O coração e seus mistérios

O eco da saudade

A saudade invade o coração como um mar em ressaca, uma onda de lembranças que não se cansa e nunca estanca. É um sentimento profundo, uma marca na alma, um eco de tempos passados que traz à mente a calma.

Às vezes, chega como um sussurro, suave e discreto, outras, explode em tempestade, deixando o peito inquieto. Sinto a falta de risadas que ecoam nos corredores, dos olhares que trocávamos, das promessas e amores.

Lembro-me das tardes de sol, em que tudo parecia eterno, dos sonhos compartilhados, das esperanças em inverno. Cada lembrança é uma pétala que flutua ao vento, um tesouro guardado que carrego a todo momento.

A saudade é como uma sombra que se faz presente, um perfume que remete a um instante latente. É a voz de quem se foi, que ainda ressoa na brisa, um toque delicado que o coração eterniza.

Há dias em que a saudade se torna uma companhia, transformando a solidão em uma doce melodia. É um retrato emoldurado, uma canção antiga, um convite à nostalgia que a memória abriga.

Mas não é apenas dor; é também um espaço sagrado, onde as lembranças dançam, um amor eternizado. A saudade é amor que o tempo não apaga, um fio que nos une, mesmo que a vida se estraga.

Ao olhar para o passado, percebo que cada dor, é uma parte da jornada, um ensinamento de amor. A saudade é um lembrete de que tudo teve seu valor, e que mesmo ausente, há beleza no que se passou.

Em meio a lágrimas, há sorrisos a surgir, cada memória é uma estrela que aprende a reluzir. O coração aprende que a saudade não é só falta, mas a prova de que amamos, mesmo quando a vida é alta.

E assim, aprendo a conviver com essa emoção, a saudade é um eco, mas não é só solidão. É um reconhecimento de que o que foi, ainda é, um amor que perdura, que no peito sempre se vê.

Nesse jogo de memórias, o coração se expande, abraçando o que se foi, cada instante que se grande. Saudade é um amor que vive no presente, um laço invisível, que eternamente se sente.