Por trás das músicas de Adele

I Drink Wine

Adele olhou pela janela do seu apartamento, observando as luzes da cidade piscando à distância, como estrelas que brilhavam em meio à escuridão. Era um cenário bonito, mas havia algo pesado em seu coração. As últimas semanas a deixaram refletindo sobre suas escolhas e as influências que as pessoas tinham sobre sua vida. "Como alguém pode ficar tão limitado pelas escolhas que outra pessoa faz?" ela pensou, lembrando-se de como se sentia aprisionada em um ciclo de expectativas e padrões que nunca foram os seus.

Sentada à mesa da cozinha, um copo de vinho na mão, ela se lembrava de quando era criança. "Quando eu era criança, todas as coisas podiam me impressionar", pensou, sorrindo ao se lembrar da alegria simples que a acompanhava. "Absorvendo tudo para me divertir, mas agora eu só absorvo vinho." Havia um tempo em que o mundo parecia um lugar mágico, e agora parecia que tudo o que ela fazia era tentar preencher um vazio que crescia dentro dela.

"A vida é assim?" ela se perguntou, enquanto a tristeza se aninhava em seu peito. As pessoas diziam que, para se divertir, você tinha que trabalhar muito e encontrar equilíbrio no sacrifício, mas Adele não conhecia ninguém que estivesse verdadeiramente satisfeito. Era como se todos estivessem presos em um ciclo interminável de busca por validação e aprovação.

"É melhor você acreditar que estou tentando", murmurou, tentando encontrar força nas suas próprias palavras. "Continuar escalando, mas quanto mais alto subimos, parece que não estamos nem um pouco mais sábios." Ela se sentia cansada, exausta até. Mas, ao mesmo tempo, havia uma chama de determinação dentro dela que se recusava a se apagar.

Naquela noite, Adele decidiu que era hora de buscar algo mais profundo. "Oh, espero aprender a me superar", sussurrou para si mesma. Era hora de parar de tentar ser outra pessoa, de se libertar das correntes que a prendiam. "Quero me amar de graça. Todo mundo quer alguma coisa, você só quer a mim", pensou, lembrando-se de Rich, a única pessoa que parecia vê-la como realmente era, sem máscaras ou expectativas.

Mas havia uma parte dela que ainda lutava contra a dúvida. "Por que estou obcecada com as coisas que não posso controlar?" Se perguntava. Ela se via buscando aprovação de pessoas que nem conhecia, vivendo uma vida que não era a sua. "Nesses tempos loucos, espero encontrar algo em que possa me agarrar", pensou, desejando fervorosamente algo real, algo que fizesse seu coração vibrar novamente.

Adele respirou fundo, sentindo as emoções borbulharem dentro dela. "É melhor você acreditar que por você chorei. Marés altas, porque te quero tanto, mas você não pode combater fogo com fogo." Era um reconhecimento de que seu amor por Rich era forte, mas também havia uma tempestade de sentimentos que ameaçava desestabilizá-la.

"Eu sei até onde posso ir, eu dou o melhor que posso", pensou, lembrando-se das conversas difíceis que tiveram. A pressão sobre seus ombros parecia quase insuportável às vezes. Mas ela não poderia colocar toda a culpa sobre ele. "Às vezes, a estrada menos percorrida é a melhor estrada a ser deixada para trás", pensou, percebendo que precisava de tempo e espaço para se encontrar.

Adele estava pronta para se libertar das correntes que a prendiam. "Então, espero aprender a me superar, parar de tentar ser outra pessoa", murmurou, decidida. E ao olhar mais uma vez para as luzes da cidade, ela soube que, embora o caminho à frente pudesse ser difícil, estava disposta a trilhar essa estrada. O único arrependimento que tinha era que queria que tudo fosse diferente, mas entendia que, mesmo nos momentos turbulentos, havia lições a serem aprendidas e memórias a serem criadas.

A noite avançou, e Adele decidiu que era hora de agir. Ela pegou o telefone e enviou uma mensagem para Rich, algo simples, mas significativo. "Podemos conversar? Preciso de você." Era o primeiro passo em sua jornada para se redescobrir, e, independentemente do que acontecesse, ela estava pronta para enfrentar o que viesse. A vida era uma tempestade, mas, com o coração aberto, ela estava disposta a dançar na chuva.