19| capítulo dezenove

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Nenhuma palavra ou sentimento do mundo poderia descrever concretamente o que Marília estava sentindo ao acordar e ver Henrique dormindo ao seu lado.– ela tinha noção de tudo o que aconteceu e era isso que a assustava, ela sabia e queria muito tudo o que rolou entre eles.– sabia que não deveriam, mas era que nem o barbudo tinha falado. -- foi uma coisa bem mais forte que os puxou um para o outro. -- tão intenso que até mesmo agora, conseguia lembrar de cada sensação que sentiu na noite passada.

E foi assim, com as lembranças que a invadiu, que a loira lentamente foi criando coragem pra enfim olhar o homem ao seu lado e assim que virou o rosto, pode encontrar com ele já de olhos abertos, a olhando de forma genuína e atenta.

Ela não sabia como iria reagir de agora em diante e Henrique também não.– estavam deixando ser levados pelo sentimento avassalador que os dominou, porém, de uma coisa ela sabiam. -- nada iria ser como antes e por mais que tenha sido uma péssima ideia por isso em risco, não tinham se arrependido. -- isso ficou claro quando sorriram um para o outro.

– bom dia...- o moreno é o primeiro a falar, e sorrir de canto

O mesmo não esperava que Marília estivesse ali quando ele acordasse, achava que ela fugiria e tinha quase certeza disso mas não, ela não fingiu, tinha ficado e estava sorrindo mesmo sem ele saber o que vinha depois desse sorriso.

Independente dos riscos, ele tinha gostado...

– bom dia, Ricelly.– diz a loira de jeito leve e acaba negando brevemente.– dormiu bem?

– eu quem deveria te fazer essa pergunta...como você tá?.– o barbudo diz porém sua voz era preocupada mesmo ele tentando parecer "normal"

– eu não sei te dizer ainda.– a Mendonça responde e isso faz o Tavares sorrir.– e você, como se sente?

– Estou pensando em muita coisa no momento. Não sei qual é a mais correta.– responde o mesmo e acaba rindo também

– acho que consigo te entender...

Após isso, ambos ficaram alguns segundos em silêncio enquanto se olhavam, tentando decifrar alguma coisa nos olhos um do outro, porém, pareciam indecifráveis...

– eu achei que acordaria sozinha hoje.– Marília confessa depois de um tempo e ver o momento exato que o homem nega

– eu quem achei que acordaria sozinho.– diz e isso faz ambos rir de forma leve

Por mais que eles estivessem sendo "maduros", havia confusão dentro deles.– Talvez mais em Marília do que de Henrique.– ele tinha pensado em tanta coisa pra fazer de agora por diante mas a maioria delas não dependia só dele e sim da mulher que estava deitada ao seu lado.

– eu não sou bem o tipo de mulher que faz isso. Sei que cê tá traumatizado, mas relaxa.– a Mendonça brinca e Henrique pode dar uma risada de verdade agora

Rapidamente ele apoiou uma das mãos na cabeça e levantou um pouco o corpo pra olhar nos olhos dela, ainda mantendo um leve sorriso de canto...

– obrigado por não machucar meu coração.

– você quis dizer, o seu ego não é?.– diz a loira e acaba rindo assim como ele.– obrigada por não fugir.

– eu jamais faria isso com você.– diz o barbudo e Marília pode engolir em seco, sentindo o coração acelerar novamente

Ela queria o beijar mais uma vez, mas não podia. Aconteceu o que aconteceu mas não poderia passar disso, uma noite. -- não dava pra criar expectativas tão altas e bobas...

– olha, eu não sei muito bem o que fazer agora...-

Assim que Henrique enfim volta a dizer, em seguida deixa um meio sorriso escapar e toca suavemente o rosto da mulher em sua frente, arrumando seu cabelo por trás da orelha enquanto a encarava atentamente..

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