Jantar à Dois [EM ANDAMENTO]

Capítulo 6 - encantador e inesperado

Jin-Ho (진호)

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Quando Seo-Yeon se aproxima e pergunta o que eu sei sobre ela, uma mistura de surpresa e emoção percorre meu corpo, quase como uma corrente elétrica que percorre cada célula. Tento manter a compostura, mas as memórias começam a surgir, trazendo consigo aquela sensação agridoce que sempre acompanha meu pensamento sobre ela.

Sempre foi um desafio para mim manter a fachada de indiferença, como se eu não me importasse, como se tudo isso não significasse nada além de negócios. Mas a verdade é que minha paixão por Seo-Yeon se enraizou profundamente desde os tempos de escola. Lembro-me vividamente de como ela corria pelos corredores, sem se importar com as opiniões alheias, ignorando todos ao seu redor. Era como se ela fosse imune ao julgamento, completamente focada em sua própria missão.

Ela tinha essa determinação feroz, uma chama que queimava em seus olhos sempre que confrontava os valentões da escola. Sua síndrome do herói, como todos costumavam chamar, fazia com que ela se metesse em situações difíceis, mas ela nunca recuava. Aquela adolescente que não aceitava injustiças, que enfrentava qualquer um para defender o que acreditava ser certo, deixava uma marca por onde passava. Mesmo sendo dois anos mais velho, eu ouvia todos os tipos de boatos sobre ela. E, sem dúvidas, ela sempre deixava seu nome gravado onde quer que fosse.

Eu nunca revelei meus sentimentos. Mantive essa parte de mim cuidadosamente trancada, uma versão controlada do que eu realmente sentia. O que ela vê agora é uma máscara, uma versão de mim mesmo que desenvolvi ao longo dos anos para esconder o que estava se passando dentro de mim. Agora, diante dela, com essa pergunta pairando no ar, sinto uma pressão no peito, uma vontade de confessar tudo. Mas sei que não posso. Não agora.
Não posso dizer mais. Não posso deixar escapar o quanto essas qualidades me afetaram, o quanto cada uma de suas ações na escola me impactou. Ela não pode saber que o menino tímido, que ela mal notava, observava cada movimento seu, e que esses momentos moldaram a pessoa que sou hoje. Tudo o que posso fazer é continuar mantendo essa fachada, esperando que ela não perceba.

— De que modo? — pergunto, tentando desviar a atenção da TV e focar nela. Sento-me mais atento, observando suas ações e reações. Quando ela se senta ao meu lado, o desejo de tocá-la e de revelar que cada detalhe que conheço vem de uma longa observação silenciosa.

Quando ela pergunta se estou tentando seduzi-la, sinto um leve tremor em meu coração. A verdade é que, por mais que eu deseje expressar meus sentimentos, sempre mantive uma fachada de profissionalismo e controle. O meu conhecimento detalhado sobre ela não é uma estratégia para seduzi-la, mas uma forma de me conectar com a pessoa que sempre admirei em segredo.

Quando menciono que ela chora assistindo a Full House e ainda guarda os 16 volumes dos manhwas, vejo seu rosto mudar. Em vez de desconforto, há uma expressão de alívio e curiosidade. Sua surpresa dá lugar a um sorriso que parece refletir uma nova compreensão. A tensão que sentia diminui, e eu percebo que ela está começando a se sentir mais à vontade comigo, talvez até mais intrigada.