I'm living like Jim Morrison

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"Casey Cole: Jane, só por diversão, quem seria o homem ideal para você?

Jane Quinn: Bom, fácil. Jim Morrison, com certeza."

- trecho de uma entrevista do programa de televisão Alternative Nation, 1992.

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 Jane acordou com a cabeça latejando, uma dor surda que parecia pulsar em suas têmporas. Era a sensação familiar de ressaca. Ainda havia um gosto amargo em sua boca e uma sensação de peso em seu corpo. E, enquanto tentava recuperar o controle sobre si, ela sentiu uma brisa leve, que entrava pela janela entreaberta, balançando preguiçosamente as cortinas. A luz fraca do começo da manhã cortava o ambiente, mas isso apenas fazia a dor de cabeça de Jane piorar.

 Ela estava deitada no sofá da casa de Krist, onde acabou desmaiando na noite anterior. Ela mal se lembrava de como tinha ido parar ali, mas uma lembrança nítida da noite anterior fez seu estomago revirar: Kurt beijando outra garota. Naquele momento, aquela imagem a perseguia, misturada ao seu mal-estar físico, criando uma sensação ainda pior.

 Para afastar a cena das suas memórias, ela decidiu levantar e lavar o rosto. Com o corpo pesado, cada movimento era dolorido e extremamente lento. Ela cambaleou até o banheiro, segurando o impulso de voltar para o sofá. E quando a garota chegou no cômodo, ela tentou abrir a porta, mas estava trancada.

 - Eu estou no banho! - Krist gritou de dentro do banheiro.

 Jane apertou os olhos, sentindo uma dor aguda atravessar a sua cabeça.

 - Não precisa gritar. - Ela murmurou para a porta.

 Subitamente, um som alto cortou o ambiente, perfurando a cabeça de Jane.

 - O telefone está tocando! - Shelli gritou do quarto, fazendo a guitarrista apertar os olhos outra vez.

 - Por que todo mundo precisa gritar? - Ela reclamou baixinho, se arrastando até o telefone.

 Com a cabeça latejando e os olhos semicerrados, Jane desejou que o mundo ao seu redor silenciasse, só por um instante. Ela adorava estar cercada pelo caos comum dos amigos, mas, em um momento como aquele, com a ressaca pulsando em suas têmporas, ela amaldiçoava todo aquele barulho.

 A garota tirou o telefone do gancho, o atendendo com uma voz cansada: - Olá?

 Do outro lado da linha, houve um silêncio pesado por alguns segundos antes de Kurt falar, com a voz arrastada e as palavras saindo lentas e confusas, como se ele estivesse distante.

 - O céu está azul escuro. - Ele começou. - Parece os seus olhos quando você fica bêbada... ou triste. E... e vai chover.

 Jane fechou os olhos por um segundo, sentindo a cabeça girar enquanto processava as palavras. Uma pontada de dor se espalhou no peito ao ouvi-lo, com a ressaca emocional tão forte quanto a física.

Fade Into You ✩ Kurt CobainOnde histórias criam vida. Descubra agora