Kiyomi Uchiha: O Segredo do Clã.

A Verdade Revelada.

A Floresta da Morte era um palco perfeito para segredos e confrontos. Entre as árvores densas e o silêncio opressor, Kiyomi sentia o peso do que Orochimaru ordenara. Seu coração estava dividido: parte dela queria completar a missão e ganhar sua confiança, mas outra parte temia o que isso custaria. Ele havia deixado claro que Sasuke era essencial para seus planos e que, em breve, ele se juntaria a eles.

Com o selo da maldição ainda fresco em seu corpo, Kiyomi sentia um poder inquietante borbulhando dentro dela. Orochimaru garantiu que esse poder seria suficiente para enfrentar Sasuke, mas ela sabia que não era apenas uma luta física. Era uma batalha emocional que ela não estava pronta para enfrentar.

Ao encontrá-lo, Sasuke estava sozinho, descansando após derrotar outro grupo de ninjas. Ele parecia exausto, mas ainda carregava aquela determinação inquebrável em seus olhos. Quando viu Kiyomi emergir das sombras, sua expressão mudou para cautela.

— Você de novo? — ele perguntou, levantando-se lentamente.

Kiyomi caminhou até ele, sua postura firme, mas o coração disparado.

— Orochimaru me enviou — disse ela, tentando manter a voz neutra.

Sasuke estreitou os olhos, claramente tentando entender o que ela queria dizer.

— Por quê?

Kiyomi não respondeu imediatamente. Ela sabia que a resposta era mais complicada do que ele imaginava.

— Ele quer que você se junte a ele — continuou ela, aproximando-se. — Diz que você tem um poder que ele precisa.

Sasuke riu, mas sem humor.

— E você é apenas a mensageira?

Ela hesitou. Orochimaru queria que ela o enfrentasse, testasse sua força e, se possível, o levasse à exaustão para facilitar os efeitos do selo amaldiçoado. Mas olhando para Sasuke agora, Kiyomi sentiu um peso esmagador em seu peito. Ele era seu irmão. Como ela poderia machucá-lo?

— Não sou apenas a mensageira — disse ela finalmente, ativando seu Sharingan.

Sasuke arregalou os olhos ao ver os tomoe girando em seus olhos. Ele deu um passo para trás, chocado.

— Sharingan? Como você...

Ela sentiu um nó na garganta, mas manteve sua postura.

— Porque sou como você, Sasuke.

— O que isso significa? — ele perguntou, a voz baixa, mas cheia de tensão.

Kiyomi respirou fundo, sentindo a dor em cada palavra que precisava dizer.

— Eu sou sua irmã.

Sasuke ficou imóvel, como se o mundo tivesse parado ao seu redor.

— Isso é impossível — disse ele, mas sua voz tremia.

— Não é. — Ela deu mais um passo à frente. — Orochimaru me tirou de Konoha quando eu ainda era um bebê. Ele me treinou, me manipulou... e escondeu a verdade de mim por anos.

Sasuke parecia lutar contra a ideia, mas os olhos de Kiyomi — tão parecidos com os dele — não mentiam.

— Se isso é verdade... por que você está aqui agora? — perguntou ele, sua voz carregada de mágoa e raiva.

Kiyomi sentiu lágrimas queimarem seus olhos, mas não as deixou cair.

— Porque Orochimaru me enviou para testar você, para ver se você está pronto para o que ele planeja. Mas eu não quero machucar você, Sasuke. Quero protegê-lo.

Sasuke recuou um passo, a confusão e o conflito claros em seu rosto.

— Proteger? — Ele riu amargamente. — Você está do lado dele!

— Eu nunca escolhi isso! — Kiyomi gritou, sua voz carregada de emoção. — Eu era uma criança, Sasuke! Ele me roubou de nossa família, de você!

O silêncio caiu entre eles, pesado e sufocante.

— Prove isso. — A voz de Sasuke era fria. — Prove que você é minha irmã.

Kiyomi engoliu em seco e, sem hesitar, apontou para o colar que carregava em volta do pescoço.

— Este colar pertenceu à nossa mãe. Ele estava comigo quando Orochimaru me levou.

Sasuke olhou para o colar, e algo em seu rosto mudou. Ele reconhecia o objeto. Lembranças esquecidas de sua infância voltavam à tona, mostrando sua mãe colocando aquele mesmo colar em Kiyomi quando ela ainda era um bebê.

— Kiyomi... — ele murmurou, sua voz tremendo.

Antes que pudesse dizer mais, o selo amaldiçoado no corpo de Kiyomi começou a reagir. A energia sombria tomou conta dela, e ela caiu de joelhos, tentando controlar o poder que parecia querer consumi-la.

— Não... — murmurou ela, segurando a cabeça enquanto as marcas negras se espalhavam por seu corpo.

Sasuke correu até ela, agora mais preocupado do que desconfiado.

— O que está acontecendo?

— O selo... Orochimaru... ele... — Kiyomi mal conseguia falar, a dor a consumindo.

Sasuke colocou uma mão em seu ombro, tentando segurá-la enquanto as marcas continuavam a se expandir.

— Não vou deixá-lo fazer isso com você — disse ele, sua voz firme.

Naquele momento, algo mudou. Sasuke percebeu que, apesar de toda a confusão e dor, Kiyomi era parte de sua família. E, pela primeira vez desde o massacre, ele sentiu que não estava sozinho.

Mas eles não estavam seguros. Ambos sabiam que Orochimaru estava apenas começando a tecer sua teia. Kiyomi olhou para Sasuke, sua determinação brilhando através da dor.

— Eu vou protegê-lo... não importa o custo.

Sasuke assentiu lentamente.

— E eu vou fazer o mesmo por você.

A noite parecia mais escura, mas, juntos, os dois Uchihas encontraram uma fagulha de esperança em meio às sombras que os cercavam.