conexões além da câmera

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Duas semanas se passaram mais rápido do que eu imaginava. O dia da gravação do videoclipe havia finalmente chegado, e eu me encontrava sentada na cadeira da maquiadora, observando meu reflexo no espelho. A equipe de produção corria de um lado para o outro ajustando as últimas coisas no set, e o nervosismo começava a se acumular em meu peito.

Claire estava por perto, como sempre, conversando com alguns dos diretores. Mesmo a distância, eu conseguia ouvir fragmentos da conversa: luzes, cenários, ângulos. Tudo parecia grande, maior do que eu havia imaginado. Meu coração acelerava a cada vez que alguém mencionava o quanto esse clipe seria "icônico".

— Você está linda — Claire disse ao passar por mim, sorrindo confiante. — Pronta para arrasar?

— Eu espero que sim — murmurei, mais para mim mesma do que para ela, ainda absorvendo toda a magnitude da produção.

A maquiagem estava quase pronta, e uma das estilistas se aproximou com o figurino para a primeira cena. Era um vestido elegante, em um tom de preto brilhante, que parecia perfeito para o clima sombrio e intenso da música. Eu sabia que cada detalhe era cuidadosamente pensado para refletir a letra — as sombras, as luzes, a dualidade.

Foi então que a porta do camarim se abriu e Eminem entrou, já vestido com sua roupa para a cena. Ele estava no seu estilo característico — jaqueta de couro, calça jeans escura, com aquele ar de desinteresse que só ele conseguia carregar. Mas quando nossos olhos se encontraram pelo espelho, algo mais brilhou por um breve instante.

— Pronta para ser uma estrela? — ele perguntou, se encostando na porta, um sorriso de canto no rosto.

Eu ri, tentando disfarçar o nervosismo.

— Acho que já sou uma, não? — brinquei, embora por dentro me sentisse um tanto insegura.

— É, mas hoje é diferente — ele disse, seu tom mais sério agora. — Hoje, o mundo inteiro vai ver o que a gente tem.

Aquelas palavras ficaram ecoando na minha mente. O que a gente tem. Não era sobre a música, ou pelo menos, não parecia ser apenas isso. Era algo mais. Algo que eu mesma não sabia se estava pronta para reconhecer.

Antes que pudesse responder, a assistente de produção entrou apressada.

— Vocês dois, é hora de ir para o set. Primeira cena está pronta!

Eminem me olhou mais uma vez antes de sair, e eu fiquei ali, por um segundo, tentando recuperar o fôlego. A gravação estava prestes a começar, mas a sensação era de que algo muito maior estava por vir.

Levantei-me, ajeitando o vestido, e segui para o set. As luzes já estavam preparadas, e o cenário parecia saído de um sonho — ou de um pesadelo, talvez. A ambientação alternava entre o escuro e o claro, com sombras dramáticas projetadas pelas luzes intensas. Era exatamente o que a nossa música representava: sombras e luzes, uma luta entre o que se mostra e o que se esconde.

Eminem já estava no centro do set, e quando nossos olhares se encontraram novamente, senti aquele mesmo frio na barriga. A música ia começar, e com ela, uma história muito maior.

Duas semanas se passaram mais rápido do que eu imaginava. O dia da gravação do videoclipe havia finalmente chegado, e eu me encontrava sentada na cadeira da maquiadora, observando meu reflexo no espelho. A equipe de produção corria de um lado para o outro ajustando as últimas coisas no set, e o nervosismo começava a se acumular em meu peito.

Claire estava por perto, como sempre, conversando com alguns dos diretores. Mesmo a distância, eu conseguia ouvir fragmentos da conversa: luzes, cenários, ângulos. Tudo parecia grande, maior do que eu havia imaginado. Meu coração acelerava a cada vez que alguém mencionava o quanto esse clipe seria "icônico".

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