Twenty-three

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Decisões e medos.
Agora...

ISLA BROWN

Os dias seguintes à corrida no México foram mágicos, como se a atmosfera festiva ainda pairasse sobre nós, mesmo ao voltarmos para Londres. Eu estava relutante em deixar o calor do México, mas, ao mesmo tempo, a excitação de estar em casa me encheu de esperança. Os dias ao lado de Lewis e Ava, embora curtos, foram repletos de momentos que renovaram minha fé na família que éramos e poderíamos ser novamente.

Lembro-me do último dia no México, quando decidimos explorar as praias antes de embarcarmos. Lewis estava radiante, como se a adrenalina das corridas ainda pulsasse em suas veias. Nós três fizemos um passeio pela costa, a areia quente sob nossos pés, e o sol brilhando intensamente. Ava estava animada, correndo em direção às ondas, rindo e gritando de alegria enquanto as águas dançavam ao redor de seus pés.

— Papai! Olha como eu consigo correr mais rápido que as ondas! — ela gritou, sua voz cheia de entusiasmo.

— Você é uma verdadeira campeã, Ava! — Lewis respondeu, sorrindo amplamente. Seu olhar estava cheio de amor e admiração, e eu não pude deixar de notar como os olhos dele brilhavam ao observar nossa filha.

Aqueles momentos foram essenciais para nós três. A conexão que sentíamos era palpável, e as paredes que tínhamos construído ao longo dos anos pareciam desmoronar, permitindo que a vulnerabilidade e a sinceridade fluíssem novamente entre nós.

No dia seguinte, antes de partirmos para Londres, decidimos aproveitar nosso último café da manhã em um pequeno restaurante à beira-mar. Sentamos à mesa com vista para o oceano, e as ondas se quebravam suavemente, criando uma sinfonia tranquila que parecia perfeita para o clima que havia se instalado entre nós.

— Que tal um brinde? — Lewis sugeriu, pegando um copo de suco de laranja. Ava, empolgada, fez o mesmo com seu copo de água.

— Para novos começos! — eu disse, levantando meu copo. E, em um momento de alegria compartilhada, nos unimos em um brinde que simbolizava a esperança de um futuro melhor.

Na viagem de volta, as conversas entre nós se tornaram mais fluidas, mais leves. Lewis falava sobre suas corridas, sobre as expectativas para a próxima temporada, e eu compartilhava meus planos para a galeria. Era como se estivéssemos reescrevendo nosso próprio roteiro, um que não envolvia dor, mas sim possibilidades.

Quando finalmente pousamos em Londres, a realidade começou a se instalar novamente. O frio cortante da cidade nos recebeu, e, enquanto nos dirigíamos para casa, uma parte de mim temia o que poderia acontecer a seguir. Estávamos longe da energia contagiante do México, e as sombras do passado pareciam voltar a assombrar-me.

Nos primeiros dias de volta, a rotina de Ava voltou ao normal, com a escola e as atividades ocupando seus dias. Lewis e eu nos encontramos frequentemente, conversando sobre a melhor maneira de dividir o tempo com nossa filha e, aos poucos, resgatando o relacionamento que havíamos deixado de lado.

— Podemos nos encontrar mais, talvez uma vez por semana para fazermos algo divertido com a Ava? — Lewis sugeriu em uma de nossas conversas. Havia uma sinceridade em sua voz que eu não podia ignorar.

— Isso seria bom. Ela adora passar tempo com você — respondi, hesitante, mas também animada com a ideia de reestabelecer a conexão.

As semanas passaram e, aos poucos, fui percebendo que estava me sentindo mais confortável ao redor de Lewis. Porém, à medida que me aproximava dele, os medos do passado começavam a assolar meus pensamentos. E se as velhas dores voltassem? E se voltássemos a nos machucar? Essas perguntas não saíam da minha cabeça.

𝐈 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔|| LEWIS HAMILTON Onde histórias criam vida. Descubra agora