C.3: Além da entrevista

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Liana📸

A introvertida com o capitão do time? Pois é, se me falasse eu também não iria acreditar.

Mas eu não sentia mais nada por ele, e tinha até me esquecido que ele havia ido para o intercâmbio na Inglaterra, e bom... havia voltado hoje.

Liana: Parabéns pela vitória Capitão, como está se sentindo por fazer aquele gol aos 45 segundos do segundo tempo? Assim que voltou do intercâmbio - Me virei para ele que olhava para a câmera arrumando o cabelo suado.

Thomáz: É... eu cheguei faz mais de 4 horas, não participei do treino mas você sabe Lia, quando estamos ali, a vontade de jogar é imensa assim como o sentimento de saber que estamos a caminho do campeonato - Ele sorria para a câmera e dei desviei o olhar por causa do apelido, sorrindo internamente.

No fone os meninos continuavam falando sobre como ele era lindo e voltei a ficar séria escutando o Thomáz se achar pelo gol.

Ninguém falava sobre o que eu e o Thomáz havia tido, até por que ele fazia questão de ninguém tocar no assunto e nós éramos pré adolescentes. E eu odiava os cochichos relacionados sobre mim.

Olhei para a câmera apresentando o próximo jogador e quando olhei para o lado era o "Maioral".

E agora eu entedia o por que o apelido, ele era alto e forte, de perto pude ver o quão grande ele era.

Liara: Olá Nikolas, você acabou de voltar de um intercâmbio também, sabemos que você joga com raça pelo time, e o que você aprendeu que acha que vai impactar o time aqui? - Falei a primeira coisa que veio na cabeça olhando para ele.

Seus olhos se encontraram com os meus, ele não apenas me olhava mas parecia que seu olhar me queimava, eu mal sentia o vento gelado daquele fim de tarde.

Nikolas: Aprendi muito sobre táticas diferentes, como ver o jogo de uma maneira mais estratégica. Mas o mais importante é que percebi o quanto eu gosto de jogar aqui, com esse time e sabendo que traremos a vitória para a Espinal Ramil.

A voz dele saia grave e baixa ao ponto de ser grossa, sua expressão era séria e em nenhum momento ele desviou os olhos dos meus.

Os outros jogadores saíram puxando ele para o vestiário enquanto eu me despedia da câmera desligando o microfone.

Jhonny: Vamos? Temos que guardar os equipamentos. - Assenti pegando as coisas e saindo com ele.

Ao entrar no corredor, meu olhar bateu novamente com o Nikolas que agora estava sem a blusa do time de futebol.

Ele passou do meu lado me observando, e pela primeira vez em anos pude sentir uma sensação estranha passar por mim.

Entrei na sala da oficina da notícia, sentando na minha mesa pronta para editar as fotos que foram tiradas para as rede sociais da escola, mas fiquei segurando a câmera que havia uma da nossa entrevista, eu observei a forma que ele me olhava, tentei focar mas não conseguia tirar da minha cabeça a cena.

Eu sabia que a foto havia ficado boa mas de repente seus olhos, aqueles olhos castanhos profundos, se fixaram em mim com uma intensidade que eu não soubera explicar. Não era apenas um olhar profissional ou casual, era um olhar atento, quase como se ele estivesse estudando cada uma das minhas  expressões, como se cada palavra que saía da minha boca fosse tão importante quanto a resposta que ele daria.

Tentei editar a foto, mas suspirei profundamente e deixei como estava passando para a próxima tarefa.

Finalizei as postagens mas ainda tinha que escrever sobre o jogo, mas me despedi saindo da sala, tirei a gravata me sentindo já incomodada enquanto subia as escadas para ir para o meu dormitório.

𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑠𝑒𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora