Simon e Adele estavam juntos há anos. Eles construíram uma história baseada em momentos intensos, uma conexão única e uma paixão que, por muito tempo, parecia ser suficiente para sustentá-los. Mas, com o tempo, o peso das incompatibilidades, dos sonhos não realizados e das expectativas não correspondidas começou a crescer, como uma tempestade silenciosa acumulando força.
Numa tarde fria de outono, Simon chamou Adele para uma conversa. O céu estava cinza, e o vento soprava, quase como se soubesse da despedida que pairava no ar. Eles estavam sentados no banco de um parque onde costumavam caminhar juntos, cercados pelo barulho das folhas secas.
Adele olhou para Simon, esperando que ele dissesse alguma coisa. Ele desviava o olhar, evitando aqueles olhos que, tantas vezes, haviam sido seu abrigo, mas que agora o faziam hesitar. Ela sussurrou:
— Tire os seus olhos de mim, Simon. Eu... eu preciso dizer algo que é difícil para nós dois.
Simon suspirou, fixando os olhos no horizonte, tentando encontrar coragem para não desmoronar.
— Eu também preciso dizer algo, Adele. Algo que venho sentindo há muito tempo, mas que sempre tive medo de admitir.
O coração de Adele disparou. Ela sabia o que ele iria dizer. Eles haviam evitado essa conversa por meses, fingindo que tudo ainda estava bem. Mas, na verdade, estavam a oceanos de distância. Adele tentou manter a calma, sentindo uma dor afiada crescer em seu peito. Ela falou suavemente:
— Sabe, eu também sinto isso, Simon. Eu não quero mais ignorar, fingir que está tudo bem quando não está. Não posso mais te amar no escuro, não assim.
As palavras saíram como um sussurro, e Simon sentiu o peso delas. A sensação de derrota mútua, de que haviam se perdido um do outro ao longo do tempo. Ele olhou para ela, com uma expressão de desespero e tristeza.
— Adele, eu... eu não quero que você se sinta presa a mim. Sempre foi meu maior medo te ver infeliz ao meu lado, e, ao mesmo tempo, não consigo lidar com a ideia de perder você.
Adele segurou a mão dele com força, tentando se manter firme. Ela sabia que, embora aquilo partisse o coração de ambos, era necessário. Era cruel, mas era um ato de gentileza consigo mesma e com ele. Ela suspirou:
— Simon, você me deu algo maravilhoso, algo sem o qual eu achei que não poderia viver. Mas eu preciso mais do que isso agora... preciso viver de verdade e não apenas sobreviver a uma relação que nos está apagando.
Ele assentiu, tentando absorver a realidade daquelas palavras. Lágrimas ameaçavam escorrer, mas ele se manteve firme. Sabia que Adele estava certa. Ambos haviam mudado, e aquele amor, embora profundo e real, já não era suficiente.
Adele continuou:
— Eu sempre te amei, e nada do que vivemos eu apagaria. Mas esse amor... esse amor que já foi nossa fortaleza, agora nos aprisiona. E eu não posso ficar e te ver sofrer por algo que já não posso te dar.
Simon respirou fundo, com um nó na garganta. Ele estava perdendo sua companheira, sua amiga, mas sabia que ela não podia mais ser sua salvação, assim como ele não podia ser a dela.
— Você sempre será importante para mim, Adele, e quero que saiba que, mesmo que isso acabe hoje, ainda carrego o melhor de nós comigo.
Eles se abraçaram, um abraço longo e doloroso, cheio de memórias e despedidas. Sabiam que aquele seria o último. Em meio às lágrimas, Simon observou Adele se afastar, percebendo que, apesar da dor, ela havia escolhido algo mais importante: a própria liberdade. Ela foi embora sem olhar para trás, e, enquanto ele a via partir, compreendeu que aquela era, enfim, a última prova de amor entre os dois.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Por trás das músicas de Adele
RandomSabemos que as famosas músicas de Adele são inspiradas em suas histórias de coração partido, sua história de vida e uma forma de como se superar a cada dia. (Histórias fictícias, ou reais, baseadas em suas músicas)