Em meio aos labirintos da vida, o coração se enche de dor, um peso amargo, uma mancha que clama por amor. As feridas que carregamos são marcas do tempo, um eco de palavras não ditas, um lamento.
Os dias se arrastam, e a memória insiste em reverberar, cada mágoa acumulada, uma sombra a pairar. Mas, na penumbra desse fardo, surge uma luz tênue, uma voz interna que sussurra: "é hora de seguir adiante."
Perdoar não é esquecer, nem apagar o que foi, é liberar o coração do veneno que se pôs. É como abrir uma janela, deixar o ar entrar, deixar que o sol ilumine o que se costuma ocultar.
No começo, a ideia do perdão parece distante, uma montanha a escalar, um desejo hesitante. A mente se agarra ao rancor, como um velho amigo, mas o coração sabe que esse laço não é abrigo.
E assim, aos poucos, a lição se revela, que perdoar é um ato de amor, uma escolha singela. É uma entrega, um gesto de coragem e de paz, um ato que transforma, que nunca se desfaz.
Lembro de um momento em que as palavras não vieram, quando o silêncio se fez tenso, e os sentimentos, severos. Um olhar que se desviou, uma mão que hesitou, e o coração, ferido, se encolheu, se isolou.
Mas, refletindo sobre isso, percebo a fragilidade, que todos somos humanos, navegando na verdade. A imperfeição é parte do que nos faz reais, e é no perdão que encontramos nossos pontos vitais.
Perdoar é um caminho que leva ao autoamor, é acolher as fraquezas, e em cada dor, um clamor. É olhar para o outro, não com olhos de crítica, mas com a compreensão de que a vida é rica.
É nesse processo que o coração aprende a fluir, a soltar o que pesa, a deixar-se expandir. Cada passo no perdão é uma libertação, é abrir mão do passado e acolher a emoção.
E mesmo quando a dor insiste em voltar, o coração se lembra: é preciso recomeçar. Perdoar é um ato contínuo, um exercício profundo, é um laço que se forma entre o eu e o mundo.
Na jornada do perdão, a beleza se revela, é na dor que se encontra a luz que se destaca. E ao perdoar, o coração encontra a leveza, um espaço renovado, um caminho de beleza.
Assim, a lição do perdão se torna um presente, um convite à transformação, um amor que é constante. É um lembrete sutil de que, por trás da ferida, existe a esperança de uma vida querida.
O perdão, então, não é só um ato, mas um estado, uma dança entre almas, um amor renovado. E ao final da jornada, o coração se torna mais forte, pois no perdão, ele encontra sua verdadeira sorte.
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O coração e seus mistérios
Poetrycaptura a beleza do amor profundo e verdadeiro em poucos e intensos versos. A linguagem é simples, mas cheia de sentimentos, trazendo a história de duas almas que se encontram e reconhecem uma na outra o lar que sempre buscaram. Com imagens poéticas...