A trégua interna

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Depois de tantos altos e baixos, vem a paz, um descanso no peito, onde tudo jaz. O coração, exausto das batalhas travadas, encontra um espaço sereno, longe das jornadas.


É um momento raro, onde o silêncio abraça, as vozes do mundo, por um instante, se fazem escassa. O barulho lá fora cessa, e a alma respira, um alívio profundo, uma calma que delira.


Nesse espaço sagrado, onde a mente se aquieta, cada batida é um convite à paz que se completa. As memórias dançam suavemente, sem dor, trazendo à tona não o lamento, mas um sabor.


A trégua interna é um refúgio da tormenta, um instante de clareza, onde a vida se enfrenta. É ali que o coração, livre de amarras, pode olhar para si, sem pressas ou farras.


Sinto a suavidade da brisa que passa, o cheiro da terra molhada, a luz que se entrelaça. E no calor desse momento, começo a perceber, que a verdadeira paz vem de dentro, de aprender.


Lembro-me das noites em que a ansiedade não deixava, os pensamentos a girar, a mente que não parava. Mas agora, aqui, nesse instante sereno, o coração me ensina que há beleza no pleno.


É um tempo de reflexão, onde o eu se acolhe, onde as fraquezas e forças finalmente se dissolvem. Posso olhar para as cicatrizes com um novo olhar, cada uma é um testemunho do que é amar.


Na trégua, a dor não desaparece, mas se transforma, se torna parte da história, uma onda que se conforma. Aprendo que sentir é um ato de coragem, que cada emoção vivida é uma rica paisagem.


É nesse silêncio que as verdades emergem, os sonhos esquecidos, as esperanças que se afogam.E o coração, mais leve, aprende a escutar, a sabedoria que vem do interior, a sussurrar.


Aqui, posso dançar com meus medos e inseguranças, sem o peso do julgamento, sem as esperanças distantes. É um espaço de aceitação, de amor por mim mesmo, onde reconheço minha jornada, sem medo do abismo.


Às vezes, o mundo pode parecer opressivo, mas nessa trégua interna, descubro o decisivo. Que mesmo nas tempestades, há sempre um ponto de luz, um farol que guia, uma chama que seduz.


E assim, ao encontrar essa paz interna e bela, me reconecto com a vida, com cada centelha. O coração, renovado, pronto para recomeçar, sabe que, mesmo nas batalhas, sempre há o que amar. A trégua interna não é um final, mas um começo, um convite ao crescimento, ao amor e ao apreço. E ao final dessa jornada, posso finalmente afirmar, que a paz que busquei sempre esteve em meu lar.

O coração e seus mistériosOnde histórias criam vida. Descubra agora