Quando chegaram do shopping, Kelvin deixou Ramiro seguir sua rotina até que estivesse de banho tomado e devidamente vestido.
Pareciam mesmo um casal de verdade apenas pela causalidade que faziam as coisas.
Kelvin entrou no banheiro como se também fosse seu e saiu com a toalha enrolada na cintura como se fizessem aquilo todos os dias.
Mas não era tão casual para Ramiro, que olhava para o corpo seminu de Kelvin e não conseguia desviar o olhar.
— O que foi? — Kelvin mostrou um sorrisinho.
— Você é muito bonito.
— Muito obrigado.
— Quero tocar em você.
A confissão do homem chamou a atenção de Kelvin.
O ruivo se aproximou de onde Ramiro estava, sentado na beira da cama, e parou em sua frente.
— Você pode tocar em mim.
— Onde?
— Onde você quiser.
Ramiro olhou Kelvin de cima a baixo, o olhar demorando mais sobre a virilha, deixando tudo mais claro. Ramiro estava com tesão.
— Posso sentar no seu colo?
— Pode.
— Quer tirar minha toalha primeiro?
Ramiro assentiu, levando a mão trêmula até o nó que prendia a toalha e desfazendo-o.
Kelvin estava completamente nu à sua frente.
Ramiro queria olhar, mas tinha muita vergonha para encarar diretamente.
Kelvin se sentou sobre o colo de Ramiro, sentindo o calor do corpo do outro mesmo através do pijama que usava no dia a dia.
— Está com vergonha?
— Um pouco.
— Que tal botar em prática as coisas que vimos nas nossas aulas?
— As preliminares?
— Uhum.
— Tudo bem.
Kelvin queria pedir que Ramiro começasse, mas ele iria travar de tanto nervoso, então iniciou ele mesmo as preliminares.
Muito devagar, foi conduzindo o momento para rolar algo de verdade.
Se Ramiro continuasse respondendo bem aos seus beijos, provavelmente estaria relaxado o suficiente para dar mais um passo.
Mas Kelvin tentou não pensar demais naquilo, até porque ele mesmo estava completamente entregue aos estímulos que Ramiro lhe fazia. Adorou ver sua desenvoltura, mesmo que ainda não perfeitamente executada, era cheia de desejo.
Devagar Kelvin foi jogando seu peso sobre o tronco de Ramiro, levando-os a ficarem completamente deitados na cama.
— Posso tirar sua blusa?
Ramiro o olhou por alguns segundos como se Kelvin sequer tivesse falado português. Estava tão imerso que mal conseguia formar frases inteiras.
— Sim. — Ramiro respondeu ofegante.
Kelvin deslizou a peça para longe, aproveitando o corpo de Ramiro à sua disposição, assim como seu corpo também estava à mercê dos toques exploradores do outro.
— Posso tocar em você por dentro da calça?
— Pode tirar a minha calça.
Kelvin quis elogiar a ousadia, mas preferiu fazer isso depois para não desconcentrar Ramiro.
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Os Números do Amor
RomanceRamiro Neves está feliz com o seu trabalho e sua rotina, mas sua família não. A pressão em cima do homem para que forme uma família está tirando sua paz. Até porque, para pessoas como ele, que estão dentro do espectro autista, se relacionar minimame...