A noite estava mais fria do que Baekhyun esperava, e ele se encolheu levemente, enfiando as mãos nos bolsos do casaco, enquanto caminhava ao lado de Chanyeol pela rua pouco iluminada. O ar carregava o frescor da madrugada, um silêncio que parecia cúmplice da conversa cheia de segredos que tiveram no café. Era como se a cidade ao redor desaparecesse, deixando-os sozinhos no mundo, perdidos em uma bolha de tensão e familiaridade crescente.
Chanyeol caminhava ao lado dele, mãos soltas nas laterais, seus passos calmos e confiantes. Ele usava um sobretudo preto que se moldava aos ombros largos, uma peça elegante, mas simples, que combinava com a personalidade dele — discreto, mas imponente. Baekhyun percebeu o contraste entre a postura de Chanyeol e seu próprio casaco jeans, mais casual e despreocupado, quase um reflexo das diferenças entre eles. Cada detalhe parecia estar ali para destacar a distância e a proximidade ao mesmo tempo: o chefe meticuloso e reservado, e o funcionário criativo e espontâneo.
Eles chegaram a uma pequena praça, onde a luz suave dos postes iluminava parcialmente as folhas das árvores, criando sombras no chão. Chanyeol parou ao lado de um banco, parecendo indeciso se deveria se sentar ou continuar andando. Baekhyun, sentindo-se curioso sobre aquela hesitação, parou também, observando o rosto dele à luz pálida.
— Essa praça... eu costumava vir aqui quando precisava clarear a mente — Chanyeol comentou, sua voz baixa e mais reflexiva do que Baekhyun estava acostumado a ouvir.
Baekhyun o olhou, percebendo o peso nas palavras. — E precisava de clareza esta noite?
Chanyeol sorriu de lado, mas havia algo distante em seu olhar. — Talvez. Algumas coisas... são mais complicadas do que parecem.
O tom sério de Chanyeol fez Baekhyun se perguntar se ele estava se referindo a eles, àquela proximidade que havia surgido em um contexto tão improvável. Sabendo que também sentia uma mistura de medo e atração, Baekhyun decidiu desafiar a si mesmo, quebrando um pouco o clima ao se sentar no banco, lançando-lhe um olhar provocador.
— Sabe, eu imaginava que você fosse alguém que sempre tivesse todas as respostas — comentou Baekhyun, com um tom leve, mas olhos atentos, buscando uma reação.
Chanyeol riu, mas seu olhar parecia mais sombrio agora. Ele se sentou ao lado de Baekhyun, embora mantendo uma pequena distância. — Acho que você não me conhece tão bem assim.
O silêncio que se seguiu era quase palpável, carregado de perguntas que ambos evitavam colocar em palavras. Baekhyun percebeu a proximidade entre eles, o calor quase imperceptível de Chanyeol ao seu lado, e se pegou prendendo a respiração, como se qualquer movimento pudesse quebrar o frágil equilíbrio entre eles. Seu coração batia mais rápido, mas ele sabia que não era o único a sentir aquela tensão.
Finalmente, ele se atreveu a falar. — Chanyeol, nós somos... colegas de trabalho, você sabe.
Chanyeol virou o rosto, os olhos escuros cravados em Baekhyun com uma intensidade que o fez estremecer. — Eu sei. E é por isso que... tudo isso parece tão complicado, Baekhyun.
Aquela admissão, tão direta e sincera, surpreendeu Baekhyun. Ele tentou desviar o olhar, mas Chanyeol parecia incapaz de olhar para qualquer outra coisa que não fosse ele. A sensação era esmagadora, e ele soube que também era sentido do outro lado, mas nenhum deles estava pronto para lidar com isso de forma plena.
— Eu devia ir embora — Baekhyun murmurou, mais para si mesmo do que para Chanyeol, numa tentativa de escapar daquele momento antes que fosse tarde demais.
Chanyeol assentiu, mas sua mão encontrou a de Baekhyun por um instante, um toque leve e hesitante, mas suficiente para fazer com que ele congelasse no lugar. Ambos ficaram ali, imóveis, sentindo o toque sutil como uma confissão silenciosa. Era uma conexão que nenhum dos dois podia ignorar, mas que, ao mesmo tempo, carregava uma carga proibida.
Eles não disseram nada, mas o silêncio era mais significativo do que qualquer palavra. Havia algo entre eles que parecia mais forte do que qualquer razão, uma atração que ambos temiam, mas que os puxava cada vez mais fundo. Baekhyun finalmente puxou a mão para longe, sentindo o calor residual daquele toque percorrer sua pele.
— Boa noite, Chanyeol. — Sua voz saiu baixa, quase como um sussurro, enquanto ele se levantava lentamente, com um último olhar para aquele homem que parecia abalar cada parte de sua segurança.
Chanyeol apenas assentiu, mas os olhos dele, cheios de uma mistura de desejo e incerteza, ficaram gravados na mente de Baekhyun enquanto ele se afastava. A noite parecia mais fria agora, o ar mais denso e pesado. Baekhyun sabia que aquele encontro havia mudado algo entre eles, e ao mesmo tempo, sabia que, no dia seguinte, tudo voltaria ao normal. Eles se veriam no escritório, com suas máscaras de chefe e funcionário, fingindo que nada havia acontecido. Mas no fundo, ambos sabiam que aquele era apenas o começo de algo que nenhum dos dois seria capaz de controlar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My boss (Chanbaek)
RomancePark Chanyeol, um herdeiro de sucesso, está prestes a assumir a posição de vice-presidente na renomada "Park & Company". No meio dos corredores dessa poderosa empresa, Byun Baekhyun, um trabalhador dedicado e determinado, se prepara para se tornar o...