O som do despertador ecoou no apartamento silencioso de Baekhyun, cortando o resquício de sono que ainda restava após a noite turbulenta. Ele mal havia dormido. Os eventos da noite anterior ainda pairavam em sua mente, numa mistura de euforia e dúvida, e a lembrança do beijo final com Chanyeol parecia viva, como se cada segundo ainda estivesse gravado em sua pele.
A luz do amanhecer invadia a sala, onde Baekhyun, entre uma xícara de café e outra, tentava organizar os pensamentos e preparar o semblante para a segunda-feira. Ele respirou fundo, passando a mão pelos cabelos, quase como se pudesse, assim, apagar as marcas invisíveis daquela noite. Seria ele capaz de encarar Chanyeol sem que nada transparecesse?
No outro lado da cidade, Chanyeol se encontrava em sua própria batalha silenciosa. Vestindo-se lentamente com o habitual terno escuro, ele ajeitava a gravata diante do espelho com mãos que hesitavam, tentando dissipar a sensação de proximidade que ainda sentia de Baekhyun. Seus dedos, que tantas vezes haviam ajeitado aquela gravata com firmeza, pareciam agora distraídos, e seu olhar no espelho era quase como se buscasse um resquício da noite passada em seu próprio reflexo.
O sentimento era novo para ambos — aquele misto de vulnerabilidade e excitação, e o peso da responsabilidade que cada um carregava naquela relação improvável. Não havia mais como evitar o impacto da conexão que sentiam; ela era um segredo entre ambos, mas que pairava no ar, carregada de significado e incertezas.
Quando Baekhyun entrou no prédio da empresa, sentiu o habitual burburinho dos corredores e as vozes abafadas dos funcionários em suas rotinas, mas parecia que o mundo havia mudado. Cada detalhe do ambiente parecia mais intenso. Ele avistou a porta da sala de Chanyeol à distância e, enquanto se aproximava, sentiu uma palpitação, um calor que subia pelo peito.
A voz de Chanyeol ecoou pelo corredor, pedindo que ele levasse alguns documentos importantes até a sala de reuniões. Baekhyun respirou fundo, endireitou os ombros e, com passos calculados, dirigiu-se ao encontro de seu chefe.
Chanyeol, por sua vez, aguardava em sua sala com uma mistura de nervosismo e frieza profissional. Assim que Baekhyun entrou, ele tentou manter a compostura, focando-se nos papéis à sua frente. A tensão entre eles era quase palpável, e cada palavra trocada parecia carregar camadas de significado, como se fosse impossível ignorar o que compartilhavam.
— Sr. Park, aqui estão os documentos que pediu — disse Baekhyun, com um tom formal e contido, enquanto colocava os papéis sobre a mesa. Mas seus olhos, mesmo que rapidamente, capturaram o olhar de Chanyeol, uma faísca indescritível que acendia tudo o que tentavam reprimir.
Chanyeol assentiu, mantendo o tom de voz sereno, embora seu coração estivesse acelerado. — Obrigado, Baekhyun. Precisaremos revisar esses pontos mais tarde. — Sua voz era calma, mas os olhos não podiam esconder a intensidade do que sentia.
O silêncio que se seguiu era denso, um momento que durou poucos segundos, mas parecia eterno. Com um gesto quase imperceptível, Chanyeol inclinou levemente a cabeça, o suficiente para que Baekhyun visse a seriedade misturada com algo mais suave em seu olhar, quase um pedido silencioso.
— Estarei em minha mesa, à disposição para qualquer necessidade, Sr. Park — Baekhyun respondeu, contendo um leve sorriso enquanto se virava para sair, consciente da presença que deixava para trás.
Ao longo do dia, a rotina seguia, mas os momentos compartilhados na noite anterior surgiam em flashbacks para ambos, atrapalhando a concentração. Em meio às reuniões, aos telefonemas e às formalidades do escritório, cada um se pegava pensando no outro, nas palavras não ditas e nas barreiras que precisavam manter.
Chanyeol observava Baekhyun de longe, sempre em silêncio, os olhos capturando cada movimento, cada sorriso rápido trocado com os colegas, e mesmo os gestos mais mínimos. Ele se perguntava até quando poderiam esconder isso de todos, ou de si mesmos. Havia um medo constante de que o olhar de alguém os flagrasse numa troca de olhares que revelasse mais do que deviam.
Baekhyun, por sua vez, sabia que estava preso em uma linha tênue. Sentia o calor da presença de Chanyeol sempre que ele passava por sua mesa, a forma quase imperceptível como o ar entre eles parecia se alterar. Os sentimentos oscilavam entre a euforia e a cautela, e cada passo que dava parecia controlado, mas profundamente carregado do desejo que tentavam negar.
Quando o dia finalmente chegou ao fim, o prédio da empresa esvaziava-se gradativamente, enquanto Baekhyun permanecia em sua mesa, recolhendo os últimos papéis e organizando o material para o dia seguinte. O silêncio do ambiente, antes agitado e barulhento, tornava o espaço mais íntimo, quase cúmplice do que estava prestes a acontecer. Ele sabia que Chanyeol o esperava na garagem, no carro blindado — um encontro em segredo, longe dos olhares de qualquer colega.
Baekhyun desceu discretamente, e quando avistou o carro, seu coração acelerou. A porta do banco traseiro abriu-se silenciosamente, revelando Chanyeol já acomodado ali, com um olhar que oscilava entre uma calma calculada e algo mais intenso, quase magnético. Sem hesitar, Baekhyun entrou, e a porta se fechou atrás de si, isolando-os do mundo lá fora.
No pequeno espaço, a presença de Chanyeol parecia mais forte. As sombras e a iluminação tênue da garagem conferiam uma atmosfera mais íntima e misteriosa ao momento. Por um segundo, ficaram em silêncio, apenas se olhando, absorvendo a proximidade e a liberdade que tinham ali, longe dos papéis de chefe e funcionário que normalmente mantinham.
— Como foi o dia? — Chanyeol perguntou com um leve sorriso, a voz num tom mais baixo e suave, um contraste ao jeito firme e controlado que exibia no escritório.
— Intenso, para dizer o mínimo — Baekhyun respondeu, permitindo-se sorrir também, o olhar fixo no de Chanyeol.
As palavras ficaram suspensas entre eles, sem necessidade de mais explicações. E, antes que percebessem, a distância entre os dois diminuiu, como se fossem guiados por uma atração mútua, inevitável. Chanyeol estendeu a mão, pousando-a suavemente sobre a de Baekhyun, um gesto simples, mas carregado de carinho e cumplicidade. Baekhyun sentiu o calor do toque, e seus dedos entrelaçaram-se quase sem pensar, em um gesto de aceitação.
A mão de Chanyeol deslizou levemente até a bochecha de Baekhyun, acariciando-a com uma ternura que contrastava com a intensidade de seu olhar. O toque despertou algo profundo em Baekhyun, que fechou os olhos por um instante, sentindo o coração bater descompassado, como se o tempo tivesse parado ali, no interior daquele carro. Ele se permitiu relaxar, permitindo que o peso dos dilemas e das obrigações desaparecesse, deixando-se levar pelo momento.
A proximidade fez com que Chanyeol se inclinasse, e seus rostos ficaram a poucos centímetros de distância. As respirações se misturaram, e o ambiente carregado de silêncio e expectativa tornou-se um elo entre eles. Nenhuma palavra foi dita, mas o significado daquele encontro parecia claro para ambos
Finalmente, os lábios de Chanyeol encontraram os de Baekhyun, num beijo suave e cheio de significados. Era como uma promessa silenciosa, uma troca de sentimentos e desejos que não precisavam de palavras. As mãos de Baekhyun deslizaram até os ombros de Chanyeol, trazendo-o para mais perto, enquanto o beijo se aprofundava, tornando-se mais intenso e revelando a tensão que ambos carregaram ao longo do dia. O espaço apertado do carro parecia desaparecer, e o mundo ao redor tornava-se irrelevante.
Após alguns minutos, quando ambos já estavam sem fôlego, o beijo se interrompeu. Ficaram ali, ainda próximos, com os rostos a poucos centímetros de distância e os olhares cheios de cumplicidade. Era como se uma parte deles soubesse que aqueles momentos roubados, em segredo, os ajudariam a suportar a rotina e a distância no ambiente de trabalho.
— Melhor irmos... — sussurrou Chanyeol, com um sorriso brincando nos lábios, a voz ainda rouca pelo beijo.
— Acho que sim, Sr. Park — Baekhyun respondeu, com um tom divertido e um sorriso que carregava o mesmo toque de carinho e segredo.
Durante o trajeto até a casa de Baekhyun, o silêncio entre eles era confortável, pontuado por olhares e sorrisos bobos, cada um ciente do que aquele dia havia significado. Quando o carro parou em frente ao prédio de Baekhyun, ele lançou um último olhar para Chanyeol, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento.
— Até amanhã, Sr. Park — disse, com uma leve provocação no tom, mas sem disfarçar o brilho nos olhos.
Chanyeol apenas sorriu, assistindo Baekhyun entrar no prédio, antes de partir.
Agora, ambos sabiam que depois dos seus sentimentos estarem mais aflorados e nítidos, tudo se tornava ainda mais difícil do que era antes e o maior desafio será manter isso em segredo sem transparecer.
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My boss (Chanbaek)
Roman d'amourPark Chanyeol, um herdeiro de sucesso, está prestes a assumir a posição de vice-presidente na renomada "Park & Company". No meio dos corredores dessa poderosa empresa, Byun Baekhyun, um trabalhador dedicado e determinado, se prepara para se tornar o...