𝟏𝟏. ㅤㅤ𝓕𝑼𝑪𝑲 𝓔𝑽𝑬𝑹𝒀𝑻𝑯𝑰𝑵𝑮.

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𝗊𝗎𝖾𝗇𝗍𝖾𝗌 𝖼𝗈𝗆𝗈 𝗈 𝗂𝗇𝖿𝖾𝗋𝗇𝗈 . . .

Eu desviei o olhar, incapaz de sustentar a confissão de Charlie, sentindo as palavras formarem um nó em minha garganta

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Eu desviei o olhar, incapaz de sustentar a confissão de Charlie, sentindo as palavras formarem um nó em minha garganta. 

── Eu não entendo o que está acontecendo comigo... ── Sussurrei, minhas mãos entrelaçadas, um peso diferente surgindo no peito. ── Cada vez que penso em você... sinto algo que parece tortura, não sei o que é. Tenho medo de estar cometendo um pecado horrível.

Sem perceber, comecei a expor meus sentimentos, e Charlie escutava tudo atentamente, sem piscar.

── Meus votos... eu fiz promessas, Charlie, me dediquei a esse convento. Seja lá qual for a nossa situação... é contra tudo o que eu sempre acreditei... ── Meus olhos circulavam ao redor, como se eu tentasse focar em algo para não desmoronar. 

Charlie me observava em silêncio, seu olhar carregando muito mais do que a intensidade. Carregava um brilho de compreensão, como se estivesse me entendendo, mesmo que não concordasse. 

O ar se tornou pesado, intenso, como se tudo a nossa volta silenciasse, restando apenas nós.

── Você é humana, Sarah... ── Começou, sua voz baixa. ── Não é pecado sentir. Pessoas não podem fugir do que realmente são, dos desejos que carregam dentro de si.

Ergui o meu rosto para olhá-lo. Seus olhos brilhavam intensamente.

── O pecado, talvez, seja viver negando o que somos de verdade... ── Charlie tocou o meu rosto, acariciando minha pele. 

Eu fechei meus olhos ao sentir seu toque, meus sentimentos reprimidos começando a emergir.

Suspirei em meio a sua carícia, absorvendo cada palavra, e embora soubesse que aquilo era arriscado, não conseguia deixar de pensar na verdade que elas carregavam. 

Charlie segurou meu olhar, vendo a dúvida em meus olhos, mas também algo mais, algo que ele sabia que, por mais que eu tentasse, não poderia negar para sempre.

Nós permanecemos em silêncio, nossas respirações se misturando enquanto as palavras de Charlie ainda reverberavam pelo ar. Era como se, de repente, tudo fizesse sentido e ao mesmo tempo, nada fizesse. 

Eu não conseguia escapar da intensidade daquele momento. A tensão entre nós era pálpavel, carregada de uma promessa não dita.

Charlie se aproximou um pouco mais. Seus dedos deslizaram com leveza pelo meu rosto, contornando a linha do meu queixo, me fazendo prender a respiração. 

── Eu vejo que você sente, Sarah, e é isso que me atrai. ── Sussurrou, seus olhos fixos nos meus. ── Toda essa luta dentro de você, essa chama que tenta apagar, mas que volta a acender sempre que estamos assim... juntos.

𝐃𝐄𝐕𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍, charlie mayhewOnde histórias criam vida. Descubra agora