He plays guitar while I sing Lou Reed

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"Quando eu conheci a Jane, a primeira coisa que eu pensei foi: por que ela está andando com o Kurt? Ela era tão bonita e legal. E, então, quando ela começou a tocar, eu entendi. "

- Krist Novoselic em entrevista para Flipside, 1997.

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 Jane estava escrevendo alguns versos soltos, enquanto pensava sobre como conseguiria pagar o aluguel. Ela já tinha dois avisos de despejo e a luz tinha sido cortada, o que fazia a casa de Jane ficar totalmente escura à noite. Ela não sabia o que fazer, principalmente depois da semana passada, quando ela se formou no ensino médio, e aquele diploma parecia tão inútil naquele momento.

 Jane interrompeu os próprios sentimentos quando ouviu batidas frenéticas na porta. Ela se levantou do sofá para abri-la, se deparando com Kurt. Ele parecia empolgado com algo, o que fez Jane sorrir.

 - Eu já te falei que não precisa bater, é só entrar. - A garota disse, meio divertida.

 - Desculpa. - Ele encolheu os ombros, mas não perdeu a empolgação nos olhos. - Pega a sua guitarra.

 - Por que? - Jane franziu as sobrancelhas, confusa com o pedido de Kurt.

 - Sabe aquele amigo que me emprestou o violão? - Enquanto perguntava, ele procurava alguma coisa nos bolsos da calça surrada. Jane, seguindo as mãos dele, percebeu o quanto os pulsos de Kurt eram finos.

 - E você não devolveu. - Jane esboçou um sorriso cúmplice, o que fez Kurt se derreter, mas ele voltou a si rapidamente.

 - Ele ouviu uma fita minha e quer formar uma banda. - O garoto tirou um cigarro do bolso e o colocou na boca. - Me empresta o seu isqueiro, por favor?

 Jane acenou com a cabeça e foi até o sofá para pegar o isqueiro preto. Ela voltou para Kurt e ascendeu o cigarro dele, enquanto ele fazia uma copa com as mãos para evitar que o vento atrapalhasse a garota.

 - E você quer a minha guitarra? - Ela ainda estava confusa com o que Kurt queria dizer.

 Ele riu com a pergunta de Jane e explicou: - Não, eu quero que você também entre na banda.

 Ela teve que piscar os olhos com força para absorver aquilo. Ela nem conseguia acreditar na possibilidade de fazer parte de uma banda. Para ela, aquilo significava fazer parte de algo maior, significava ter pessoas unidas que não abandonassem umas as outra. Para Jane, significava que ela nunca mais seria cercada por silêncio, ou ficaria sozinha.

 - Qual é o nome do seu amigo? - Ela pegou o cigarro que Kurt ofereceu para ela e o tragou.

 - Krist.

 - Acho melhor nós levarmos o violão dele.

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 Krist era muito alto, com o cabelo escuro e tão bagunçado quanto o de Kurt. Ele parecia intimidante, mas ele se revelou divertido e engraçado, querendo fazer todos rirem. Além disso, ele também tinha uma namorada, a Shelli, uma mulher tão divertida quanto ele.

 - Você também faz parte da banda? - Jane perguntou para Shelli, que tentava arrumar os cabos dos amplificadores.

 - Não, eu não aguentaria tocar com esses idiotas. - Ela riu do próprio comentário, o que fez Jane rir junto. - Por isso eu te acho corajosa. - Shelli aumentou o sorriso divertido.

 Jane não pode deixar de perceber o quanto Shelli era calorosa e atenciosa, e isso a fez se sentir bem recebida. Era um alívio ter outra mulher próximo, pelo menos ela não estaria sozinha no meio de tantos homens.

 - Obrigada. - Jane disse, meio incerta em considerar aquilo um elogio.

 - Ei, eu ouvi você. - Krist interrompeu a conversa, entrando na sala com garrafas de cerveja nas mãos e com Kurt ao seu lado.

 - É para ouvir mesmo. - Shelli pegou duas garrafas das mãos de Krist e ofereceu uma para Jane.

 Ela hesitou um pouco, mas acabou aceitando. Já fazia quase dois meses que ela não bebia nada, e ela nem sentiu falta da calmaria que o álcool proporcionava, já que estava sendo dopada o suficiente pela presença de Kurt, e aquilo já a acalmava. Mas, naquele momento de descontração, tudo parecia fácil demais, tranquilo demais, e Jane pensou que nada poderia destruir eles, principalmente o vício.

 Então, uma garrafa de cerveja não faria mal.

 - Nós temos que ir para Seattle. - Kurt disse enquanto sentava no sofá rasgado da sala. - É lá que nós vamos conseguir uma gravadora. - Ele passou o cigarro para Jane quando ela sentou ao lado dele.

 Krist tomou um gole da sua cerveja e respondeu: - Nós nem temos um baterista, Kurt.

 - Qual é o nome da banda? - Jane perguntou para os garotos.

 - Fecal Matter. - Krist sorriu orgulhoso ao pronunciar o respectivo nome da banda.

 Jane franziu as sobrancelhas em desgosto. Para ela, aquele nome não parecia muito bom para representar uma banda, pelo menos não uma banda em que ela estava.

 Shelli praticamente se jogou no sofá, ao lado de Jane, e sussurrou para ela: - Eu falei para você que eles são idiotas.

 - Não, Krist. - Kurt balançou a cabeça, um pouco irritado com a resposta do amigo. - Nós não podemos ter esse nome, porque eu já usei com o Buzz. - Ele pegou o cigarro que Jane fez menção de devolver.

 Ela intensificou o rosto em uma expressão de confusão. Jane chegou a conclusão que ela realmente não tinha muito conhecimento sobre música, ela nem sabia como Krist tinha a aceitado na banda.

 - Fecal Matter era o nome da banda que Kurt tinha com um cara chamado Buzz, agora ele está no Melvins. - Shelli sussurrou para Jane. - Vocês podem espalhar panfletos para achar um baterista, e nós não temos dinheiro para ir para Seattle.

 - Não importa, eu vou começar a trabalhar. - Kurt respondeu para Shelli, e depois ele tomou um gole da cerveja.

 Shelli sabia que aquela promessa de Kurt não valia muito, já que ele não conseguia sustentar um emprego, e ele nem tinha onde morar. Ela mesmo já tinha deixado ele dormir na casa dela por algumas noites, principalmente quando o tempo estava muito chuvoso e frio.

 - Quando nós acharmos um baterista, nós vamos poder tocar em Seattle. - Krist pegou o violão que estava encostado na parede e começou a dedilhar alguns acordes. - Obrigado por lembrarem de trazer o meu violão de volta. - Ele enviou um olhar acusatório e dramático para Kurt, que esboçou um sorriso cúmplice para Jane.

 Ela percebeu o quanto eles eram barulhentos e caóticos, mas isso a fez querer entrar ainda mais para aquele mundo. Ela não queria ficar no mundinho em que ela foi forçada a permanecer, um solitário e tão silencioso que se tornava desesperador. Jane queria toda aquele caos, ela queria fazer parte de algo calorosamente humano.

 Então, como uma lampejo de luz, Jane percebeu: a música era como um copo de vinho ou uma garrafa de vodca, muito viciante. E, para Kurt, Jane quem era o seu maior vício. 

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 ✩ oiiiii!! outro capítulo saindo do forno!! eu sei que esse capítulo tá um pouquinho curto, mas eu prometo que eu vou recompensar. o próximo capítulo tá uma bomba atômica. enfim, me diga o que vocês estão achando!!! 

 ✩ vocês viram que a frances teve um filho??? meu deeeuussss, eu dei um grito, quase chorei. tão lindinho!!! e ela tá tão feliz!!! 

 ✩ não esqueçam de votar e comentar!!



Fade Into You ✩ Kurt CobainOnde histórias criam vida. Descubra agora