𝟎𝟕. ㅤㅤ𝓗𝑨𝑵𝑫𝑺 𝓣𝑶𝑼𝑪𝑯.

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𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎̃𝑜𝑠

Eu não sabia o que era exatamente, mas nos dias que se passaram, a imagem de Sarah tornou-se uma imagem constante em minha mente, invadindo meus pensamentos de maneira obsessiva

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Eu não sabia o que era exatamente, mas nos dias que se passaram, a imagem de Sarah tornou-se uma imagem constante em minha mente, invadindo meus pensamentos de maneira obsessiva. Cada detalhe dela era gravado em mim como uma marca. 

O modo como seus olhos evitavam os meus com um ar tímido e hesitante, ou a curva delicada dos seus lábios quando sussurrava uma oração me instigava como uma provocação silenciosa, uma tentação que eu não poderia resistir. Era como se cada movimento dela fosse uma chamada, algo que eu precisava responder.

Com um fim de semana livre, um pensamento começou a tomar forma. Eu precisava vê-la fora do convento, longe daquelas paredes que pareciam mantê-la a salvo de mim. Foi então que decidi chamá-la para ir até a cidade.

Fui ao jardim, onde soube que ela estaria. Ao vê-la em meio às outras freiras, percebi a maneira quase angelical como se movia, como se aquele espaço a reverenciasse. Mas quando se deu conta da minha presença, a serenidade em seu rosto sumiu. 

Caminhei até ela com passos controlados, mantendo uma expressão amena, embora soubesse que a minha presença a deixava desconfortável.

── Sarah? ── A chamei, e ela se virou, os olhos ganhando uma pontada de surpresa.

── Sim, padre? ── Sua voz era quase um sussurro, carregada de uma doçura que parecia feita para me desafiar.

Respirei fundo, observando-a por um segundo a mais. 

── Estou indo até a cidade hoje. ── Comecei, escolhendo as palavras com cuidado. ── E gostaria de uma companhia.

Notei a surpresa em seu rosto, seguida por um leve recuo, como se a ideia a perturbasse. Seus olhos estavam cravados no chão, e por um instante, pensei que ela fosse recusar.

── Eu... ── Ela hesitou, visivelmente nervosa. ── Eu não sei, padre... Não quero ser inconveniente.

── Não seria. ── Inclinei-me um pouco mais, baixando a voz para um tom íntimo, apenas para nós dois. ── Será apenas um passeio. O que tem de mal nisso?

Por um segundo, ela permaneceu em silêncio, mas então seus olhos subiram até encontrar os meus, e algo mudou em sua expressão. 

Havia um novo brilho ali, uma leveza, quase como uma faísca que pareceu aquecer o ar entre nós.

── Se o senhor acha que seria bom... ── Sussurrou, com um leve sorriso tímido que me fez arfar. ── Então eu aceito.

O leve aceno que dei escondeu a real satisfação que queimava dentro de mim. Era um jogo perigoso, mas um jogo ao qual eu estava disposto a entrar.

𝐃𝐄𝐕𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍, charlie mayhewOnde histórias criam vida. Descubra agora