— Por que me trouxe até o quarto? - perguntei, lançando um olhar curioso para Eminem.
— Porque quero fazer uma coisa... - ele respondeu, aproximando-se com um sorriso nos lábios enquanto suas mãos deslizavam suavemente para minha cintura.
Eu já tinha uma ideia do que ele pretendia, então apenas deixei o momento fluir. Ele começou a me beijar intensamente, e eu retribuí, mergulhando naquela sensação. De repente, ele me ergueu em seus braços e me levou até a cama, deitando-se sobre mim e passando a beijar meu pescoço, cada toque criando uma onda de eletricidade.
Quando ele estava prestes a levantar minha blusa, o toque insistente de seu celular quebrou o clima.
- Droga, preciso atender... — ele murmurou, lança o um olhar frustrado para a tela do celular.
Eminem olhou para o celular e seus olhos ficaram tensos quando leu o nome de Paul, seu empresário, piscando na tela.
— Droga, é o Paul. Isso deve ser importante — ele murmurou, se endireitando. — Preciso atender.
Eu assenti, embora ainda um pouco tonta pela intensidade do momento anterior. Ele deslizou o dedo pela tela e levou o celular ao ouvido.
— Paul, o que foi?
Houve uma pausa, e vi o rosto de Eminem perder cor.
— O quê? Quando isso aconteceu?
Minha atenção estava completamente nele agora. Ele se levantou da cama, passando a mão pela cabeça, um sinal claro de que algo estava muito errado.
— Mas como...? Eu não... — ele respirou fundo. — Certo, eu vou resolver isso. Vamos nos encontrar no escritório.
Ele desligou e permaneceu em silêncio, parecendo processar as palavras.
— O que houve? — perguntei, com o coração disparado.
— Meu álbum... Foi vazado. Online, antes do lançamento oficial. É o trabalho de um ano inteiro, e agora está na internet para qualquer um baixar sem pagar nada. — A raiva e o desespero transpareciam em sua voz.
Eu me aproximei, tentando mostrar apoio, mas ele já estava em outro ritmo, apressado e determinado.
— Eu preciso sair agora. Vou tentar resolver isso o mais rápido possível.
Vi Eminem andando de um lado para o outro enquanto pegava suas coisas com pressa. Sua frustração era palpável, e eu me senti impotente sem saber como ajudá-lo.
— Quer que eu vá com você? — perguntei, tentando ser uma presença de apoio.
Ele parou, olhando para mim por um momento. Seus olhos pareciam carregados, mas ele sorriu, com um toque de ternura.
— Eu adoraria que fosse comigo, mas... não quero que você veja isso. Paul e o time vão estar à flor da pele, e vai ser uma bagunça.
Assenti, respeitando sua decisão. No fundo, eu sabia que ele queria lidar com isso sozinho.
— Está bem. Mas me mantenha informada, ok? — falei, me aproximando e segurando sua mão.
Ele apertou minha mão suavemente e depois me puxou para um último abraço. Quando se afastou, percebi que a intensidade da situação pesava em seu olhar.
— Obrigado por entender, s/n. Eu volto assim que possível. — Ele me deu um beijo rápido e se afastou, já saindo apressado.
Eu o observei sair pela porta, o coração apertado. Sabia que aquilo significava muito para ele, que cada linha e cada batida daquele álbum carregavam partes de sua vida e da nossa recente história juntos. Fechei a porta com um suspiro, sentindo a ansiedade crescer enquanto tentava imaginar o impacto do vazamento.
Assim que a noite foi passando, meu celular começou a vibrar constantemente com mensagens e notificações. Era como se o mundo inteiro já estivesse comentando sobre o vazamento. "Que confusão", pensei, deslizando para ver os comentários de fãs e críticos. A reação era um misto de apoio e desapontamento.
Conforme as mensagens continuavam chegando, a ansiedade crescia. Muitos fãs se mostravam furiosos com o vazamento, enquanto outros expressavam apoio, reconhecendo o quanto aquele álbum significava para Eminem. Eu sabia que ele estava lidando com um misto de raiva e frustração, e isso só aumentava minha inquietação.
Pouco depois, meu celular tocou, e ao ver que era Claire, atendi rapidamente.
— S/N, você viu o que está acontecendo? — Ela perguntou, a voz carregada de preocupação.
— Sim, vi... Ele foi direto para o estúdio resolver tudo, mas não sei o que posso fazer para ajudar.
— É uma situação complicada mesmo. — Claire respondeu, num tom mais suave. — Mas talvez o apoio agora seja o que ele mais precisa. Só o fato de você estar ao lado dele já deve fazer diferença.
— Sim, eu sei... É só que queria fazer mais.
— Só não se cobre tanto, ok? Ele sabe que pode contar com você, s/n.
Agradeci a Claire, e, quando desliguei, fui para a cozinha preparar um chá. Precisava de algo para acalmar meus nervos enquanto esperava por notícias dele.
Já era tarde da noite quando ouvi o barulho da porta se abrindo. Virei-me e vi Eminem entrar com o rosto exausto, os olhos ainda carregando uma mistura de raiva e cansaço. Ele colocou as chaves sobre a mesa e me lançou um olhar que parecia pedir compreensão.
— Como foi? — perguntei, indo até ele.
Ele soltou um suspiro pesado e me envolveu em um abraço, como se finalmente pudesse deixar a tensão ir embora.
— Foi um inferno. Paul e eu passamos horas tentando entender como isso aconteceu. — Ele respirou fundo, me olhando com um cansaço evidente. — Mas não sabemos quem fez isso, s/n... É como se alguém tivesse planejado tudo para sabotar o lançamento.
— Isso é horrível, eu... Sinto muito. — Apertei sua mão, oferecendo apoio.
— O pior é que trabalhei tanto nesse álbum... Mas agora, ele está aí, espalhado. — Ele riu sem humor, passando a mão pelo rosto. — Mas pelo menos eu sei que você está aqui.
Fiquei em silêncio, apenas escutando e oferecendo o conforto que ele precisava.
— Quer se deitar e descansar um pouco? — perguntei, me aproximando dele.
— Seria ótimo. Vamos lá. — Ele sorriu, segurando minha mão enquanto subíamos para o quarto.
Quando chegamos, sentei-me na beira da cama, observando enquanto ele trocava de roupa no banheiro. Minutos depois, Eminem apareceu com um pijama do Homem-Aranha, e tentei ao máximo manter uma expressão neutra, mas um sorriso escapou.
— Ei, sem risadas! — ele disse, tentando parecer sério, mas com um brilho de humor nos olhos.
— Quem está rindo? — respondi, incapaz de conter uma risada leve.
Ele se aproximou e, sem resistir, me puxou para a cama, caindo ao meu lado. Entre risadas, nós dois nos ajeitamos sob o cobertor, e ele me abraçou de lado, envolvendo-me com o calor e a segurança que só ele conseguia me passar.
— Obrigado por estar aqui, s/n. De verdade. Não sei o que eu faria sem você. — Ele sussurrou, com a voz suave.
Acariciei seu rosto, afastando uma mecha de cabelo da sua testa.
— Sempre estarei aqui, loirinho. — disse, sorrindo. — Eu também não sei o que faria sem você.
O silêncio que se seguiu era confortável, o tipo de quietude que só se encontra com alguém em quem confiamos plenamente. Fechei os olhos, sentindo o ritmo da sua respiração ao meu lado, até que ele finalmente adormeceu. Eu, porém, fiquei ali, pensando sobre tudo o que tínhamos passado juntos e sobre como nossa conexão parecia se fortalecer cada vez mais.
No fundo, sabia que ainda tínhamos desafios pela frente, mas também sabia que estaríamos prontos para enfrentá-los, juntos.
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versos que curam
Literatura FemininaNos anos 2000, S/N é uma cantora pop de sucesso mundial, conhecida por sua autenticidade e talento. Quando uma colaboração inesperada com Eminem é proposta, o encontro entre dois mundos musicais distintos parece fadado ao fracasso. Entre egos, tensõ...