O retorno a São Paulo foi uma transição quase surreal. Depois dos dias intensos em Campos do Jordão, a cidade vibrava em um ritmo conhecido, mas de alguma forma, novo. O barulho constante das ruas, o aroma do café sendo passado em padarias e as vozes que ecoavam entre os prédios. Felix estava na sua padaria desde cedo, ajeitando bandejas de pães quentinhos quando ouviu o sino da porta soar. Hyunjin entrou com um sorriso e uma tela em branco debaixo do braço.
- Pronto para mais um dia de arte e pães? - Brincou Hyunjin, deixando a tela sobre o balcão e enrolando as mangas da camisa.
Felix riu, os olhos claros cintilando com o reflexo da luz matinal.
- Você é mais eficiente aqui do que muitos dos meus funcionários, não está considerando um plano B na carreira...? - Perguntou, sua voz carregada com uma leve provocação.
- E perder a chance de me expressar pelas ruas de São Paulo? Nunca - Respondeu Hyunjin, com um ar dramático, embora seus olhos buscassem algum sinal de reação em Felix.
Eles trabalharam juntos, trocando sorrisos, risos ocasionais e histórias rápidas do fim de semana. A padaria se enchia lentamente de clientes, e Hyunjin, vez ou outra, trocava o atendimento pelo pincel, pintando enquanto ajudava Felix a servir.
Do outro lado da cidade, Changbin estava em sua própria casa naquele bairro semi silencioso. Penteando seu cabelo para finalmente ir ao trabalho; o telefone na mão, hesitou por um momento antes de discar o número que conhecia tão bem.
- Hyunjin, tá ocupado? - A voz de Changbin, normalmente tão confiante, soava diferente, mais hesitante.
- Estou ajudando o Felix na padaria - Hyunjin respondeu, o tom casual, mas seus olhos endureceram levemente quando Felix notou a troca;
- Depois vou para a rua vender umas pinturas.- Você está sempre por aí, né? - Changbin tentou disfarçar o tom de descontentamento, mas falhou.
- Alguém tem que aproveitar a vida, Bin - Disse Hyunjin, a resposta carregada de algo que parecia uma provocação, mas que, para os dois, era muito mais.
Changbin conversou com Lix e Hyun pelo telefone, ainda num ciúme hesitante que sabia que não precisava ter, mas ameaçava sempre em sua mente.
Não tão longe dali, livraria-café;
A livraria-café tinha um aroma aconchegante de café moído e páginas antigas. Minho organizava os livros em uma prateleira enquanto lançava olhares furtivos para Han, seus olhos pairando em sua franja loira,que, com seu sorriso contagiante, fazia uma cliente rir com uma história animada. O riso dela parecia ecoar mais alto do que qualquer outro som naquele lugar, e Linos sentiu o estômago se contrair de leve.
- Minho, preciso de ajuda aqui - A voz de Han o trouxe de volta, os olhos escuros e expressivos olhando para ele com um brilho malicioso.
- Parece que você está se divertindo bastante para alguém que está "precisando de ajuda..." - Respondeu Minho, com um sutil arquear de sobrancelha, aproximando-se.
Han piscou lentamente, aproximando o rosto do de Minho, a distância entre eles diminuindo.
- É ciúmes que estou vendo? - Han sussurrou, a voz baixa para que só Lee Know pudesse ouvir.
- Ciúmes? Eu? - Lee Know deixou escapar uma risada curta, mas sua expressão traía as palavras. Ele desviou o olhar, mas antes que pudesse se afastar, Han o puxou pela ponta do avental e sorriu.
- Você sabe que meu interesse é só em um cliente específico. - Provocou, e antes que Minho pudesse responder, a campainha da porta tocou, trazendo novos visitantes.
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Blank Heart - chanmin
FanfictionEm muito tempo, um relacionamento pode mudar rapidamente, por uma tragédia que talvez, possa ser arrumada. Chris sofre um acidente, e nisso, ele perde completamente sua memória, das mais simples às mais importantes, Seung, seu namorado, ao saber dis...