𝟎𝟗. ㅤㅤ𝓦𝑬𝑳𝑪𝑶𝑴𝑬 𝓣𝑶 𝓗𝑬𝑳𝑳.

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𝑚𝑎́𝑠𝑐𝑎𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜

── Ainda fugindo de mim, Sarah?

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── Ainda fugindo de mim, Sarah?

Quando seus olhos se abriram, Sarah despertou sobressaltada, o coração palpitando e uma fina camada de suor cobrindo sua testa. A pergunta ainda ecoava em sua mente, o peito batia acelerado e uma mistura de receio e desejo a desconcertava.

Em seu sonho, a figura de Charlie se materializava em sua frente, o olhar carregado de um mistério hipnotizante. Ele estava tão perto que ela podia literalmente sentir o calor de sua presença. Sua voz ressoava em um tom suave, quase sedutor, como uma música proibida.

A pergunta dele, cheia de intenções e significados ocultos, reverberava em seu interior. Ela tentou responder, mas as palavras sumiram de seus lábios, tudo ao seu redor desfocou, até que ela se viu despertar repentinamente.

Enquanto a manhã se desenrolava no convento, Sarah tentava se manter ocupada, imersa nas próprias atividades. Mas, mesmo entre as preces e as tarefas, as lembranças continuavam a flutuar em sua mente.

Sarah sentia uma mistura de inquietação e vergonha, sentindo-se constrangida diante de suas escolhas, como se algo tivesse se quebrado dentro dela. 

Por outro lado, ela não podia negar que agora ele ocupava um espaço em seus pensamentos que ninguém jamais havia ocupado.

Enquanto isso, Charlie caminhava pelo convento de maneira comum, mas internamente sentindo algo diferente pulsar em seu peito.

O episódio de ciúmes, a aproximação com Sarah e principalmente, os beijos que compartilharam, pareceu ter rompido definitivamente as barreiras que existiam entre eles.

Havia prometido a si mesmo que faria Sarah ceder, que a teria completamente, e essa ideia, antes proibida, agora fervia em sua mente dia e noite.

Sarah tentava se manter distraída, arrumando seu quarto com precisão, como se arrumar cada objeto pudesse aquietar o tumulto de seus pensamentos. Foi então que uma batida leve na porta interrompeu sua concentração.

Parada no batente, estava Isabelle, que a olhava com um misto de seriedade e preocupação, quase como se pudesse ler os pensamentos mais profundos de Sarah.

── Você tem um tempo para conversarmos? ── Perguntou, sua voz suave, mas o olhar deixando claro que ela buscava entender algo.

Sarah assentiu, a convidando para entrar.

Isabelle fechou a porta atrás de si e sentou-se na cama, a sondando com o olhar.

── Andei reparando em algumas coisas... ── Começou Isabelle, entrelaçando os dedos no colo e soltando a frase no ar.

Sarah sentiu o ar faltar, já presumindo o pior. Lutando para manter a serenidade, forçou um sorriso.

── Que coisas, Isabelle?

Ela respirou fundo, seu olhar ainda mais inquisitivo.

── Sobre você e o padre Charlie... ── Isabelle respirou fundo antes de continuar.

A frase caiu como uma pedra no peito de Sarah, a fazendo respirar fundo para tentar manter a calma. Sentiu o rosto aquecer, mas se esforçou para manter a expressão neutra.

── Percebi como ele sempre te observa, mesmo de longe... ── Começou, fazendo o corpo de Sarah fraquejar. ── Percebi que você fica agitada na presença dele, como se estivesse escondendo algo. Então... quero saber se está acontecendo algo entre vocês.

Sarah sentiu o rosto quente, uma onda de nervosismo começou a se instalar. Ela queria desesperadamente confiar em Isabelle, mas sabia que as implicações daquela verdade poderiam ser perigosas.

── Você está imaginando coisas, Isabelle. ── Sua resposta foi firme, mas não pôde evitar que sua voz tremesse levemente.

Isabelle franziu o cenho, parecendo nem um pouco convencida.

── Eu sou sua irmã, Sarah... ── Ela levantou, começando a andar em sua direção. ── E além de tudo, sou sua amiga. Saiba que pode sempre me dizer a verdade.

O olhar sério de Isabelle não deixou dúvidas. Ela já desconfiava de algo, bastava apenas descobrir a verdade.

Sarah sentia todo o seu corpo fraquejar, sua mente já parecia não corresponder aos seus estímulos. Estava temendo profundamente ser pega.

── Não está acontecendo nada, Isabelle! ── Seu tom de voz elevou. ── Está vendo coisas que não existem!

Isabelle permaneceu em silêncio por um momento, como se tentasse interpretar aquela resposta, mas ao final apenas assentiu, embora ainda não parecesse convicta.

── Tudo bem... ── Isabelle recuou, tentando evitar um conflito maior. ── Eu só espero que saiba o que está fazendo, Sarah.

Suas respirações estavam falhadas, aceleradas pelo pequeno embate. Sarah se sentia atordoada, e Isabelle não ficou nem um pouco convencida com as respostas.

Após a conversa, ambas seguiram juntas pelos corredores em direção ao jardim. Sarah ainda sentia seus ânimos a flor da pele, exaltada pelos questionamentos.

Seu peito carregava um pesar diferente, um pesar de culpa e arrependimento por ter caído em um abismo.

No caminho, foram interrompidas pela madre superiora, que segurava um papel em mãos.

── Sarah, poderia entregar isto ao padre Charlie por mim? Não me sinto em condições de subir todas essas escadas hoje. ── A madre ergueu o papel envolto de um envelope, parecendo ter sorteado qualquer uma delas para a tarefa. ── Percebo que minha idade está avançando quando nem consigo mais subir alguns degraus de escada. ── A madre riu, sentindo o peso da idade.

Sarah hesitou, o coração acelerando ao saber que teria que ver Charlie de novo tão cedo.









𝐃𝐄𝐕𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍, charlie mayhewOnde histórias criam vida. Descubra agora