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Vivian Barbosa
São Paulo

Como esperado, a mulher do Garro fez o maior auê por ele ter dormido fora.

Ameaças, mala feita ameaçando se mandar com o Felipe pra fora do Brasil e os caralho, e aquilo me deixava puta da cara.

Rodrigo falava que ambos não viam chances de reatar o casamento, então porque ela estava tão disposta a fazer inferno na nossa vida?

-UNO! - Yuri Alberto berrou na minha frente e eu joguei minhas cartas nele. -Você é muito ruim. - Comentou rindo.

-Vá catar coquinho Yuri. - Me levantei indo até a cozinha.

Yuri era um cara muito legal, muito mesmo. Toda aquela implicância que tivemos no começo, não fazia tanto sentido agora que eu o conhecia de verdade. Ele tinha um coração gigante e se dependesse dele, todos ao seu redor teriam as melhores vidas possíveis. O que não era mútuo.

As pessoas se aproveitavam dele. E ele sabia. Sabia que nem todos estavam ali por ele, e sim pelo o que ele poderia oferecer.

E por trás daquele sorrisão, tinha um menino sozinho.

Ainda existia uma tensão entre nós, vez ou outro as memórias voltavam, mas até então, temos sido bons amigos.

O que era estranho, era estranho não beijar um homem bonito daquele bem ali, na minha frente.

-O que tá pegando vivi? - Ele perguntou me seguindo. -Maior cara de bunda desde que eu cheguei pô.

-Não tem nada a ver com você. - Falei passando a mão pelo rosto.

A verdade é que essa situação com o Garro tava mexendo com a minha cabeça. Aquela mulher dele conseguiu alugar um triplex na minha mente.

-É o Garro né? - Ele perguntou simples. Me engasguei com a água que eu bebia e ele só esperou rindo da minha cara.

-C-como você sabe? - Não ia adiantar mentir pra ele.

-Eu vi ele chegando aqui esses dias. - Deu de ombros e se virou pra abrir minha geladeira.

Folgado pra caralho.

-Vim sem avisar mas ele chegou primeiro. - Ele pegou o pote de sorvete e colocou em cima do balcão. Pegou duas colheres e me entregou uma. - E ele é meu amigo vivi. Desde que o casamento dele acabou, o cara vive num casulo. E nas últimas semanas ele voltou a ser ele mesmo. Eu sabia que tinha mulher na parada.

Dei uma colherada no sorvete sem saber muito o que dizer.

-Por que não me contou que sabia? - Perguntei.

-Não queria me meter na sua vida, mais do que já me meto. - Respondeu me olhando. -Quer me falar o que tá pegando? - Suspirei.

-A mulher dele. - Comecei. - Ela ameaça ele e usa o filho pra isso. Tu sabe, o Felipe é a vida dele. E ela ameaça se mandar com ele pra Argentina.

-Putz.

-Pois é. - Dei outra colherada. - Ele dormiu aqui, ela ficou puta da vida, e ele me mandou mensagem dizendo que teria que se afastar um pouco, até a poeira abaixar. Mas pô, já faz semanas que a gente fica, ele diz que nenhum deles tem vontade de voltar com o casamento. Sei lá sabe...As vezes acho que é perca de tempo. Ele vai acabar voltando com essa mulher.

-Mas você pensa em ter um relacionamento com ele? - Ele perguntou com a boca cheia de sorvete.

Era estranho ter esse tipo de papo com ele, pô nós nos pegamos bem ali naquele sofá.

-No momento eu tô com raiva. - Fui sincera. -Acho que pra eu pensar nisso, ele tem que resolver a vida dele. E ele não me parece nem um pouco decidido a isso. -Dei uma pausa. - Ele sabe que eu e você...

-Não, e nem sabe que eu sei de vocês. -Assenti. - Como eu disse não é da minha conta.

-Você é um cara legal Yuri. - Falei e ele sorriu. -Como estão as crises? -Seu semblante mudou. -Sabe que pode falar comigo sobre isso não é?

-Tô de boa faz uns dias. - Ele disse. - Mas é sempre assim, eu fico de boa um tempo e de repente do nada volta.

-Não acha que devia expor isso pra psicóloga do time? Eu acho que ela pode ajudar.

-Ela vai é colocar no relatório que eu estou instável e foder com a minha titularidade. - Ele bufou.

-Promete me ligar quando precisar então? -Ele assentiu. -Já passei por isso Yuri. Sei bem como é.

-E como se livrou dessa merda?

-Tomei uns tarjas pretas pra tratar a ansiedade. - Ele riu da forma que eu falei.

Dei uma colherada no sorvete e ele também , nossas mãos triscaram por meio segundo.

Tempo suficiente pro clima mudar.

Antes já era difícil ignorar ele, agora que conhecia ele como pessoa e sabia o quão bom ele era, era mais difícil ainda.

Yuri era muito apaixonante. E eu não digo nem no sentido romântico da palavra. A pessoa dele era apaixonante. Era difícil conhecer ele e não se apaixonar pela alma que ele tinha.

E entre nós era um pouco mais complexo. Por que além de tudo, tinha muita química, química essa que a gente ignorava e fingia que não existia. Mas ela estava bem ali, nesses momentos que deixavamos a barreira entre nós cair.

-Seria muita sacanagem da minha parte beijar a mina do meu parceiro? - Ele perguntou baixinho.

-Não sou a mina dele. - Falei. - A mina dele ta lá, com ele. A família feliz.

Ele não se moveu, parecia ponderar se me beijava ou se corria.

-'Tá esperando o que? - Perguntei jogando minha colher em cima do balcão.

Yuri fez o mesmo e em questão de segundos sua língua deslizava pela minha boca, no início suave, lento, aproveitando o momento, mas logo as coisas esquentaram.

Aquela coisa que nos perseguia era muito forte, era como se fosse um entorpecente. Minha mente perdia o rumo, perdia o sentido.

Ele me empurrou em direção a sala, sem se desgrudar de mim. Nossas roupas se perdendo pelo caminho.

-Tão molhada vivi...- Ele praticamente gemeu meu nome o que me tirou completamente de órbita.

Seus movimentos eram rápidos e fundos, ele usava uma das mãos pra tapar a minha boca e olhava nos meus olhos.

O filha da puta me comia olhando nos meus olhos.

Era muita covardia.

Eu arqueei as costas sentindo meu orgasmo chegar, e ele só gozou depois de mim, gemendo meu nome no meu ouvido.

-É muita sacanagem eu não ter um pingo de consciência pesada por ter feito isso? - Perguntei com ele do meu lado tentando regular a respiração e ele riu.

-Se for eu tô fudido, porque eu também não tenho.

E eu não tinha mesmo.

Eu não ia ficar chorando presa dentro de casa enquanto Rodrigo estava lá com a esposa e o filho. E pra ser sincera eu nem sabia se queria continuar com seja lá o que for aquilo que eu tinha com o Rodrigo.

-Me responde uma coisa? - Ele me tirou dos meus pensamentos, o olhei. - Qual dos dois é melhor? Eu ou ele? - Franzi o senho tentando pensar realmente naquilo.

E notei que eu não sabia responder.

-Vou ter que experimentar um pouco mais de você pra saber. - Falei sorrindo sacana e me colocando em cima dele.

Eu poderia me perder naquele corpo a noite toda.
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Até agora tem mais team Garro ou team Yuri?

Ah, vou soltar a história com o Matheuzinho mais tarde ein 👀

Deus que me ajude a lidar com três histórias em andamento.

TENTATION - YURI ALBERTO I RODRIGO GARROOnde histórias criam vida. Descubra agora