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Vivian Barbosa
São Paulo

-O que acha dessa? - Olhei a camisa nas mãos da Amanda e fiz careta.

-Mulher você já viu o Raniele usando camisa estampada assim? Não conhece teu homem não? - Ela bufou.

Duas horas rodando o Shopping pra querida comprar um presente pro Raniele.

Perguntei qual a data comemorativa e ela teve a cara de pau de me responder:

Mêsversário de namoro.

Sou muito amargurada mesmo, não é possível.

Estávamos na Boss e eu só acompanhava Amanda com o olhar enquanto ela rodava a loja toda com um vendedor no seu encalço.

Pelo menos tinha lugar pra sentar.

Puxei o telefone da bolsa e fiquei rolando o feed o do Instagram, mas na verdade minha mente estava longe.

Em um certo argentino.

A solitação pra seguir ainda estava lá.

Eu me remoia por dentro morrendo de vontade de aceitar, de pedir pra ele me encontrar, de falar com ele.

Mas eram tantas camadas, tantos detalhes...

Suspirei voltando a olhar minha amiga rodopiando na minha frente.

Uma movimentação chamou minha atenção. Os outros dois vendedores quase saiam no tapa pra ver quem atendia o cara que tinha acabado de entrar. Quando eu vi quem era eu entendi o porque.

Nossos olhares se fixaram no mesmo momento, e eu juro que se tivesse uma arma na minha mão, eu tinha me matado.

-Olha quem está aqui. - Ele disse sem tirar os olhos dos meus. - Vivi... - Revirei os olhos.

-Fica caladinho. Não fala comigo não.

-Yuri?! Oi! - Amanda o cumprimentou com um beijo no rosto alternando o olhar entre nós dois.

-Amanda, vou te esperar na praça de alimentação. - Falei me levantando e pegando minha bolsa. Amanda assentiu mas eu fui impedida de me mover. -Dá pra tirar a mão de mim?! - Grunhi.

-Você é difícil de encontrar. - Ele falou ainda segurando meu braço.

-Vá pro inferno.

-Só quero conversar com você. - Ele falou deixando as gracinhas de lado. -É sério.

-Não temos nada pra falar Yuri. - Olhei ao redor notando os vendedores atentos. - E mesmo se tivesse, aqui não é lugar.

Yuri olhou ao redor e me soltou, assentindo de leve. Girei os calcanhares e me mandei dali, marchando para o mais longe possível.

Quem ele achava que era?

Onde ele segurou no meu braço ardia, mas não era pela força, ele não tinha colocado força. Era aquela maldita química que pairava sobre nós.

Avisei Amanda que iria embora e dirigi pra casa. Nem com fome estava mais.

Joguei minha bolsa no sofá e tirei o tênis. Prendi meu cabelo no topo da cabeça e suspirei.

Eu precisava de um banho de descarrego, de sal grosso sei lá.

Peguei um vinho que já estava aberto e dei boas goladas, no gargalo mesmo, nem me preocupei com taça.

Pedi pra Alexa tocar The weeknd e continuei bebendo olhando a vista que minha sacada proporcionava.

Eu nunca fui de me relacionar com muitos homens, na verdade eu havia tido dois namorados só. E não era muito adepta ao sexo casual, então na maior parte do tempo, eu era desapegada do sexo masculino, o que nunca foi problema pra mim.

TENTATION - YURI ALBERTO I RODRIGO GARROOnde histórias criam vida. Descubra agora