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Presente...

Porque não consigo sentir? É horrível se sentir sozinha no meio de tantas pessoas

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Porque não consigo sentir? É horrível se sentir sozinha no meio de tantas pessoas. Risadas ecoavam em meus ouvidos. O desejo de se conectar com os outros era forte mas a apatia parecia ser uma prisão impenetrável. O caos continuava ao meu redor. Corpos se movimentando, copos sendo erguido e brindes feitos — e eu estava aqui, parada no meio do furacão emocional para romper as correntes da minha mente.

As paredes tremiam ao som da batida eletrônica, era como se a estrutura da casa estivesse prestes a desmoronar sob o peso da euforia coletiva. Eu queria me perder naquele momento deixar minhas emoções fluírem como as luzes que piscava ao redor. Mas havia uma barreira invisível entre mim e o resto do mundo — uma névoa densa que me ensolava.

Eu estava em pé ao lado de alguns sofás desgastados em tons de vermelho e dourado, alguns têm almofadas rasgadas que revelavam o enchimento esvoaçantes. Do meu lado direito havia algumas mesas improvisadas, feitas de tábuas de madeira apoiadas em caixas, cobertas com toalhas manchadas com copos plástico descartáveis por cima, alguns empilhados e outros ainda com vestígio de bebida e cigarros apagados. O ar estava carregado com mistura de vozes e cheiro forte de álcool e suor — que não eram do meu gosto pessoal, mas não me nauseavam.

A iluminação era intensa fazendo com que nenhum milímetro sequer que não estivesse clareado pelas lâmpadas que iluminava até os rostos divertidos e energéticos dos presentes na festa. Um grupo que antes sentando nos sofás, começou a fazer um brinde — copos levantados em meio a gritos de alegria — enquanto outros se moviam de maneira descontrolada pela pista de dança improvisada no centro da sala, projetando sombras distorcidas que dançavam nas paredes sujas e descascadas da casa, que era uma antiga construção de madeira que exibe um charme decadente. As tábuas do piso rangem sob os pés, e o cheiro a mofo e madeira envelhecida se mistrurava ao ambiente.

O lugar estava cheio, mas ainda assim sobrava espaço para conversar a sós e passar sem nenhum empurrão.

Eu observava tudo isso de uma perspectiva distante como se estivesse atrás de uma tela enquanto o barulho ensurdecedor da música me envolvia em um batimento frenético que reverberava em meus tímpanos como se estivessem prestes a explodir. A alegria alheia me atingia como ondas de calor, mas eu parecia inerte. Minha mente lutava contra a avalanche de sentimentos que tentavam tomar pose.

Mas nenhum sinal dele. Nada.

Contornei os olhos a cada mísero canto. Mas ele não estava aqui.

Eu gosto de você Jace. Mas não como amigo.

Meu coração trepida com a lembrança das minhas palavras, parecendo um DVD que repete as mesmas coisa diversas vezes. Eu me declarei finalmente pra ele. Mas de repente ele virou mudo, não disse absolutamente nada, após eu dizer o que sentia por ele hoje de manhã. Meus olhos vagaram novamente procurando pela sua silhueta. No entanto o meu celular continuava a vibrar insistentemente no bolso traseiro da minha calça jeans. Retirei-o do bolso vendo o nome — Mamãe — na tela.

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