Twenty-nine

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Superando.
Agora...

ISLA BROWN

Os últimos dias tinham sido uma montanha-russa emocional. A viagem para a Disney foi mágica, e a reaproximação com Lewis me deixava esperançosa, mas agora, de volta à realidade, percebi que não seria fácil deixar o passado para trás. A vida que levávamos, especialmente a pressão da mídia e os compromissos de Lewis, ainda era um desafio.

A casa, onde uma vez sonhei em construir uma vida com ele, agora me lembrava dos altos e baixos que enfrentamos. As paredes pareciam carregadas de memórias, algumas felizes, outras dolorosas. Olhei ao redor, tentando encontrar um sentimento de paz, mas as sombras do passado pareciam persistir.

— Isla, você está bem? — Lewis perguntou, interrompendo meus pensamentos. Ele estava na sala, com a expressão de quem havia acabado de voltar de uma corrida intensa, mesmo que não estivéssemos no circuito. A maneira como seu olhar se fixou em mim me fez sentir que ele estava atento a cada detalhe.

— Estou, sim. Só... pensando — respondi, forçando um sorriso. Não queria preocupar Lewis com minhas inseguranças, especialmente agora que estávamos tentando recomeçar.

Ele se aproximou e me envolveu em um abraço. Seu calor era reconfortante, e por um momento, tudo parecia estar certo. Mas logo, a realidade se impôs novamente. A pressão de sua carreira e a presença constante da mídia eram coisas que não podíamos ignorar.

— Eu sei que você tem uma agenda cheia — comecei, hesitante. — E a mídia não facilita as coisas para nós, não é?

Lewis soltou um suspiro. — É verdade. A pressão é intensa, especialmente agora que estamos sendo observados de perto após a viagem. As pessoas sempre têm algo a dizer, e isso pode ser desgastante.

— Eu sinto como se tivéssemos que ser perfeitos o tempo todo — admiti, sentindo o peso das palavras. — E quando algo dá errado, parece que toda a base que tentamos reconstruir desmorona.

— Eu também sinto isso — ele disse, sua voz baixa e cheia de compreensão. — Mas a verdade é que a perfeição não é realista. Precisamos encontrar um jeito de lidar com isso juntos.

A conversa estava nos levando a um lugar mais profundo. Era importante que falássemos sobre os desafios que nos cercavam, especialmente se quiséssemos que nosso relacionamento fosse sólido.

— Como você se sente em relação à mídia? — Lewis perguntou, seus olhos fixos em mim.

— Sinceramente? Às vezes, sinto que não posso sair de casa sem ser observada. Isso me deixa nervosa. Não quero que Ava cresça em um ambiente onde cada movimento dela seja analisado. — Olhei para a janela, onde a luz do sol filtrava suavemente através das cortinas. — Quero que ela tenha uma infância normal, longe dos holofotes.

— Eu entendo. E isso é algo que quero para ela também — Lewis respondeu, aproximando-se de mim, como se estivesse tentando transmitir um sentimento de proteção. — Nós dois vamos ter que ser firmes e defender nosso espaço. A mídia pode ser cruel, mas não podemos permitir que isso afete a nossa família.

— Você realmente acha que podemos fazer isso? — Perguntei, a dúvida ainda presente na minha mente.

— Sim, eu acredito. Se estivermos juntos, podemos enfrentar qualquer coisa. Mas isso exige que ambos nos apoiemos e comuniquemos nossos medos — Lewis disse, e pela primeira vez em um tempo, senti que estávamos na mesma sintonia.

Concordei, sentindo uma onda de alívio. O desafio de enfrentar a mídia e os compromissos dele era apenas uma parte do que estávamos passando. Precisávamos estar dispostos a trabalhar juntos e enfrentar a pressão.

— E quanto aos compromissos da sua carreira? Eu sei que você está se dedicando a ser mais presente, mas o que isso significa na prática? — perguntei, nervosa.

— Estou tentando ajustar minha agenda — ele respondeu. — Quero priorizar o tempo em família. Isso significa dizer não a alguns compromissos, especialmente se eu sentir que eles interferem em nosso tempo juntos. Eu não quero que Ava cresça sem saber quem eu sou de verdade.

A sinceridade em sua voz ressoou em mim. Ele estava realmente se esforçando para fazer isso funcionar, mas havia um medo latente de que, mesmo com todos os esforços, as pressões externas poderiam nos separar novamente.

— E se, no final, as coisas não funcionarem? — minha voz saiu mais baixa, como se eu estivesse confessando um medo oculto.

— Então nós aprenderemos com isso. A vida não é perfeita, e nós não temos que ser. O importante é que estamos juntos, e isso é o que conta — Lewis disse, colocando a mão no meu ombro. — E se precisarmos de ajuda, podemos buscar apoio, seja de amigos ou profissionais. Não precisamos fazer isso sozinhos.

Aquilo me fez sentir um pouco mais leve. O compromisso de ambos em enfrentar os desafios parecia um passo na direção certa.

— Eu quero acreditar que podemos superar isso — disse, finalmente olhando nos olhos dele. — Estou disposta a tentar, mesmo com medo.

— E eu também. Juntos, podemos superar qualquer desafio. E quem sabe, se formos fortes, poderemos inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Afinal, todos enfrentam lutas, não é?

A ideia de que poderíamos ser um exemplo, mesmo em meio a dificuldades, trouxe um novo sentimento de esperança.

— Vamos fazer isso. Vamos lidar com a pressão da mídia, com os compromissos, e com tudo o que vier, como uma equipe — afirmei, sentindo-me mais confiante.

Lewis sorriu, um sorriso que refletia não apenas alívio, mas também determinação. — Exato. E vamos fazer isso do jeito que sabemos: colocando Ava em primeiro lugar.

Com isso, nossa conversa se transformou em um espaço de esperança e promessas. A cada palavra trocada, a cada gesto, sentíamos que estávamos mais próximos do que nunca. Começamos a planejar o que fazer nos próximos dias, como ir ao parque com Ava, ou mesmo passar um tempo na galeria.

— Que tal começarmos a planejar um projeto de arte com Ava? Ela adoraria — sugeri, um sorriso se formando em meu rosto ao imaginar a ideia.

— Isso seria incrível! Podemos fazer uma tarde de arte em família. Quero ver o que a nossa pequena artista tem a oferecer — Lewis respondeu, rindo. O som de sua risada era como música para meus ouvidos, um lembrete de que a alegria ainda estava presente entre nós.

Enquanto conversávamos e ríamos, percebi que a reaproximação era mais do que apenas um desejo de estar juntos; era um esforço genuíno para enfrentar os desafios e construir um futuro que honrasse tudo o que éramos.

Aquela noite, com as luzes da cidade brilhando pela janela, fizemos um pacto silencioso. Um pacto de que lutaríamos um pelo outro, que enfrentaríamos juntos as tempestades, e que sempre colocaríamos nossa família em primeiro lugar.

A jornada à frente ainda seria cheia de desafios, mas finalmente sentia que não estávamos sozinhos. Estávamos juntos, e isso, para mim, era o mais importante.

𝐈 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔|| LEWIS HAMILTON Onde histórias criam vida. Descubra agora