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Detroit, Michigan.
Dias atuais.

⛓️ASHER SULLIVAN⛓️

Após esperar cerca de dez minutos, escondido atrás da árvore, a ansiedade começava a se misturar com a excitação.

Finalmente, ela emergiu do lago, seus cabelos, roupas e corpo molhados brilhando sob a luz suave da noite. Com passos rápidos, passou por entre as árvores, como se estivesse fugindo. E ela estava. De mim.

Sentindo a adrenalina correr nas veias, decidi que não poderia deixá-la ir sem mais nem menos. Como um bom perseguidor, comecei a segui-la com cuidado, atento aos sons do ambiente.

A chuva já não caía tão intensamente como antes; agora era apenas um leve pingo que continuava a tocar a terra, criando uma sinfonia suave.

No entanto, cada gota parecia amplificar meu coração acelerado enquanto eu me movia silenciosamente pela floresta, determinado a não perder sua pista.

Os sons dos galhos estalando sob seus pés ecoavam na noite chuvosa, enquanto ela ignorava o medo que ainda dominava sua mente.

Ela vestia o meu moletom preto, com os punhos enfiados no bolso frontal e o capuz cobrindo sua cabeça.

Apesar da chuva que caía incessantemente, nem mesmo o capuz conseguia proteger seu cabelo dos pingos. Eu sabia o quanto ela amava cuidar de seus fios crespos, e isso me fazia admirar ainda mais sua beleza.

No entanto, eu nunca via nada de belo ao meu redor. Exceto ela, que, para mim, era a única verdadeira beleza.

Enquanto a chuva e os trovões ecoavam como sons distantes, eu a observava com atenção, ignorando tudo ao meu redor.

Ela se movia com rapidez, como um farol ambulante a trinta passos à minha frente, iluminando a escuridão da noite com sua presença. Cada passo dela parecia ressoar em meu coração, e eu me perdi na imagem dela.

No entanto, após caminharmos pela floresta, finalmente emergimos dela.

Ela atravessou para o outro lado, e senti minhas sobrancelhas se franzirem em confusão. Para onde ela estava indo? A mansão não ficava por esse caminho. Merda.

Uma onda de preocupação me invadiu, e a vontade de gritar para que ela voltasse para casa agora mesmo era quase incontrolável. Esperei um momento após ela atravessar a rua.

No entanto, quando ela olhou na minha direção, percebi que seu corpo estremeceu. Seus passos se tornaram mais rápidos assim que se virou, apressando-se em sua marcha.

Entretanto ela correu em direção a um grupo de pessoas que passavam pelo asfalto molhado, encharcadas pela chuva. As luzes dos postes mal iluminavam a rua, piscando a cada minuto como se estivessem lutando contra a escuridão.

Eu recuava algumas vezes enquanto caminhávamos quarteirão após quarteirão, sentindo a impaciência crescer dentro de mim.

A cada passo que ela dava, sempre olhava para trás, e eu me via forçado a encontrar um lugar para me esconder, seja atrás de uma árvore ou de um poste. A tensão no ar era palpável, e eu sabia que precisava agir com cautela.

O desejo de protegê-la e ao mesmo tempo de não ser descoberto tornava tudo mais complicado. Cada vez que ela se virava, meu coração disparava, temendo que ela pudesse notar minha presença e entender que eu estava seguindo seus passos.

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