Kurt Cobain's Fanfic
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Jane Quinn e Kurt Cobain se conheceram na adolescência, em um momento em que ambos buscavam um refúgio para suas almas inquietas. Desde então, a conexão entre eles foi inegável, como se fossem duas metades de um me...
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"Kurt, você me vê, sabe? Você entende aqueles meus pedaços difíceis e, mesmo assim, você fica. E isso me assusta enormemente, me levando ao ponto de me torturar em meu próprio ar tóxico e ausente."
- carta não enviada de Jane Quinn para Kurt Cobain, 1990.
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O feriado de Ação de Graças estava chegando, e o clima era um sinal tão visível quanto os ânimos de todos os integrantes da banda. A cidade parecia se preparar para receber um mês de neve e ventos longos e gélidos, assim como garoas incessantes. Os moradores também pareciam mais animados, afinal, as festas do fim de ano estavam chegando, e todos estavam ansiosos para a virada do ano.
Jane olhou para o céu, que estava coberto de nuvens escuras e carregadas. Não havia pássaros voando, ou folhas cortando o ambiente, apenas um vazio quase torrencial. Aberdeen é tão melancólica e triste, pensou Jane. Às vezes, ela imaginava como seria Seattle: um pouco menos chuvosa e mais animada, com certeza. E o pai dela poderia estar lá, a esperando para comemorar as celebrações em família.
Não, pensou a garota. Ela não tinha mais família, ela não poderia comemorar nada. A mãe dela não a ligava, e ela nem sabia se o próprio pai estava vivo. Será que ele tem uma outra família? Será que a mãe dela ainda estava na cidade?
Jane abraçou o casaco de pele que ela estava usando, sentindo a brisa do fim da tarde a envolver violentamente. Ela olhou para as malas na calçada e cruzou os braços. A garota olhou de novo para o céu, procurando por algum consolo no vazio, mas ela encontrou nada. O simples e puro nada, muito apático.
- Pronto, acho que pegamos tudo. - Shelli cruzou a porta de entrada e deixou uma mochila na parte de trás da van aberta.
Ela pegou uma mala e jogou dentro do automóvel, e Jane fez o mesmo.
- Cadê o Krist? - A guitarrista fechou as portas da van.
- Está telefonando para os pais dele.
Jane deu um suspiro longo, se preparando para se lamentar: - Eu nem acredito que você vai me deixar. - Ao final da frase, ela abraçou Shelli, a apertando o máximo que conseguia.
Shelli riu do drama da amiga, mas a verdade era que ela também sentiria falta da garota.
- Nós voltamos antes do ano novo, eu prometo. - A mais velha retribuiu o abraço apertado.
Shelli e Krist iriam viajar para a casa dos pais de Shelli para comemorar o Dia de Ação de Graças e o Natal. Ou seja, o centro da vida social de Jane não iria existir pelos próximos dois meses, e isso a estava deixando desesperada. E, para completar, ela gostava muito da companhia de Shelli, que tinha sido compreensiva e atenciosa com ela, e Jane quase não suportava pensar em passar tantos dias longe da amiga.
