Capítulo 6

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Senti o sol nascer lá fora, não dormira a noite e contava os minutos para poder levantar e ficar longe daquele Senhor. Algumas horas se passaram e ELES começaram a se levantar e arrumar o café da manhã. Senti o sol entrando dentro do esconderijo quando abriram a porta. Levantei do colchão, peguei meu moletom e subi as escadas. Não aguentava o sol da manhã, mas não queira ficar ali dentro com todos ELES, me encarando e me observando. Senti o sol arder em meu rosto, coloquei o capuz e andei até as árvores. Olhei para trás algumas vezes e ninguém estava me seguindo. Procurei uma sombra de baixo das arvores e sentei no chão. Abracei as pernas e comecei a chorar. Estava fraca, cansada e com dor. Meu braço ainda doía, meu cérebro só conseguia pensar na dor, fazendo com que se fortalece-se em meu corpo. Poucas vezes me sentia triste e chorava, mas hoje sentia um aperto no coração forte que me fazia soluçar de tanto chorar. Encostei a cabeça na árvore e olhei para o céu que estava azul, limpo, uma manhã linda. Fechei os olhos e deixei meu corpo relaxar. As lágrimas ainda escorriam do meu rosto. Não sei quanto tempo fiquei ali, chorando, mas de longe ouvia algumas vozes, e alguns minutos depois escutei alguém se aproximando de onde eu estava.

- Branca! Onde você tá? Branca! Cadê você?

Reconheci a voz, era ELE, ELE voltou, estava vivo. Sorri sem forças para dizer onde estava. Escutei seus passos se aproximarem da grande árvore que estava escondida. Limpei os olhos e tomei forças para falar.

- Aqui! Estou aqui!

Segundos depois ELE estava parado na minha frente.

- Graças aos céus, encontrei você! Que susto você me deu Branca! O que tá fazendo aqui? Você não gosta do sol. Por que tá aqui fora?

ELE estava sério, gesticulava com as mãos enquanto falava.

- Só queria ficar sozinha.

ELE agachou em minha direção ergueu meu queixo e ficou surpreso.

- Estava chorando?

Olhei em seus olhos e não consegui conter a lágrima, que desceu em meu rosto. Fechei os olhos com vergonha, e senti ELE limpando meu rosto com delicadeza.

- Branca? Olha pra mim.

Respirei fundo e abri os olhos.

- O que aconteceu?

- Nada, só fiquei com medo que algo acontecesse com você.

ELE sorriu e beijou minha mão.

- Branca eu seria muito ingênuo de acreditar em você. Te conheço o suficiente pra saber que não é esse o único motivo pra você estar aqui sozinha, debaixo do sol, chorando. Acho que a única vez que te vi chorar foi quando... Nossa, eu nunca te vi chorando.

Não contive a risada. ELE sorriu e beijou minha testa.

- Vai me dizer o que aconteceu?

- Não foi nada. Estou melhor agora. Como foi a noite? Encontraram alguma coisa?

- Vai mesmo mudar de assunto? Não nada. Sumiram. Vamos voltar hoje à noite, só voltamos pra descansar e ver se vocês estavam bem.

Olhei em seus olhos negros e senti bem ao estar do seu lado. Não queria mais ficar longe DELE.

- Branca? O que acha de voltar comigo pra Vila?

- Como assim?

- Preciso pegar algumas armas que ficaram no celeiro, e você tá precisando dar uma volta.

ELE riu e me senti aliviada por poder sair de perto DELES, nem que fosse só por algumas horas.

- Vamos?

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