TENTATION - YURI ALBERTO I RODRIGO GARRO

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Vivian Barbosa
São Paulo 📍

Eu tinha começado na cerveja, mas não estava sendo nem um pouco suficiente.

Parti pro whisky.

Whisky puro.

Eu odiava Whisky.

Aquela merda queimava minha garganta enquanto eu tentava ignorar os dois faróis enormes presentes no mesmo ambiente que eu.

De um lado Rodrigo e sua grande família feliz, do outro Yuri Alberto. Ele não estava com a loirinha, mas não era um grande alívio.

E pra piorar a porra toda eu me lembrava do sonho a cada maldito gole de whisky.

Amanda estava dando atenção para todos os convidados e vira e mexe vinha até mim pra garantir que eu não entraria em baixo do primeiro carro em movimento que eu visse.

-Você odeia whisky vivi. - Ela falou olhando pro copo na minha mão.

-Eu odeio a minha vida Amanda. - Balbuciei amargurada. -Sai de perto de mim vai aproveitar seu noivado, eu tô bem.

Ela me olhou preocupada e ignorei girando os calcanhares e indo até o bar, meu copo já estava vazio.

-Oi. - Falei pra mulher morena que estava debruçada no balcão.

Assim como eu ela não parecia nem um pouco feliz de estar ali. O cabelo cacheado emoldurava seu rosto angelical, era gata.

-Oi. - Ela respondeu de volta.

-Você parece estar precisando de uma bebida assim como eu. - Falei. - Dois duplos, por favor. - Pedi pro barman que logo nos serviu.

-Eu odeio whisky. - Ela fez careta olhando pro copo.

-Depois da terceira dose perde o gosto. - Garanti e virei a minha dose de uma vez. - Sua vez.

Ela pegou o copo fazendo careta, deu uma olhada ao seu redor e virou a dose de uma vez, tossindo quando acabou. Eu ri mais alto do que deveria.

-Vivian. - Estendi a mão e ela pegou.

-Heloísa. - Apertou minha mão. - Me vê mais um desse. - Ela pediu e eu comemorei.

-Esse é o espírito! - Me escorei no balcão. - Sabe o que eu odeio mais do que whisky? - Ela me olhou. - Homens, eu odeio homens.

-Não me fala em homem. - Ela bufou virando a segunda dose da noite. - Eu sou muito trouxa. - Choramingou.

-Ei ei ei. - A interrompi. - Regra número um: não chorar por homem.

-Você é amiga da noiva? - Ela perguntou.

-Prima. Sou prima da noiva. - Minha fala já estava começaaaando a se arrastar. -E você? - Perguntei.

-Eu não sou ninguém. - Ela bufou. - Eu nem deveria estar aqui. - Ela olhou um ponto fixo atrás de mim e eu virei o pescoço pra acompanhar.

-Você tá com ele? - Perguntei e ela assentiu.

-E como pode notar, eu estou com ele mas ele não está comigo.

Eu perdi as contas de quantas doses nós tomamos, eu só sei que dançamos pagode juntas no meio da pista, rimos alto atraindo atenção de muita gente e detonamos todos os espécimes masculinos da face da terra.

-Aquele não é o Matheuzinho arrastando a mina pro banheiro? - Ela apontou e eu vi.

Eu já tinha visto ele antes, acho que era do time, eles iam em direção ao banheiro como se ninguém estivesse vendo, e acho que não estavam mesmo.