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O jantar havia sido perfeito à sua maneira.

Ramiro conhecera as quatro irmãs de Kelvin, nenhuma delas brigou ou gritou alto.

Nonna assistiu sua novela em um volume estável, ninguém tocou o piano, Irene organizou o jantar antes que Ramiro chegasse, não deixando que o genro esperasse muito. Todos sentaram-se à mesa, conversaram em um volume suportável para Ramiro e também não o encheram de perguntas.

Claro, as matracas que Kelvin chamava de irmãs tinham muitas perguntas para Ramiro, mas a grande maioria eram perguntas sobre preferências, e isso não era difícil demais e nem exigia energia além do que Ramiro pudesse gastar em simples respostas.

Perguntas sobre a faculdade, família, se Ramiro já havia visitado a Itália — não, não havia —, e Nonna também havia enfiado ali uma pergunta sobre os planos de Ramiro sobre ser pai.

— Não sei, nunca convivi com um bebê ou uma criança antes. — foi a resposta sincera do preto. Não era bem o que Irene e Agatha queriam ouvir, mas estava bom para o momento.

Ao fim da noite, Ramiro insistiu bastante para que o deixassem organizar a cozinha, pelo menos lavar a louça, mas Kelvin não deixara.

Podia ver o esgotamento claro na expressão de Ramiro e soube no mesmo instante que só estava sendo educado demais.

Avisou a família que precisavam ir e guiou o Ramiro lento de tanto sono até o carro, dirigindo por meia hora até chegarem à casa bonita que até já havia decorado o endereço.

— Ramiro, chegamos. — tocou no ombro do outro, sacudindo com cuidado — Ramiro… baby, já estamos na sua casa.

Mas nada. Ramiro estava com aquele biquinho fofo que fazia quando estava em um sono gostoso.

E apesar de conseguir carregar Ramiro no colo, era alto demais e Kelvin poderia acabar batendo sua cabeça em alguma parede.

Saiu do carro, dando a volta e abrindo a porta.

— Você vai ter que me ajudar.

Colocou as pernas de Ramiro para fora do carro, jogando o braço ao redor de seus ombros e puxando-o pela cintura para que ficasse de pé ou algo parecido com isso.

Uma de suas irmãs era fisioterapeuta e ela mesma já havia lhe ensinado técnicas para levantar sua mãe na pior época da quimioterapia. Não era exatamente a mesma coisa que levantar sua mãe, já que ela era menor e mais leve, mas ainda servia.

E com cuidado, tirou o homem sonolento lá de dentro, cambaleando e tropeçando pela casa até chegar no quarto do econometrista.

Ramiro sentou na cama completamente desnorteado e Kelvin aproveitou para desabotoar sua blusa, tirando de seu corpo.

Deitou o homem e lhe tirou os sapatos e a calça, deixando ele apenas de cueca.

Se aproximou de Ramiro pra deixar um beijo em seu rosto, mas Ramiro sussurrou:

— Fica.

Kelvin queria e muito.

Independente se o pedido foi consciente ou não, ficaria.

Verificou se a casa estava toda trancada, desligou as luzes, tirou as roupas e se deitou ao lado de Ramiro.

Observou o homem dormindo tranquilo ao seu lado e sentiu vontade de acariciar seu rosto, mas se segurou.

— Por que você não me falou antes, hein? Eu não ia te deixar, só quero te cuidar como se você fosse meu. E bem que eu queria que fosse.

Quando Ramiro abriu os olhos, inspirou e sentiu o cheiro de Kelvin no ar, dando um sorrisinho.

Os Números do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora