O sábado finalmente chegou, e Baekhyun estava mais nervoso do que esperava. Ele se olhou no espelho, ajeitando o colarinho da camisa casual que havia escolhido. Sua aparência era cuidadosamente desleixada, algo que não fazia com frequência, mas que, por algum motivo, queria que Chanyeol notasse.
Byun respirou fundo, sentindo um leve frio na barriga enquanto entrava no café onde Park o havia convidado para encontrá-lo. Era um lugar aconchegante, com uma iluminação suave e uma música ao fundo que criava um clima íntimo, quase arriscado. Ele não costumava se encontrar com seu chefe fora do ambiente formal do escritório, e o convite de Chanyeol havia sido tão inesperado que, de certa forma, o desarmou.
Chanyeol já estava lá, sentado em uma mesa ao fundo, com um olhar tranquilo, mas que carregava uma intensidade familiar. Baekhyun percebeu que, apesar da roupa casual, ele ainda emanava a mesma presença autoritária de sempre — mas algo nos olhos de Chanyeol agora parecia diferente, mais vulnerável.
— Achei que fosse desistir — Chanyeol murmurou quando Baekhyun se aproximou, um sorriso breve surgindo em seus lábios.
— Pensei nisso por um segundo, confesso. — Baekhyun retribuiu o sorriso, sentando-se de frente para ele. — Não é todo dia que você é chamado para um encontro... casual com seu chefe.
Chanyeol riu, parecendo relaxar pela primeira vez. — Hoje, podemos esquecer essas formalidades, só por um tempo.
A conversa começou devagar, sobre assuntos triviais, como a cafeteria em si, o tempo, as preferências de café. Mas havia uma tensão sutil em cada palavra, uma conexão que nenhum dos dois queria reconhecer plenamente. Chanyeol mantinha o olhar fixo em Baekhyun, atento a cada expressão, e Baekhyun, por sua vez, se sentia estranhamente confortável, como se estivesse diante de um amigo com quem pudesse ser ele mesmo.
Depois de alguns minutos, Chanyeol puxou assunto sobre música, uma área onde ambos compartilhavam uma paixão secreta. — Sabe, sempre quis aprender a tocar guitarra, mas nunca consegui tirar tempo para isso.
Baekhyun o olhou, surpreso e, ao mesmo tempo, intrigado. — Você com certeza parece do tipo que faria tudo bem, de primeira.
Chanyeol sorriu, levemente envergonhado. — Ah, você ficaria surpreso com o quanto eu já falhei em coisas que nem imagina. Só não costumo mostrar isso no trabalho.
Houve um momento de silêncio entre eles. Era como se aquelas palavras carregassem mais do que o aparente, uma admissão de que, talvez, Chanyeol também tivesse suas próprias vulnerabilidades.
— Sabe, eu... nunca imaginei que você fosse tão… humano. — Baekhyun brincou, mas seu tom era suave, quase carinhoso.
Chanyeol sorriu de lado, cruzando os braços sobre a mesa e inclinando-se ligeiramente para frente. — E você… tem uma forma de falar que faz as pessoas se abrirem sem perceber. É um dom perigoso, Baekhyun.
O comentário fez Baekhyun rir, mas também despertou um calor inesperado entre eles. Ele desviou o olhar por um momento, sentindo o próprio rosto aquecer com a intensidade daquele contato. Ainda assim, o olhar de Chanyeol continuava fixo, inabalável, quase como se ele estivesse estudando cada reação, cada detalhe.
O tempo foi passando, e ambos estavam cada vez mais à vontade, como se o mundo fora daquela mesa fosse apenas um borrão. Até que, em certo momento, o silêncio entre eles se tornou denso, carregado de algo que ambos entendiam, mas evitavam admitir.
— Sabe — Baekhyun começou, baixando a voz quase sem perceber. — Acho que essa é a primeira vez que consigo ver quem você é, sem o peso do trabalho entre a gente.
Chanyeol o encarou por um longo segundo, o olhar profundo, como se estivesse tentando decifrar o que aquelas palavras significavam. Então, ele sorriu, um sorriso lento e genuíno, que parecia ter sido guardado apenas para aquele momento.
— Talvez seja porque hoje… eu não sou seu chefe, Baekhyun.
Os olhos de Baekhyun se fixaram nos de Chanyeol, a tensão entre eles crescendo em ondas sutis. Nenhum dos dois se moveu, mas o espaço entre eles parecia estar diminuindo a cada segundo, cada gesto e cada olhar uma declaração silenciosa de tudo o que não diziam em palavras.
O garçom se aproximou com a conta, quebrando o clima, e ambos riram, ainda que nervosos, enquanto terminavam de dividir a conta e se preparavam para sair. Quando saíram do café, o ar frio da noite os envolveu, trazendo uma sensação de realidade, mas ainda assim, nenhum dos dois queria que aquela noite terminasse.
Eles caminharam lado a lado em um parque próximo à cafeteria apesar da noite fria, sem pressa alguma, até que Chanyeol parou de repente. Ele olhou para Baekhyun, o rosto parcialmente iluminado pela luz dos postes, e deu um passo mais próximo, o suficiente para que Baekhyun sentisse o calor de sua presença.
— Se eu te convidasse para mais um café... ou qualquer outra coisa... você aceitaria? — Chanyeol perguntou, a voz suave, mas carregada de intenção.
Baekhyun sorriu, os olhos brilhando com uma mistura de surpresa e expectativa. — Talvez... mas quem sabe você não precise de um “sim” direto dessa vez?
Chanyeol sorriu, a resposta sendo suficiente para manter aquela chama discreta, mas presente, entre eles. Eles continuaram caminhando, mas naquele instante, ambos sabiam que aquele encontro havia deixado marcas — algo novo havia começado, mesmo que nenhum dos dois tivesse coragem de nomear o que realmente sentiam.
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My boss (Chanbaek)
RomancePark Chanyeol, um herdeiro de sucesso, está prestes a assumir a posição de vice-presidente na renomada "Park & Company". No meio dos corredores dessa poderosa empresa, Byun Baekhyun, um trabalhador dedicado e determinado, se prepara para se tornar o...