Entrei no meu quarto e comecei a guardar meus poucos pertences. Peguei uma sacola que usava como saco de lixo e coloquei algumas roupas que ganhara quando cheguei, um chinelo, uma toalha surrada, sabonete e uma escova de dentes pequena e amarelada. Sentei na cama e comecei a pensar para onde iriamos e o que eram essas criaturas. Como não fiquei sabendo que essa coisa sombria existia? O que estava acontecendo? Para onde iriamos? Entrei em conflito com meu cérebro e me assustei com alguém batendo na porta.
- Branca? Já está pronta? Vamos partir mais cedo.
Olhei em volta e me despedi do quarto onde me escondi por meses. Peguei minha sacola com meus pertences e abri a porta. ELE estava agitado, carregava uma mochila nas costas e arregalou os olhos quando viu o que eu carregava.
- Pronto. Podemos ir.
- Você só vai levar isso?
- É tudo que tenho.
ELE olhou para dentro do quarto e pegou minha sacola das minhas mãos.
- Branca pega seu cobertor e travesseiro, vou colocar suas coisas na minha mochila.
Voltei para dentro do quarto e dobrei o cobertor que me protegia do sol de manhã e meu travesseiro fino e mole.
- Vamos, o carro está aqui na frente.
ELE estendeu a mão em minha direção e fui até ELE. Passamos pelo corredor e fomos em direção aos carros que cercavam a vila. Todos estavam prontos para partir. Sentei no banco da frente do carro DELE e olhei para trás e vi que o banco estava cheio de cobertores, comida, e caixas com pertences da família DELE. ELE entrou no carro e dirigiu em direção aos grandes portões que cercavam a vila. Nunca tinha chegado perto o suficiente para ver como era alto e extenso, agora entendo o porquê DELES ficarem surpresos pôr a criatura ter entrado em sua fortaleza.
- É seguro sair da vila?
Olhei para ELE tentando entender o que ELE estava pensando.
- A vila não é mais segura. Enquanto as criaturas estiverem por aí, caçando e matando. Nenhum lugar vai ser seguro.
Senti que estava com raiva, ELE apertava o volante do carro.
- Para onde vamos?
- Vamos ficar na casa de um Senhor que preferiu morar sozinho atrás do lago, subindo para as montanhas, ELE nos avisaria caso algo passasse por ele, mas chegou primeiro na vila.
- Como você sabe que não chegou até ELE antes?
- Porque conversamos com ele pelo rádio mais cedo.
Fiquei pensativa. Já ouvira aquela palavra antes, mas não lembrava o que era.
- Rádio?
ELE sorriu e passou a mão nos cabelos.
- Às vezes eu esqueço que você só está com agente a pouco tempo. Rádio é um meio de se comunicar com outras pessoas que também tenham um comunicador, e graças a estática conseguimos ouvir e falar com a outra pessoa, mesmo ela estando longe.
Não sei se entendi bem, mas preferi deixar isso pra lá. Não era importante no momento.
-Vocês disseram que já fugiram antes da criatura. Você já viu alguma vez?
ELE ficou sério, perdeu o sorriso que estava em seu rosto. Senti a tensão entre nós.
- Branca. Depois conversamos sobre isso. Chegamos, vou tirar as coisas do carro.
ELE saiu do carro antes que eu dissesse algo. Olhei em volta e não vi nada além do lago e das árvores. Desci do carro e fui até ELE.
- Não tem nada aqui. Onde está a casa do Senhor?
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Vamprio
Vampire"Não lembro do meu passado. Não sei quem sou, nem o que eu sou. O que eu sei? É que não faço parte dessa comunidade. Sou diferente DELES. Meu lugar não é aqui. A última coisa que lembro antes de acordar nessa Vila. É de muita água. Estava me afogand...