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   O chão estava sujo de vermelho. A esse hora,a polícia sabia sobre a garota desaparecida. Sua garota,Luíza.

    Seus olhos negros como a escuridão fitava o rosto sereno adormecido dela. Tão bela quanto um anjo-pensei.

  Eu me lembrava perfeitamente dela, da garota a qual prometi amar. É cá estou eu,observando seu rosto sereno adormecido sob minha cama. Ela não estava machucada,pelo contrário ,ela estava inteira sem um arranhãozinho sequer.

    Deixei,o quarto e desci indo para a cozinha. Se me recordo bem,talvez ela ainda gostasse de bolo de abacaxi com bastante calda. Caminhei até a geladeira,a abrindo logo em seguida,peguei o bolo de abacaxie a caixa de chocolate. Fechei a porta da geladeira,me afastei indo para o balcão da cozinha. Peguei uma faca,e comecei a cortar o bolo em fatias generosas,colocando duas sob um prato de porcelana azul depois, seguida enchi o copo com o chocolate.

    Novamente subi as escadas,que davam acesso ao corredor do meu quarto.

   Quando abri a porta,não me surpreendeu vê-la de pé,já acordada.
Ela se afastou bruscamente da porta ao me ver,certamente assustada. Eu não a julgou,se estivesse no lugar dela,sentiria o mesmo? Talvez...

--Vejo que acordou,Luíza.--Falei com um sorriso sutil. Ela me encarou assustada.

--Como você sabe meu nome?! Que é você é o que quer?!--Perguntou ela desesperadamente alterada.

  Apenas olhei-a,antes de dizer:

-- Você faz perguntas de mais para alguém tão baixinha!--Falei com um sorriso.

  Ela semicerrou os dentes e rebateu:

--Eu não sou baixinha!--Gritou--Você que é um poste!

Por um momento, apenas escutei-a. Ela ainda era a mesma. Sem perceber, me aproximei dela. A medida em que eu me aproximava,ela recuava um passo para trás. Éramos como coelha e loba,presa e predadora,mas ela é minha presa,eu,sua predadora.

    Ela finalmente se viu encurralada na parede. Eu sorrir ladino,antes de agarrar suas mãos que pareciam minúsculas se fossem comparar com as minhas. Prendi suas mão acima de sua cabeça presas as minhas. De repente,o silêncio tomou o lugar, apenas sua respiração ouvia. Eu podia sentir ela estremecer,ao se sentir vulnerável,encurralada e presa contra meu corpo. Seus olhos estavam fechados.

--Abra os olhos!--Ordenei vendo-a estremecer. Não era paciente,mas eu tentei novamente.-- Querida,abra seus olhos... Por favor.--Ironicamente minha voz se suavizou.

  Sua voz quebrou o silêncio que parecia insistir em ficar.

--Por favor,não me machuca!--Pediu ela, finalmente abrindo seus olhos. Eles pareciam tão tristes e pertubados. Meu coração se apertou ao ouvir tais palavras.

  Sussurrei em seu ouvido:

--Eu não vou te machucar , bonequinha. --Falei tentando passar confiança. Me afastei dela, consequentemente soltando suas mãos.

     Eu não precisava adivinhar, mesmo que não estivesse olhando-a,ela me analisava silenciosamente. O estranho de tudo isso é que ela não se lembrou de mim. Como um imã, nossos olhos se encontraram. É como se fosse a primeira vez, novamente, meu coração bateu fortemente em meu seio.

  Sentir minha boca secar,um nó se formar em minha garganta. Mas ignorei,reprimindo-os. Meus olhos se tornaram frios,minha voz firme:

--Trouxe algo para você comer.--Apontei com o dedo para a escrivaninha que ficava ao lado da cama , com a bandeja.

--Não estou com fome.--Disse Luíza.

Mas de repente sua barriga roncou, entregando-a. Podi ver suas bochechas ganharem um tom cor de rosa,oque quase me fez rir por um momento. Mas eu precisava manter minha pose.

--Sim,Você está.--Falei.

   Luíza olhou para a bandeja desconfiada,em seguida me olhou. Eu tinha em mente oque se passava na cabeça dela.

-- Se eu quisesse te matar,eu já teria te matado porque oportunidade eu tive!--Falei bufando.

Seus olhos foram para minha mão. Mas especificamente para meu dedo anelar que possuí um anel de cocô. Para alguém que tinha sido sequestrada,ela estava estranhamente calma. Até de mais.

--Você é sapatão?--Perguntou ela me olhando enquanto fazia careta.

   Sua careta foi engraçada,mas não rir. Apenas revirei meus olhos, inconscientemente. Dei de ombros e falei:

--Por quê? A madame,quer ser aliviada?-- Falei com um sorriso ladino. A vendo corar.

--OQUE?!Não!Eu não sou sapatão!--Disse Luíza.

   Suas palavras não eram preconceituosas,mesmo que parecesse. Talvez,fosse apenas sua educação limitada.

--Eu não sou lésbica. Sou bissexual.--Falei pegando o copo de chocolate e bolo entregando para ela.--Você precisa comer ou vai passar mal.

--Eu não me importo.--Falou Luíza.

--Mas eu me importo.--Falei.--Agora coma!--Minha voz saiu mais como uma ordem do que um pedido,mas não me importei.

  Hesitante,ela aceitou. 

  Pegando  o prato de minha mão,e deu uma mordida no bolo. Seus olhos ganharam um brilho,ao morder uma das  fatias doce do bolo. Eu sorrir ao ouvir ela gemer em satisfação do sabor do bolo.

    Ela ainda é a mesma.

   A mesma garotinha de sempre.

  Uma coelhinha doce.

   Minha coelhinha.

   Mas eu não era mais a mesma pessoa que um dia ela conhecerá. O mundo me modificou,me transformou em alguém fria.

Eu sinto muito coelhinha...

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858 palavras

7/11/24

10:00Pm
  








 

MY GIRL  [Lesbico-Bissexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora