My Little Love

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Adele olhava para Angelo enquanto ele brincava no chão da sala, seus olhos brilhando como estrelas em uma noite clara. Ele era o seu amorzinho, a sua razão de viver, mas também a lembrança constante de todas as suas próprias inseguranças. A cada risada dele, Adele sentia seu coração se encher de amor e, ao mesmo tempo, de uma dor sutil, como se ela não fosse boa o suficiente para ele.

Nos últimos meses, as coisas tinham sido complicadas. A vida estava cheia de sentimentos confusos que pareciam pesados como uma tempestade. Adele se esforçava para ser a mãe que Angelo merecia, mas havia dias em que tudo parecia muito difícil. Ao olhar nos olhos dele, ela via o reflexo de suas próprias emoções, e isso a deixava ainda mais perdida.

"Meu amorzinho," ela disse, sentando-se ao lado dele e envolvendo-o em um abraço apertado. "Você consegue ver como eu me sinto? Como meu passado ainda me machuca?" Angelo a olhou com uma expressão de inocência, sem entender completamente, mas sua presença era um conforto silencioso que a fazia sentir que não estava sozinha.

— Mãe, você está triste? — perguntou Angelo, seu pequeno rosto refletindo preocupação.

Adele hesitou, sentindo-se culpada por trazer qualquer tristeza para a vida dele. Ela queria que ele tivesse tudo o que nunca teve, uma infância repleta de alegria e segurança. Mas, frequentemente, suas próprias sombras obscureciam essa luz. "Às vezes sim, meu amor. Eu me sinto um pouco confusa e ansiosa, e isso me faz sentir que não sei o que estou fazendo. Você sabe que eu te amo, não sabe?"

— Eu te amo também, mamãe! — Angelo exclamou, apertando-a com força. Isso fez Adele sorrir, ainda que um pouco triste. Ela precisava se lembrar que, apesar de suas lutas, aquele amor era genuíno e verdadeiro.

Ela se levantou e começou a arrumar a sala, tentando dissipar os pensamentos pesados que a acompanhavam. Angelo a seguiu, como sempre, perguntando sobre cada objeto que ela movia. Ela tentava se concentrar em cada risada e em cada pergunta curiosa, mas às vezes sentia como se estivesse flutuando em um mar de incertezas.

"Angelo, você sabe que a mamãe não gosta de ninguém como gosta de você, certo?" ela perguntou, enquanto ele brincava com um carrinho. Ele assentiu, sorrindo, e ela se sentiu um pouco mais leve. "Então, pega leve comigo, querido. Estou aprendendo, e eu realmente não sei como fazer tudo certo."

"Você é a melhor mãe do mundo," Angelo disse com confiança, como se soubesse que essas palavras poderiam curar qualquer ferida. Aquela declaração fez Adele sentir um nó na garganta. Ela se forçou a engolir, mas a verdade era que ela ainda estava aprendendo a amar a si mesma o suficiente para ser a mãe que Angelo precisava.

Ao longo do dia, enquanto assistiam a um filme juntos e se enroscavam em cobertores, Adele se sentia mais em casa do que nunca. Angelo estava ali, seu riso iluminando o ambiente e sua presença fazendo com que todas as preocupações se dissipassem, mesmo que temporariamente. Ela estava ciente de que tinha seus dias ruins, dias em que a ansiedade a consumia e o medo parecia intransponível, mas ao olhar para o seu filho, percebeu que cada momento, mesmo os difíceis, eram parte de sua jornada.

"Vamos ficar de moletom e assistir mais um filme, ok?" Adele sugeriu, e Angelo gritou de alegria. Aquele pequeno gesto simples trouxe um calor ao seu coração. Ele era metade dela, metade de Simon, mas, mais do que isso, ele era seu próprio ser, e ela prometeu que faria o melhor que pudesse para apoiá-lo.

À medida que a noite avançava, Adele se permitiu sentir um pouco de paz. Estava em casa, rodeada pelo amor de seu filho, e, apesar de todas as suas incertezas, isso era suficiente para enfrentar o que viesse a seguir. Ao olhar para Angelo adormecido ao seu lado, Adele sabia que ainda tinha muito a aprender, mas sentiu que, com amor, eles poderiam navegar por qualquer tempestade.

Por trás das músicas de AdeleOnde histórias criam vida. Descubra agora