um lugar para respirar

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No caminho de volta, o silêncio entre nós era confortável, mas minha mente não parava de repassar os momentos que havíamos vivido nas últimas semanas. Entre gravações, encontros inesperados, e agora esse sentimento crescendo sem controle, tudo parecia intensificar cada instante que passávamos juntos.

De repente, Eminem desviou da rota que eu conhecia e entrou em uma rua estreita, cercada por árvores altas que balançavam com o vento. Ele parou o carro em um ponto escondido, onde não havia ninguém por perto.

— Queria te mostrar um lugar tranquilo — ele disse, com um sorriso enigmático.

Saímos do carro, e Eminem me levou até uma clareira, onde a vista da cidade brilhava ao longe, em contraste com a serenidade daquele local. Ficamos lado a lado, observando as luzes da cidade lá embaixo, e por um momento, o peso de sermos "Eminem e S/N" parecia desaparecer.

— Você sente falta de ser só você mesma? — ele perguntou, sem me olhar diretamente, como se as palavras fossem mais fáceis assim.

Pensei por um instante antes de responder, percebendo o quão profundo era aquele questionamento.

— Às vezes... mas é como se eu não soubesse quem sou sem todo o brilho e o palco. — Olhei para ele. — E você? Sente falta de uma vida longe dos holofotes?

Ele soltou um suspiro suave, virando-se para me encarar.

— Acho que sempre me senti perdido. A fama só intensifica isso. Mas quando estou com você, é diferente... parece que consigo enxergar uma parte de mim que sempre esteve lá, mas escondida.

Senti um calor em meu peito com aquelas palavras, e antes que pudesse hesitar, me aproximei, tomando a iniciativa de encostar meus lábios nos dele. Era um beijo calmo, mas cheio de significados não ditos, algo que parecia selar tudo o que havíamos evitado até aquele momento.

Depois de um tempo, nos separamos, ambos um pouco sem fôlego.

— Acho que... talvez tenhamos achado quem somos, juntos — sussurrei.

Eminem apenas assentiu, o sorriso no rosto dele mais sincero do que eu já tinha visto.

Depois do beijo, ficamos em silêncio por um momento, deixando a intensidade se dissipar, mas sem perder o brilho daquela conexão. Eminem entrelaçou seus dedos nos meus, o que parecia um gesto simples, mas ali, no escuro e longe de tudo, aquilo significava muito mais.

— Então... e agora? — perguntei, sorrindo, mas um pouco incerta. A conexão era palpável, mas o que viria depois ainda era um mistério.

— Agora? Agora a gente aproveita — ele respondeu, dando um sorriso de canto que parecia aliviar toda a tensão. — Vamos viver isso, sem pressa e sem planos. A vida já é cheia deles, sabe?

Concordei, sentindo uma calma inesperada me invadir. Eminem tinha um jeito curioso de misturar intensidade com simplicidade, e naquele momento, percebi que aquilo era exatamente o que eu precisava.

Voltamos para o carro, e a tranquilidade permaneceu enquanto ele dirigia. Quando me deixava em frente ao hotel, ele segurou minha mão mais uma vez antes que eu saísse.

— Sábado, quando você voltar para Los Angeles... me liga? — pediu, com aquele olhar que misturava vulnerabilidade e firmeza.

— Eu vou. Prometo — respondi, e então o deixei ir, cada vez mais envolvida, e mais certa de que aquilo que estava nascendo entre nós era especial.

Assim que entrei no hotel, Claire estava esperando por mim no saguão, com um olhar que denunciava curiosidade.

— E então? — perguntou ela, como quem já sabia de algo.

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