Kiyomi Uchiha: O Segredo do Clã.

O Nascimento e a Morte.

O sol brilhava intensamente no céu azul, iluminando a aldeia da Folha enquanto a alegria tomava conta do clã Uchiha. Os sorrisos se espalhavam como as flores em primavera, e a casa de Mikoto Uchiha ressoava com risadas e música. O nascimento dos gêmeos, Sasuke e Kiyomi, havia trazido uma nova esperança ao clã, cuja história era marcada por sombras e tragédias.

Mikoto, exausta mas radiante, segurava os dois bebês em seus braços. Sasuke, com seus olhos escuros e curiosos, parecia refletir a força de seu pai. Kiyomi, por outro lado, exibia um ar mais delicado, seus olhos suaves, como o céu ao amanhecer. Cada risada e cada abraço reforçavam a ligação que ela sentia com aqueles pequenos seres.

No entanto, a felicidade de Mikoto foi abruptamente interrompida. Dias se passaram e, conforme Kiyomi crescia, a fragilidade da bebê se tornava cada vez mais evidente. Ela não parava de tossir, e o brilho em seus olhos começava a se apagar. As visitas ao hospital da aldeia tornaram-se rotina, e cada vez que os médicos examinavam a pequena, o desespero de Mikoto aumentava.

- Por favor, ajudem minha filha! - implorava ela, suas mãos tremendo enquanto segurava Kiyomi em seus braços, os olhos cheios de lágrimas.

Os médicos trocavam olhares sombrios, mas as respostas eram sempre as mesmas:

- Sentimos muito, Mikoto. Não conseguimos encontrar uma cura.

Aquelas palavras ecoavam na mente de Mikoto como um sino funerário. A tristeza e a impotência a consumiam, mas seu amor por Kiyomi a fazia lutar contra a escuridão que se aproximava.

Foi nesse cenário de desespero que Orochimaru fez sua aparição. Em uma noite, ele se materializou como uma sombra entre os sorrisos, seu olhar serpentino avaliando a situação. Mikoto sentiu um arrepio ao encontrá-lo ali. Ele era uma figura poderosa, temida por muitos, mas a esperança de salvar sua filha ofuscou seu instinto de cautela.

- Mikoto. - Ele disse, sua voz suave, quase sedutora. - Eu posso curar Kiyomi. Em troca, precisarei da menina.

As palavras pairaram no ar como uma tempestade prestes a estourar. Mikoto hesitou, um turbilhão de emoções atravessando sua mente.

- O que você quer dizer? Para onde vai levá-la? - Ela pergunta, tentando não transparecer o desespero e a dor que sentia.

- Basta que me entregue a ela. O que é uma vida em troca de uma salvação? Eu não serei um inimigo; prometo cuidar dela e oferecer o que a Folha não pode. - Ele respondeu, seu tom envolvente.

A mente de Mikoto girava. A ideia de perder Kiyomi a dilacerava, mas a dor de ver sua filha sofrer era ainda mais insuportável. Com lágrimas nos olhos, ela finalmente fez a escolha que mudaria o destino de sua família para sempre.

- Se isso é o que precisa ser feito... eu confio em você. - Antes de entregar a bebê que estava em seus braços, Mikoto deposita um pequeno selar na testa de sua filha. - Cuide bem dela.

Após a entrega, Mikoto voltou para casa, o vazio em seu coração se tornando insuportável. Sentia-se como se estivesse presa em um pesadelo. Para proteger sua família e esconder a verdade, ela utilizou um genjutsu poderoso, criando uma ilusão cruel. A aldeia acreditaria que Kiyomi havia morrido, e assim, protegeria sua filha do destino sombrio que a aguardava.

Os dias se passaram em um torpor. A festa pela chegada dos gêmeos se transformou em um luto silencioso. Mikoto observava os rostos de seus amigos e familiares, todos acreditando na mentira. Todos, exceto Itachi.

O olhar do filho mais velho a seguia com uma intensidade que a deixava inquieta. Ele percebeu que algo estava errado, que havia uma sombra se estendendo sobre a família. Com seu coração pesado, Itachi se afastou, mergulhando em um luto solitário, repleto de perguntas sem respostas.

As luzes da casa pareciam mais apagadas, e a tristeza pairava no ar. Foi assim durante os próximos anos. Mikoto se sentia cada vez mais isolada, uma mãe dividida entre a proteção e a culpa. O que ela havia feito? E qual seria o custo dessa escolha? Enquanto a noite caía sobre a aldeia, uma nova tempestade se formava no horizonte, prometendo um futuro incerto e repleto de desafios.