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Carol narrando.

me remexo na cama e sinto a mesma vazia. abro meus olhos procurando por Isis, e logo ouço o barulho do chuveiro.

abro um sorriso ao lembrar de ontem, e minutos depois vejo Isis saindo do banheiro.

Isis: vai tomar um banho, Carol. - diz ficando de costas. - esse teu cheiro ta impregnado na casa toda.

Carol: vai dizer que não gostou de dormir agarradinha comigo?

Isis: vai se fuder, vai. - revela seu dedo do meio.

ih, ficou bolada.

me levanto da cama e vou até o banheiro tomar uma ducha, enquanto isso, meus pensamentos me levaram até a conversa que eu é Isis precisamos ter.

preciso contar a ela que não temos que ficar que nem cachorro e gato brigando por justiça, tudo bem que precisa ser feita mas não dessa forma.

vesti algo simples e sai do quarto andando até a cozinha, minhas narinas foram atraídas por um belo cheiro de café e de pão assando.

Isis: tô sentindo até o ar mais limpo.

Carol: qual foi, tava me chamando de fedida? - cruzo os braços.

Isis: eu? jamais. - sorri discreta.

ela prosta um prato na mesa com pães e uma garrafa de café, nós nos assentamos e começamos a comer. após terminar de engolir meu último pedaço, vejo cara de Isis entristecida.

Carol: que foi?

Isis: ah.. - ela me olha. - não é nada, só estou com saudade dos meus avôs. e meu irmão.

Carol: vou te liberar logo, mas antes eu preciso ter uma conversa com você. - termino de beber o café.

Isis: estou a ouvidos.

Carol: Isis, quando você invadiu meu morro eu percebi que te sequestrar foi minha melhor opção. - suspiro. - sendo sincera, eu tô cansada de arrumar briga onde não tem. nossos pais merecem descansar, e ter uma justiça justa. eu acredito que eles não iriam querer nos ver assim, se matando e pisando uma nas outras pra deixarem eles descansarem em paz.

Isis: você tem razão. - desvia o olhar.

Carol: Isis, você lembra do nosso tempo no colegial. o que mudou entre nós?

Isis me olha rapidamente e vejo atentamente seu olhar furioso, sua expressão se fechou em segundos. como se estivesse se protegendo de algo.

a mesma me encara por alguns minutos sem me dar uma resposta. ela levanta, recolhe o prato, as xícaras e volta até a cozinha.

levanto e me aproximo da mesma, entrelaço meus braços em seu quadril e apoio meu maxilar em seus ombros.

Carol: sinto saudade de nós. - falo com dificuldade.

Isis: nós? - vira rapidamente. - não existe nós Carol. nunca existiu, e não é hoje que irá existir.

suas palavras são como tiros no peito. sem reação, saio daquele ambiente e vou andando até a boca. quando foi que ela se tornou assim? o que a deixou assim?

meus pensamentos se enchem de ponto de interrogação, me sentindo fora de si. adentro a boca é vejo telefone de Isis em minha mesa.

o mesmo vibra e vejo o nome de quem é pelo visor, "vovô ⚘️".

LIGAÇÃO ON.
Carol: alô?
Xxx: oi fia, onde você em? tamo preocupado com você.
Carol: ela volta hoje. não se preocupem.
LIGAÇÃO OFF.

suspiro e desligo o telefone dela fazendo-me voltar com um martelo imenso atormentando minha mente. tento me distrair com as novas informações, porém só consigo falhar.

Agatha: tudo bem, patroa? - me olha estranho.

Isis: tô bem. - seguro o choro.

Agatha: a gente conversa depois daqui, mec? anda, vamo trabalhar.

afirmo com a cabeça e levanto da cadeira indo checar as coisas que estão fora do controle. poucas coisas foram resolvidas, Agatha irá me cobrir pra não ficar tão pesado pra mim.

tempo depois, 12h06.

Agatha ficou de me acompanhar para almoçarmos em casa, não contei pra ela o que tinha acontecido. então é capaz de ela suspeitar de mim um pouco.

abri a porta de casa e fui pedindo pra Agatha ficar a vontade. meus olhos procuram por Isis, e os mesmos não a encontra.

vou até o quarto e vejo ela sentada pensativa, Isis me olha sob a porta e me sinto confiável para adentrar. jogo seu telefone encima da cama sem olhar um segundo sequer pros seus olhos.

Carol: tu pode ir.

Isis: posso mesmo? - vem até mim.

Carol: tchau po, já foi? - a olho.

ela estranha meu tom de voz e logo em seguida me analisa. ela fica mais próxima a mim e logo após sinto a palma da sua mão em meu maxilar, sem muito esforço meus olhos se encontram aos seus. fazendo-me sentir uma onda de calor enorme por dentro, e por fora. sinto cócegas em meu estômago e rapidamente minha pele arrepiada.

Isis deposita um pequeno beijo em minha bochecha me deixando totalmente vulnerável. ela me olha por alguns segundos é logo sai pela porta do meu quarto.

inclino minha cabeça pra cima engolindo novamente o choro. suspiro fundo afundando o colchão da minha cama.

droga, porque tinha que acontecer isso?

abaixo a cabeça por alguns minutos pensando no que tinha acontecido e logo ouço q porta do quarto ser aberta por Agatha. a mesma se senta ao meu lado em silêncio, e automaticamente me conforta.

Carol: cara, eu não me sinto a merma sem ela.

Agatha: tu precisa falar o que sente. - cruza os dedos. - se tu ao menos tentar já é alguma coisa.

Carol: o não eu já tenho. - olho Agatha. - mas é difícil.

Agatha: se tu quiser eu te ajudo pô. - levanta. - bora matar a broca.

Carol: jae.

ela sai do quarto me deixando sozinha por um momento fazendo-me sentir as lágrimas caírem lentamente. eu estava precisando disso, faz tempo que não sou frágil assim.

alguns minutos se passam e sinto o cheiro da comida subir pelas minhas narinas, rapidamente minha barriga ronca implorando por uma refeição.

ando até a cozinha e vejo Agatha preparando algo pra nós. me aproximando mais do fogão, vejo minha comida preferida.

abro um sorriso de orelha a orelha e pulo no colo de Agatha, abraçando a mesma. Agatha grita me mandando sair enquanto me bate com uma colher.

filha da puta.

saindo de seus braços ela me olha e dá risada. Faço deboche com a mesma e ela me olha séria, dessa vez, eu que ri.

Paixão Secreta.Onde histórias criam vida. Descubra agora