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Isis narrando.

senti como se fosse a primeira vez entrando em casa, agora, estou nos braços acolhedores de minha avó, vó é TH.

Isis: chega, chega. - me solto dos abraços. - preciso ir trabalhar.

TH: falando nisso eu meio que.. - olho rapidamente o mesmo. - fiz uma besteira.

Isis: ai meu pai do céu. - suspiro.

caminho em direção a saída e ele vem tagarelando atrás de mim, não ouço com atenção, pois a maioria das coisas são besteiras.

adentrando minha sala sinto o cheiro forte de maconha, puta que me pariu, o que o TH fez?

ele está parado na frente do Igor impedindo minha passagem para lhe dar um jeito. grito com o mesmo que me olha assustado e rapidamente sai da frente de TH.

Isis: olha aqui, não é só porque tu é meu irmão que tu não vai pagar. - seguro fortemente sua nuca. - ta me entendendo?

TH: já entendi já. - diz com pressa.

Isis: bom mermo.

deixei TH de lado e fui resolver os problemas maiores que estava havendo. esses dias que fiquei fora, tudo saiu do controle. a Márcia teve que dar um jeito com isso tudo, porque além de mim, ela é a única com mentalidade dentro de um tráfico.

olhando aqueles papéis brancos veio-me no subconsciente Carol, tipo, "Nós"? eu sei que éramos bastante amigas, mas nunca chegaria a ter Nós.

Carol e uma menina bastante complicada, totalmente oposta a mim. não sei das coisas que ela gosta, e se sei, eu esqueço. sou egoísta e ciumenta pra tudo diferente dela que é compreensiva e delicada. somos totalmente diferentes.

eu sinceramente não tô com cabeça pra ter um relacionamento agora, não tô nem tendo pra ficante, conversando muito menos olhante. Deus é minha moça tenha misericórdia de mim.

tempo depois, 18h53.

adiantei meu trabalho na boca o quanto antes pra ir na gira, hoje era gira de malandro e eu não podia deixar de ir pela minha moça.

agora eu estava pondo minha guia e assegurando seu chapéu. nunca me senti tão bem vestindo a roupa dela, tanto tempo que não me sinto segura.

TH estava me acompanhando para caso eu tivesse algum problema, ou só queria ir por curiosidades mesmo.

pedi a bênção aos meus avós e adentrei meu carro cantando pneu. minha casa não fica no morro onde eu moro, infelizmente. eu preciso pegar uma pequena estrada pra chegar na minha casa, mas nada de ser muito longe.

chegando lá, a gira já estava acontecendo. sim, eu costumo me atrasar um pouquinho. entrei e senti o cheiro forte de cigarro indo em direção ao meu pai de santo.

cumprimento o mesmo que aparenta feliz em me ver, abraço o mesmo com força e rapidamente começo a sentir as energias do ambiente.

me afastando de meu pai, pedi para que TH segurasse todos os meus pertences. cantando e batendo palma, vejo alguém conhecido vestido de seu Zé.

forço a vista procurando saber mais quem é, e discretamente vejo o rosto de Carol. seu Zé está sambando e confesso que ela fica mais atraente na roupa dele.

tiro meu foco dali e continuo cantando e batendo palmas esperando minha moça descer. uma moça que passava ali perto chegou até mim chamando Maria navalha do cabaré, minha moça.

Paixão Secreta.Onde histórias criam vida. Descubra agora