pareceu ser mais do que uma simples afronta.
Eu consegui abrir a boca e agradecer pelo presente, mas meu sorriso de constrangimento deve ter sido capturado por cada celular apontado para mim na hora da foto.
– Você sabe que pode ir até lá e falar seu nome verdadeiro a ela, não sabe?
Escuto a voz de Maya enquanto encaro a tela do meu computador. Contive a vontade de jogar aquela caneca na lixeira do outro lado da sala, bem a vista de Clarice.
Respirei fundo e a encarei.
Era óbvio que eu estava irritada com aquilo, mas era mais óbvio ainda que eu não falaria nada e nem jogaria a caneca fora.
– Estou tentando não responder às provocações dela – falo devagar.
Maya estreita os olhos em minha direção e se inclina.
– E assim se passou um ano. Quanto tempo mais você vai esperar até ela aprender seu nome, Aline?
Afasto a cadeira da minha escrivaninha e me inclino na direção de Maya.
– E o que você quer que eu faça? Ela é nossa supervisora.
Maya solta um sorrisinho de desdém.
– Se continuarmos aqui, ela vai passar o resto da vida te chamando pelo nome errado. Por que você não vai lá e diz que seu nome está escrito errado na caneca?
Volto a me aproximar do computador e coloco as mãos sobre a mesa.
Não era apenas o fato de eu não me importar com as provocações ou o desdém de Clarice; eu realmente não queria começar uma disputa no meu ambiente de trabalho. Algumas pessoas poderiam me considerar uma idiota por isso, mas não me importo.
– Às vezes eu queria ser calma como você – diz Maya. – Teria evitado mais da metade dos problemas que tenho.
Abro um pequeno sorriso e volto a encarar a caneca.
– Você sabe muito bem que paciência não é o meu forte – afirmo.
– Mas é resistente, fica aí sentada como se nada te atingisse, nem mesmo uma caneca errada! – Maya fala com tanta leveza que quase me faz acreditar.
Quem dera fosse tão fácil. Ela nem imagina o estrago que minhas palavras já causaram, e era exatamente por isso que eu me mantinha firme.
– Alina? – a voz dela captura minha atenção, e meus olhos encontram seu rosto. Maya exibe um grande sorriso e me estende uma caixa marrom. – Sua sorte é que a sua amiga, nada secreta, comprou um presente decente para você.
Eu sorrio de volta e me levanto. Antes mesmo de pegar a caixa, a abraço, e logo sinto seus braços me envolvendo.
Maya era a única pessoa do trabalho que eu considerava uma amiga. Conversava com todos, evitava intrigas e detestava fofocas, mas a pessoa mais próxima de mim era ela. Tínhamos nossas diferenças, mas nos dávamos bem.
– Obrigada.
Voltei a me sentar e coloquei a caixa sobre a mesa antes de abri-la.
Dentro, havia um globo de neve.
– Neve? – perguntei, levantando as sobrancelhas.
– Não vendem globo com cadeira de praia – retrucou Maya.
– O que é um absurdo! Faz tanto calor onde moramos que no Natal nós vamos à praia e meu tio toma café gelado – falo enquanto sorrio.
– Eca, Alina! – Maya fica de pé. Seus olhos pousam sobre minha caneca e depois voltam para sua mesa.
– Você sabe que pode ir até ele e falar que odiou o chaveiro, não sabe? – pergunto, levantando as sobrancelhas.
– Pelo menos você ganhou algo que pode ser usado. O que eu faço com um chaveiro?
– Coloca na chave da sua casa, vai ficar uma gracinha.
– Eu não vou colocar um chaveiro com o nome da empresa na chave da minha casa – ela resmunga. – Volto logo!
Maya sai rumo ao banheiro e eu volto a me concentrar na tela do computador.
Verifico minha agenda para ter certeza de que não esqueci de nada. Só voltarei ao trabalho depois do Réveillon.
Risco algumas coisas da minha lista e percebo que preciso ir ao mercado. Preciso levar algumas coisas para a viagem e me preparar para deixar o apartamento vazio por quatro semanas.
Então vejo o último item da minha lista e suspiro.
Fazer as malas
Lembrar de organizar as pastas no computador
Ir ao mercado
Presente de casamento
Eu era uma péssima pessoa por deixar para comprar o presente de casamento da minha irmã caçula na última hora, mas a culpa não era minha por Ísis ter escolhido um casamento natalino. Já tinha presentes suficientes em mente.
O que mais me incomodava não era o fato de ser um casamento natalino – Ísis sempre teve um gosto peculiar. Minha maior preocupação era com quem minha irmã mais nova estava se casando. As únicas palavras que ela disse foram: "Você já o conhece, tenho certeza de que ficará surpresa quando descobrir quem é."
Aquilo me deixava muito nervosa. Tentei persuadir minha mãe a me contar, mas ela estava mais animada com a expectativa de me ver surpresa ao conhecer o noivo de Ísis.
Afasto esses pensamentos por um instante e volto a me concentrar no trabalho.
Em breve, eu finalmente conheceria o tal noivo.
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Próximo capítulo na sexta!
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Mensagem Natalina
Short StoryFicção cristã, conto de Natal e romance! Tudo o que Alina sempre quis foi conquistar sua independência e ir embora de Azul Marinho, uma cidade litorânea no interior. Agora que alcançou esse objetivo, ela se sente vazia e sozinha. De volta à sua cida...